Capítulo 13

7.7K 924 727
                                    

- Eu posso pular muito alto, Jen, e aí posso voar!

- Mas acho que está muito tarde para você tentar voar, não acha?

- Mas a Lili está na reunião, Jen. Pode ser o nosso segredo!

- Sem essa, mocinha.- fechei os olhos rindo quando ela me lançou aquele olhar.- Hoje não vou cair nesse truque, senhroa Ariana. Vamos, escovando os dentes.

Eu e Louis ficamos ali até a pequena pegar no sono, o que não demorou muito. Tomei um banho após comer um sanduíche e caí exausta na cama, sentindo pena de Lalisa por ter que assistir uma reunião, não tendo tempo nem para dormir. Acabei dormindo com ela habitando a minha mente, e com um estúpido sorriso nos lábios por ser ela.

No meio da madrugada acordei com alguns barulhos estranhos, vindo do quarto de Lalisa. Me sentei na cama ainda muito sonolenta e tentando prestar mais atenção nos barulhos. Eram gemidos?

Me levantei sem saber ao certo o que encontraria, não precisei caminhar muito pois o seu quarto era ao lado do meu, a sua porta estava entreaberta e a visão que eu tive foi o suficiente para colocar a mão na boca.

Lalisa e uma mulher na cama. Transando.

Eu conseguia ver pouco, havia apenas um abajur ligado, via os movimentos que a mão de Lalisa fazia dentro dela, e os beijos necessitados que elas trocavam. Por algum motivo meus olhos queimaram, havia lágrimas neles. Porque exatamente eu estava chorando? Não tínhamos nada a fundo.

Voltei para o meu quarto fechando a porta com muito cuidado. Tudo bem, Jennie, você sabia, sentia que todas aquelas palavras, todos aqueles atos foi momentâneos, ela apenas matava a sua sede na viagem, duas semanas eram um tempo considerável. Não podia criar nenhum tipo de afeto por ela, carinho, sentimento ou confiança. Eu era Jennie Kim, a diarista. E ela era Lalisa Manoban, minha patroa.

Meus olhos estavam inchados quando levantei pela segunda vez no dia. Acordei no mesmo horário, cinco em ponto. Tomei um banho frio, querendo tirar as lembranças, e querendo acordar por completo. Me encontrei com os meus fones e com as minhas músicas animadas para comevar o dia bem. Nada estava bom naquele dia.

Preparei um ótimo café da manhã para Lalisa e sua companhia, sabia que Ari não iria para creche aquele dia, pois estava em redorma, então não tinha motivo para ela acordar tão cedo.

- Bom dia, Louis. Como foi a sua noite? A minha? Olha a minha foi cheia de surpresas e algumas lágrimas, mas não se preocupe. Não tem o porque chorar por algo que nem chegou a acontecer.

Sorri acariciando aqueles pelos macios e branquinhos igual a neve. O natal estava perto, eu estava ansiosa.

Seis horas em ponto Lalisa saiu do quarto, sozinha. Sua cara era péssima, meio sonolenta, e aparentemente mau dormida. Ela se sentou ali servindo uma grande quatidade de café, eu me distraía ou tentava com a música que passava em meus fones.

Quando eu acordo sozinha

Estou pensando em sua pele

Eu me lembro, eu me lembro que você me disse

Disse que nós não somos amantes

somos apenas estranhas

Com o mesmo maldito desejo

Para ser tocado, ser amada, sentir alguma coisa

Nós não somos amantes, somos apenas estranhas

Com o mesmo maldito desejo

Para ser tocado, ser amada, sentir alguma coisa

Senti algo tocar o meu ombro, imediatamente tirei meu fone. Lalisa estava perto de mim, com um suave sorriso nos lábios. Senti raiva, muita raiva.

- Bom dia, Jennie...- ela sussurrou vindo em direção a minha boca. Eu me afastei, mantendo a pose, sendo indiferente.

- Bom dia, senhora Manoban. O que deseja?- perguntei a olhando profundamente. Ela me encarou confusa, acho que pelo o jeito no qual falei com ela.

- O que foi? Como assim senhora Manoban?- ela riu, a minha vontade foi dar um soco naquela boca, sabe-se lá onde ela enfiou aquela língua na noite passada.- O que eu desejo? Oras, um beijo.

- Isso não posso lhe oferecer. Você já tem alguém para te dar isso. Tenha um bom dia.

Caminhei pelo o vorredor, pronta para começar o dia, mas sou impedida por sua mão a qual segurou o meu braço com força.

- O que você viu?

- O suficiente para saber que sou uma segunda opção nao sua vida. Apenas, profissionalismo a partir de agora, senhora Manoban, sua namorada não vai gostar de saber as coisas que aconteceram naquela viagem.- seus olhos eram desesperados, ela mordia o lábio inferior.

- Hey, não fale isso... eu... ontem...

- Tenha um bom dia, senhora Manoban.

Me virei, sendo infantil o suficiente para trancar a porta.

Seria assim. Ela realmente não se importava.

Sentir (Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora