Sentir (Jenlisa)

Capítulo 17

Voltamos para casa junto ao por do sol. Ari estava melhor e dormia quando chegamos. Lalisa deu um banho frio nela, que choramingou pelo o contato da água, mas foi recomendando para a sua febre ficar estabilizado. Quando ela saiu, a vesti com roupas quentes e logo estávamos ali tentando dar algo para ela comer. Mas foi falho.

Ela dormiu umas horas depois, sem febre mas ainda com tosse e algumas dores, que passariam conforme os dias.

- Você vai ficar no quarto, e quando eu acabar você vem.

- Mais alguma objeção?

- Não saía de lá.

Eu ri quando Lalisa me empurrou literalmente até o meu quarto. Ao pegar meu celular vi algumas mensagens de Toby, e a única coisa que pude fazer foi me desculpar pelo o furo que dei. Tomei um banho demorado para tirar toda a tenção que o começo do dia me causou. Coloquei um vestido simples e solto amarelo e enquanto Lalisa preparava tudo, eu fazia uma maquiagem simples cantarolando junto a música que tocava em meu celular.

Depois de um longo tempo, ouvi duas batidas na porta, e ao abrir encontrei uma Lalisa - além de tímida - linda. Aqueles fios castanhos presos em um rabo de cavalo alto, e aquela franja perfeitamente alinhada, suas bochechas estavam rosadas e havia um sorriso querendo brotar em seus lábios.

- Você está incrível, Jennie.

- Você também, Lalisa.

A segui até a varanda, encontrando um ambiente completamente romântico, com direitos a velas, vinho e uma música bem suave quase inexistente. Havia uma mesa de madeira ali, vi os dois pratos muito bem elaborados e sorri para ela, que ainda me parecia bem tímida não querendo olhar para mim.

- Você me surpreende a cada dia, Lalisa. Isso está lindo.

- Que bom... que bom que gostou.

Ela puxou a cadeira para mim em um ato de cavalheirismo aquilo por si só foi incrível, ver Lalisa em um modo romântico era surpresa para mim.

- O que geralmente as pessoas fazem em um encontro?

- Nunca foi a um encontro?

- Hum, pra ser sincera não.

- As pessoas se conhecem, o que o outro gosta e assim vai.

- Hum, então me diga. Do que você gosta?

- De muitas coisas, músicas, literatura, filmes românticos. E você?

- Eu gosto de você.- a sua resposta me pegou de surpresa, seu olhar não saía das suas mãos, ela sorria, queria me olhar mas não conseguia.- Isso conta, não conta?

- É... acho que sim.

Jantamos em um clima muito agradável, sorria quando a mão de Lalisa pousava em cima da minha, aquilo me causava choques. Quando terminamos, ainda conversamos mais um pouco até que a música lenta aumentou, ela se levantou estendendo a mão para mim, fiquei sem saber o que fazer naquele momento.

- Dança comigo...?

Ela sussurrou, dessa vez me encarando com intensidade. Eu a segui até um espaço considerável, suas mãos pousando em minha cintura, e as minhas seguiam pelo os seus ombros até  o seu pescoço. Parecia que dessa vez os nossos olhos não queriam sair um do outro, ou era porque não tinha algo mais interessante além de nós duas. Deitei a minha cabeça em seu ombro, sorrindo cada vez mais largo ao perceber a sua atenção em mim.

- Gosta de ficar comigo, Jennie?

- Huhum. Tinha medo de você antes, mas começo a mudar a minha ideia em relação a tudo, em relação que se diz a você.

- Sempre gostei de você, sei lá, você chegou aqui causando tanta bagunça que acabou bagunçando o meu coração. E eu gosto disso.

- Gosto de você também, Lisa.

- É a segunda vez que você me chama de Lisa. Isso me dá mais certeza de uma coisa.

- Do que?

- Escute a música e absorva.

Domingo, quando não respondo chamadas ou mensagens

Não estou no clima para nada

Embora não seja muito comum, eu me canso disso

Eu me sinto indefesa agora

Mas ainda sinto que posso salvar alguém

Eu ouço sua voz

No barulho, o tempo para

Estamos conectadas pelo som

Quando eu fechar meus olhos

Na escuridão, sua luz

Ilumina o caminho para mim

Podemos caminhar sem medo, você e eu

Não importa o quão longe estamos

Sempre brilha no meu coração

Você é minha luz, você é minha luz

Não importa o quão longe estamos

Sua luz brilha em mim

Sua luz brilha em mim

Todos os anjos que conhecem a dor

Voam em asas machucadas durante a noite

Sempre que eu penso no amor

Sempre que eu penso no amor

Não quero escutar apenas músicas alegres

Eu vou enfrentar minha solidão, colorir a minha vida

Perder e ganhar, mas ainda procuro por algo hoje

Sim, eu acredito que as coisas vão mudar

Ninguém é perfeito

Mesmo este momento, tem seu próprio significado

E estamos conectadas pelo som

Eu a olhei meio confusa, sabendo e não sabendo ao certo o que tudo aquilo significava. Eu tremia, eu chorava, eu a abraçava diria até que a amava.

- Sente o que eu sinto? Acha que os nossos corações conversam quando nós não? Sinto que ele está com você dês que entrou aqui. Não planejo falar mil palavras românticas, e também não sei. Apenas quero você aqui, quando eu acordar, quando eu for dormir, quando eu chegar do trabalho, mas não como a minha diarista, mas como a minha namorada. Não sei ao certo, não vou te pedir em namoro, eu te considero assim, espero que seja recíproco. Apenas te amo, Jennie. Apenas isso. Eu te amo.