Sentir (Jenlisa)

Capítulo 5

- Ai meu Deus, que bebê mais linda! Quem é ela, Jen?

- Ela é irmã de Lalisa. Ariana, essa é a minha amiga Chaeyoung.

- Porque o seu cabelo é vermelho? Você é a pequena sereia

No shopping, eu e Ariana tivemos que esperar pacientemente até Chaeyoung decidir que blusa levaria, e no final, não levou nenhuma. Ficamos duas horas naquela loja pra nada. A menina era muito calma, e mesmo eu oferecendo algum brinquedo ou algo, ela negava. Achei bom, pois economizaria o dinheiro.

Na praça de alimentação, Chaeyoung acabou por fazer os pedidos por nós, então lá estava eu de novo, tendo uma conversa paralela com Ariana.

Lalisa me ligou apenas uma vez, só para saber como Ariana estava, achei meio desnecessário pois eu sabia sim cuidar de uma criança de cinco anos.

Quando saímos, Daniel estava lá nos esperando, fazendo assim chegarmos mais rápido em casa. Nos despedimos de Chaeyoung e em pouco tempo lá estava eu com a rabugenta da senhora Manoban.

- Tomamos sorvete e jogamos no fliperama! Ah, e a Jennie tem uma amiga igual a Ariel. O cabelo dela é vermelho. Ela é muito engraçada e muito bonita também.

Lalisa escutava tudo atentamente enquanto as duas jantavam, Louis havia virado meu melhor amigo, pois me seguia para todo o canto, e eu gostava daquilo.

Um mês ali junto a Lalisa me fez entender a sua dualidade, doce com a sua irmã e azeda com os demais, eu já havia me acostumado, e até gostava daquela distância, embora as vezes a pegava me encarando de um modo estranho, mas poderia ser coisa da minha cabeça.

Fiquei animada quando recebi meu pagamento e corri para depositá-la na minha conta, animada querendo começar logo a minha faculdade. Tudo andando perfeitamente, Lalisa saía as seis e voltava as cinco, com exceção nas sextas-feiras, que trazia Ariana para a mesma passar o fim de semana ali. A minha relação com a menina era muito boa, melhor da qual tinha com Lalisa. Não fazia muita questão.

Distraída enquanto limpava a sala, não ouvi quando Lalisa chegou, pois estava com fones de ouvido no último, sabia que aquilo era errado, pois se alguém tocasse a camapanhia eu não escutaria, mas só as músicas poderiam me dar força para arrumar cada bagunça que aquela mulher fazia, eu ainda falaria umas boas verdades em questão a sua organização pessoal, não era a primeira vez que eu entrava no seu quarto e encontrava uma sua jogada em algim canto. ERA CONSTRANGEDOR DEMAIS.

- Que surpresa a senhora por aqui.

- É a minha casa, eu moro aqui.

- Digo nesse horário.

Ela não se importou com o que eu estava fazendo, tirou o seu casaco e o jogou em qualquer lugar daquela sala, fazendo a mesma coisa com a sua bota. A olhei meio incrédula, havia acabado de organizar tudo e ela simplesmente bagunça.

Fechei os olhos, controlando os nervos e indo em direção ao seu casaco, o dobrei mesmo querendo tacar fogo nele e nela junto, e segui para o seu quarto, guardando tudo em seu devido lugar, agora entendia o porque nada permanecia no lugar.

Ao voltar colocando os fones novamente, por algo que eu não havia prestado atenção acabo tropeçando no aspirador, e já sentia a dor da queda antes de cair. Com os olhos fechados, sinto duas mãos firmes segurando a minha cintura, e uma respiração bem perto do meu rosto, ainda com muito medo de cair passei meus braços pelo o seu pescoço, querendo apenas me equilibrar novamente, mas com ela tão perto de mim ficava um pouco difícil ter qualquer consciência e força para me recompor.

- Você deveria prestar mais atenção, Jennie.- sua voz era baixa e meio rouca, me fazendo ter calafrios estúpidos. Ao me deparar com aqueles olhos me senti mais mole do que o normal, e se ela não estivesse me segurando eu estaria no chão por conta de tanta proximidade.- Tudo bem?

- S-sim... obrigada.

Me coloquei de pé, já melhor e recuperada, mas as suas mãos continuavam em minha cintura, aquilo fez o meu coração disparar. Olhei para ela, que só se deu conta do ato quando emiti um som com a minha garganta como querendo chamar a sua atenção.

- E... então... você... você não pode ficar com os fones tão altos. Olha o que quase aconteceu.

- Eu sei, foi um erro meu. Não irá acontecer novamente, senhora Manoban.

- Assim espero.

Quando ela me deu as costas e saiu, mostrei a língua para a porta do seu quarto saindo dali emanando fogo pelo o nariz. Louis me seguiu e ficou ao meu lado até me senti cansada o suficiente para assim poder descansar um pouco.

Ao escutar a porta do seu quarto se abrindo, me arrumei no sofá, não levantando por muita preguiça mesmo. Lalisa me encarou por poucos minutos e eu temi pela a minha vida naquele momento.

- Tenho que viajar para as Filipinas na quinta-feira, e você irá comigo.