Sentir (Jenlisa)

Capítulo 23

Pov Jennie

- UMA BONECA! Obrigada, Jen!

- Que bom que gostou, Ari.

Enquanto trocávamos presente, Lalisa tinha a sua atenção voltada no celular, aquilo estava me incomodando um pouco. Fiquei mau por ter xingado ela mentalmente quando ela saiu, era apenas um trote. Sabia que ela falava a verdade.

Despois daquela noite, ela nunca mais foi a mesma. Saía a noite repetidas vezes, sempre surgindo um problema, aquilo já estava me irritando. O ano novo chegou, e como havíamos combinado ficaríamos na casa dos meus pais. Mas mais um vez, Lalisa saiu no meio da madrugada, dessa vez, saindo tão afobada ela esqueceu o celular. Passei horas o encarando, eu sabia a senha, apenas por ser a data de aniversário de Ari. Então no minuto seguinte me sentei vendo que estava aberto em uma janela.

"Você virá hoje? Meus pais também te querem aqui, amor.

Talvez eu vá, Ellen, mas apenas de madrugada.

Tudo bem. Eu te espero. Amo você, Lisa."

Ellen? Lalisa havia me dito que era um trote. Ela estava fazendo alguma brincadeira não era possível, não queria acreditar que ela estava com ela. Estando comigo. Estávamos juntas mesmo?

- Jisoo, Jisoo, pode me levar a um lugar?

- Agora, Kim? São quatro da manhã.

- Por favor.

Meus dedos batiam impacientes em minha perna, minha mão se fechava cada vez mais que nos aproximavamos da tal casa meu sangue ia subindo, a raiva que eu sentia de Lalisa aumentando e eu não queria controlá-la.

- Aonde... hey, espera aí, Jennie!

Saí do carro batendo a porta com força. Toquei aquela campanhia com tanta raiva que me sentia queimar literalmente. Demorou um pouco até uma mulher morena abrir. Ela usava a camisa larga de Lalisa. Ela era a Ellen.

- Pois não?- eu não a respondi nem sequer pedi permissão, a empurrei para o lado, sentindo o ar pesado. Havia uma porta entre aberta, e foi naquela que decidi entrar.

- J-Jennie?

- Sua... filha... da... puta...- eu murmurei incapaz de pensar em qualquer coisa, acertando a minha mão em seu rosto pálido.- Não era apenas um trote, Lalisa?

- Eu...

- Eu, o que, Lalisa? Eu posso explicar? Minha mão também quer explicar muita coisa nessa sua cara! Sua imunda!

- Jennie, vamos sair daqui. Você invadiu-

- CALA A BOCA, JISOO!

- Amor, você conhece essa descontrolada? Olha se você não sair daqui agora eu vou chamar a polícia.

- Responde, Lalisa. Responde se você me conhece?

- Jennie...

- SÓ SABE FALAR ISSO?- eu gritei querendo voar em cima daquela mulher tão irreconhecível por mim.- Porque realmente achei que você mudaria? Acreditei em você. Confiei em você. Eu sinto nojo agora. Você... você é um ser... sem definições. Aproveite a sua noiye, e Ellen, essa descontrolada aqui é a namorada dela. Quer dizer, ex namorada dela.

Puxei Jisoo de volta até o carro, escutando Lalisa me chamar de um modo desesperado, a mandei pra casa do caralho. Que ela ficasse com a Ellen agora. Chorei o caminho inteiro, não conseguindo ficar bem mesmo com as palavras confortáveis de Jisoo, que xingava Lalisa de tudo quanto é nome.

Já amanhecia quando voltamos. Ari estava lá junto aos meus pais, ela me acalmou um pouco.

- Pode nos levar para casa? Vou pegar as minhas coisas e voltar pra cá.

- O que aconteceu a minha filha? Cadê a Lisa?

- Não falem mais esse nome perto de mim. Lalisa não existe mais pra mim... acho que nunca existiu.

- Jen... porque você está chorando?

- Por nada, Ari. Você quer ficar aqui? Ou quer voltar?

- O que a Lili fez, Jen?

- Muitas coisas que me machucaram, Ari.

- Você vai voltar pra cá?

- Vou sim.

- Vou ficar com a vovó e o vovô.

- Volto logo.

Jisoo me levou até o apartamento de Lalisa, tentava focar no agora, na minha vida sem ela. Eu correria atrás das minhas coisas, arrumaria um novo emprego, pagaria a minha faculdade, conheceria outra pessoa. Seria feliz com alguém que me respeitasse. Não era ela que faria isso.

Peguei as minhas duas malas, jogando todas as minhas roupas ali, não tinha tanta coisa. Louis se deitou na minha cama, seus olhinhos estavam triste, acho que ele sentia que tudo seria diferente.

- Oi, meu pequeno Louis... você foi o melhor amigo e a melhor companhia que eu já tive... não fique triste, tenho certeza que a próxima diarista que vier vai te amar mais que eu, não gosto da ideia, vou ficar com ciúmes se você a ajudar a matar uma barata. Nunca vou te esquecer minha bolinha.

Ver o quarto vazio fez o meu coração doer muito. Louis me seguiu até a porta, mas antes que eu pudesse abrir, Lalisa fez isso.

- Não vai embora, Nini, por favor.- seus olhos estavam vermelhos, junto ao seu rosto.- Vamos conversar.

- Não tem nada a ser dito, Lalisa. Já esvaziei o meu quarto, Ellen não vai ver um rastro meu. Ari quer ficar na minha casa, pode passar lá para buscá-la.

- Ellen não vai vir pra cá.

- Não me importo.- dei um passo querendo sair, mas fui impedida.

- Amor...

- Seu amor é a Ellen, sempre foi. Feliz ano novo, Lalisa.

***

Vocês acreditam no poder do amor?