Capítulo 30

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Eu e Lalisa voltamos a ser quem éramos aos poucos, ela me levava pra saí, e aos poucos o meu coração ia cedendo, apenas um passo de cada vez. Visitava o orfanato toda a semana e a cada dia me apaixonava mais por Chunghee.

Em uma quinta-feira, Lalisa me disse que iria comigo até lá e claro que eu aceitei a ideia. Quando ela chegou na casa dos meus pais peguei o presente que havia comprado para Chunghee e logo entrei no seu carro.

- Gostei da iniciativa em ir comigo.- falei após receber um selinho seu.

- Podemos passar no edifício antes? Acho que esqueci a minha carteira e eu preciso comprar a ração do Louis.

- Claro.

O percuso até o seu apartamento foi rápido, falei que esperaria no carro mas de tanto que ela insistiu para mim subir, eu acabei indo.

- Você está estranha, Lisa.- ela riu negando com a cabeça e entrelaçando as nossas mãos.

Caminhamos assim até o destino final, ela me deu passagem para entrar e ao olhar para sala, meus olhos se arregalaram tanto que eu pensei que iria sair rolando.

- Oi, tia Jen!

- Chunghee?- eu me ajoelhei na sua frente, ainda não ententendo o que estava acontecendo, abracei o seu corpinho para logo depois encarar Lalisa.- O que ele está fazendo aqui?

- Digamos que agora... ele mora aqui.

- O que?!

- A tia Lisa me adotou! A canetinha da sorte deu certo, tia Jen!

- Lisa...?

- Eu apenas fiz a parte mais complicada, Nini. Chunghee agora é nosso.

Espera. Nosso?

- Tive a ousadia de colocar o seu sobrenome nele, Jennie. Não me odeie, por favor.

- Viu, tia Jen, agora tenho um sobrenome. Chunghee Kim Manoban!

Ok. Lalisa o adotou, e colocou o nosso sobrenome naquele pequeno garotinho que a um tempo atrás era apenas um menino esperando por pais adotivos, achando que uma canetinha o daria sorte.

Lalisa não tinha limite.

Eu me levantei e me coloquei em frente de Lalisa, ela me olhava com um certo medo, mas tinha uma leve certeza em seu olhar. Será que ela sabia que naquele minuto eu era a mulher mais feliz do universo?

- Eu vou te matar, Lalisa...- sussurrei indo abraçá-la fortemente, tentando dizer sem palavras o quanto eu estava grata a ela, o quanto eu ainda a amava, será que um dia ela entenderia que o meu mundo não seria o mesmo sem ela?

- E eu vou te amar pro resto da minha vida, Jennie...

Nunca pensei que suas frases meio conquistadoras um dia seria a única coisa que eu desejaria ouvir em uma mar de desespero ou emoção qualquer. Porque eu tinha que ser tão dependente a ela?

- Isso é mesmo verdade? Tipo, ele é o nosso filho agora, ele não pode voltar para o orfanato, certo?

- Creio que esteja tudo certo agora.- olhei para trás vendo o menino distraído com Louis que rolava no chão querendo a atenção.  Os braços de Lalisa me envolveram por trás, e o seu rosto se escondeu em meu pescoço, sentia a sua respiração fraca e um pequeno sorriso.- Tenho mais uma coisa na qual queria te mostrar.

- Acho que só o Chunghee está de bom tamanho para mim.

- É pra vocês dois agora.

Depois daquilo eu enchia o menino de beijos e o apertava em um abraço quase sufocante, igual minha mãe fazia em mim, e igual eu fazia com Ari. Ele ria, e tentava me abraçar de volta, mas seus braços eram pequenos. Ele era uma criança de quatro anos adorável. E eu o protegeria de todo o mau do mundo.

- A tia Lisa estava nervosa.

- Você já sabia disso antes de mim?

- Ela foi no orfanato depois daquela doação que vocês fizeram, ela me pediu para não te contar que seria uma surpresa, eu não entendi muito bem. Depois percebi que eu era a surpresa.

- A melhor surpresa!

- Está feliz, tia Jen?

- Você não imagina quanto!

Lalisa havia saído rapidamente dizendo que resolveria coisas da sengunda surpresa. Claro que eu fiquei desconfiada, mas ela jurou de pés juntos que não estava fazendo nada demais e que era exclusivamente para a a tal surpresa.

- Olha o que eu comprei pra você.

- Um estojo de canetinhas! Olha o tanto de cores! Olha tem até azul marinho! Muito obrigado, mamãe!- eu tremi e sorri quando ele me abraçou de um modo caloroso. Acariciei os seus fios deixando um beijo em sua bochecha branquinha.

- De nada, meu amor. Vamos fazer um desenho bem colorido?

***

A Ellen está muito quieta na minha humilde opinião...👀

Sentir (Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora