Depois de perder a sua namorada em um trágico acidente, Lalisa começa seguir a sua vida, mesmo achando que aquilo seria difícil. Em meio a tudo isso, Lalisa contrada uma diarista para ajudar com as tarefas domésticas. O diferente, é que Jennie Kim é...
- Porque tenho que ir com a senhora para Filipinas?
- De início não te chamaria, mas Ariana irá comigo e ela se deu bem com você, preciso de alguém que cuide dela.
- Tenho certeza que pode arrumar alguém lá.
- Para que contrataria alguém sendo que tenho você? Vou te dar um aumento mensal se aceitar ir.
- Por quanto tempo?
- Duas semanas. Tem até quinta-feira para me dar uma resposta.
- Quinta-feira... espera quinta-feira é amanhã!- o canto da sua boca esboçou um sorriso e ela balançou a cabeça com plenitude.
- Vejo que não está perdida no tempo. E então?
Não queria ir, ainda mais com ela. Mas gostava de ficar com Ariana, e também teria um aumento considerável.
- Tudo bem, eu vou.
- Sabia que aceitaria.
Então convencida o suficiente ela se retirou me deixando ali com a boca entre aberta. Era muito ousadia a dela.
Então dediquei a noite para arrumar a minha mala, avisei aos meus pais sobre a viagem meio repentina, e mesmo tendo que ouvir muitas coisas, como lá é um lugar perigoso, e se algo acontecer? E se o avião cair? E se essa tal Lalisa está querendo te sequestrar? Várias barbaridades que tive que ouvir até de fato eles aceitarem.
- Oi, Jennie! Está animada?
- Na medida do possível.- murmurei ajudando o motorista a colocar as últimas malas no carro, aquela ingrata nem se preocupou em ajudar. Coloquei o cinto em Ariana e por fim entrei. Lalisa me encarava e eu jurava que havia um sorriso vitorioso em seus lábios. Evitei ao máximo olhá-la, mas era como se tudo dependesse apenas dos nossos olhares juntos, aquilo me assustava, mas me dava sensações boas.
Era a minha primeira vez andando de avião, mas tentava a todo modo fingir que era a coisa mais normal do mundo, Ariana estava no colo de Lalisa no décimo sono, já sabia que ela tinha um sono pesado e dormia em qualquer horário. Quando embarcamos, senti que desmaiaria e quando o avião começou a subir, soube que morreria.
Fechei os olhos com força, rezando, não querendo morrer. Até sentir uma mão maior e macia em minha coxa, me arrepiei ao ver que era Lalisa, como se fosse a coisa mais normal do universo, senti o seu carinho ali, e me acalmei um pouco, até perceber que tudo estava bem. Mas em nenhum momento aquela mão saía dali, mesmo sendo estranho, era bom.
Chegamos quando escurecia, Lalisa confirmou que Ariana só acordaria no dia seguinte, então seguimos para o hotel. Louca apenas para tomar um banho e deitar em uma cama confortável, veio a notícia na qual eu dormiria junto as duas. Em relação a Ariana não tinha nenhum problema, uma vez ela acabou pegando no sono em meu quarto enquanto eu lia um livro para ela, e dês de então algumas vezes ela dorme comigo. Lalisa era o problema, não um problema, mas seria curioso.
Havia duas camas de casal ali, logo me sentei em uma delas, vendo Lalisa colocar Ariana na outra. Esperei até que ela usasse o banheiro, indo me deitar ao lado de Ari.
- Poderia dividir a cama comigo, Ariana ocupa bastante espaço e se mexe muito de madrugada.
- Consigo lidar com isso, não se preocupe, senhora Manoban.
- Não quero que tenha uma noite mau dormida, Jennie. Eu não mordo. Só se você pedir...
Prendi a respiração na hora que ela lançou aquela última frase. Era cachorra pra moder alguém?
Me levantei me encontrando mais uma vez correndo para longe dela. Aquela água quente me relaxou e me deixou com mais sono. Me enrolei em um roupão que encontrei ali mesmo, vendo Ariana dominar a cama quase inteira. Reclamando e murmurando me deitei junto a Lalisa, me mantendo longe, quase caindo da cama.
Quase pegando no sono, já me sentindo distante do mundo, me sinto ser puxada. Achando que estava sonhando, murmurei sentindo um corpo quente em minhas costas. Abri um dos olhos vendo que estava praticamente grudada com Lalisa, e um dos seus braços passavam por minha cintura. Estávamos literalmente abraçadas como um casal faz. Me senti desesperada mas confortável, querendo matá-la, mas querendo apenas retribuir.
Era o cansaço não tinha outra explicação plausível para aquilo.
- Prefiro que fique grudada assim comigo, ao invés de estar grudada com a cara no chão...
- Eu... eu não iria cair, senhora Manoban...
- Mesmo assim, dormir assim é bem mais confortável...
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