Capítulo 50

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Acordei com os raios de sol batendo em meu rosto, me sentei no sofá relembrando aos poucos tudo que aconteceu na noite anterior. Com um suspiro doloroso, eu me levantei e fui até a pequena cômoda pegar uma muda de roupa para mim, short e blusa largas e confortáveis, e me motivei a cumprir minhas palavras.

Eu precisava viver um dia de cada vez, sendo racional e não impulsiva e emotiva. Patrick falou que não me entregaria e que Corfin agora já é um de seus inimigos, ele não ia presentear um inimigo comigo, então poderia confiar nele momentaneamente.

Alison, inspire, expire e analise os pós e contras de tudo, o que de bom e mau cada coisa irá te entregar.

" - Tenha calma, controle e conhecimento." - Relembrei e um sorriso involuntário saiu de meus lábios.

Fui até a cozinha ver o que tinha para fazer e a encontrei toda empoeirada e fedendo a frutos estragados, a geladeira que era movida por uma bateria mágica não estava mais funcionando mas pelo menos os grãos e as farinhas estavam bons. Peguei um pano, molhei ele na pia e comecei a limpar os balcões e a mesa. Joguei tudo que estava estragado numa sacola grande e ignorei a geladeira, ela está inutilizada por não ter a energia que a bomba fornecia, era só não abrir ela.

No meio do processo da limpeza, eu olhei pela janela da cozinha visualizando um lobo enorme dormindo calmamente em baixo de uma grande árvore que tampava os raios de sol. Sorri pela imagem.

Fui pelos fundos ver o que tinha de bom lá e notei que os coelhos, as galinhas e as vacas estavam soltos, suspirei e andei até lá para pegar algum leite fresco e catar algum ovo bom. Tive que lavar o balde de leite primeiro e depois caçar os benditos, logo após tentei pegar algumas frutas.

Tinha bem menos animais aqui, a horta estava um pouco maltratada, provavelmente por intrusos minúsculos, mas as árvores frutíferas estavam boas. 

Me virei depois de colher tudo quase derrubando todo o meu esforço.

- Você realmente é uma garota do campo, Sabrina me disse uma vez. Nem parece hostil dando carinho em vacas e roubando ovos de pobres mães galinhas.

- Idiota, me assustou. - O empurrei para o lado e ele deu um pequeno riso pegando o balde de leite.

O caminho foi silencioso até adentrarmos a cabana.

- Então era assim sua vida antes de chegar na minha alcateia? Uma pequena e humilde fazendeira? - Começou se apoiando na bancada com os braços cruzados.

- Por que? Algum problema? - Questionei séria

- Calma, só quero te conhecer um pouco melhor. Só estranhei um lobisomem acariciar uma vaca com carinho, são os aperitivos dos novatos, todos começam por elas por serem mansas.

- Eu comecei por um médico - Respondi acendendo o fogão e colocando água e o leite para ferver, sua cara foi de relutância - É verdade, comi a coxa dele, não foi muito bom, deixei para lá então.

- Ele sobreviveu?

- Infelizmente. - Disse frustrada e percebi que não tinha visto porcos - Não tem bacon - Soei desapontada - Quer só ovos ou quer esperar eu pegar framboesas e amoras para fazer panquecas?

- Quer fazer café para mim? - Perguntou com um claro tom de surpresa e quase me envergonhei.

- Está em minha antiga casa, você nunca me deixou com fome ou com pouco alimento na sua, vou retribuir. É gratidão e não mordomia - Apontei uma colher em sua direção para firmar o que disse - E você vai olhar o leite e a água do café. Não deixa eles secarem. - Digo indo até a porta.

A Loba SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora