Capítulo 29

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Eu sentia como se uma bigorna estivesse em cima de meu peito, bloqueando minha respiração e batimentos cardíacos, e como se alguém a levantasse o ar entrava devagar pelas minhas vias respiratórias que aos poucos iam se inflando pelo sossego recebido. Não demorou muito para que meu coração conseguisse inflar com mais liberdade. Então eu abri os olhos, me deparando com o branco, uma cor pouco vista em meu mundo. Eu percebi, eu estava no novo mundo, um completamente diferente que o meu.

Mas eu ainda estava confusa, eu ainda estava desorientada.

- Putaquepariu. Ai, pela Deusa, você me assustou - Eu encarava o teto branco com sua iluminação também branca - Espera, você está acordada... Você está acordada! Minha Deusa... - Senti uma mão tocar minha pálpebra e puxar para cima quando uma lanterninha foi colocada em frente ao meu olho.

Eu segurei a mão da moça e a chutei para longe, me desligando dos fios que estavam grudados em minha pele e ligado a minha veia. A moça se levantou com dor e apertou um botão na parede e eu fui até ela a levantando do chão

- Quem é você? Onde estou!? - Pergunto sem demonstrar uma emoção e 3 pessoas entram na sala.

- Calma, minha jovem - Um diz e eu jogo com brutalidade a moça no chão e rosno para as pessoas na minha frente. 

Corri até um e me joguei nele fazendo ele cair comigo por cima

- Falha na segurança, código verde. - Duas pessoas seguram meus braços e me erguem

- Eu vou matar todos vocês! - Digo chutando um guarda que apareceu na minha frente, o mesmo caiu levando outro consigo.

- Calma, calma, calma. - Braços fortes me seguraram por trás apoiando seu queixo no meu ombro - Você está na alcateia Lua Crescente, minha alcateia, Patrick. - Sua voz saiu calma ao lado do meu ouvido me fazendo farejar o local e sentir aquele maravilhoso cheiro de azaleia com folhas de laranjas - Respire e se acalme. Você está bem.

Inspirei e expirei fundo lentamente adequando meus sentidos e me recobrando um pouco a consciência e a memória. Aos poucos os braços fortes foram se alargando até finalmente se afastarem.

Me senti um pouco abandonada com esse afastamento.

- Patrick... - Disse após me virar e ver sua feição cansada.

Os flashes de memórias foram me atingindo e eu me senti um pouco tonta absorvendo os detalhes. Patrick esticou o braço e segurou minha cintura firmando meu corpo.

- O que está sentindo? - Ele pergunta

Me solto de seu braço e vou para trás olhando para o lado.

- Estou bem, estou bem... Vou ficar bem. - Digo passando a mão na cabeça

- O que a senhora está sentindo? Ficou 57 horas apagada com paradas cardíacas e respiratórias.

- Dê água para ela.

- Estou bem, só confusa. O que aconteceu?

- Tentativa de assassinado. Você foi esfaqueada com um veneno e entrou em coma. Tem certeza que está bem? - Patrick diz curioso e eu o olho afirmando. - Precisa descansar, tome água - Ele diz voltando a postura séria. - Como? - Sua voz sai confuso para um médico

- Seu corpo aparentemente drenou o veneno, diferente do pobre Josh.

- Perdemos? - Diz Patrick

- Há 18 horas atrás.

- Você me disse que o caso dela estava mais grave.

- Estava, mas como disse, o corpo dela que estava se auto sabotando. O garoto teve a morte dos tecidos atingidos e a corrente sanguínea poluída, a toxina chegou até o coração.

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