Sentir (Jenlisa)

Capítulo 14

- Vamos passear com o Louis, Ari? Cadê o seu casaco?

- Eu vou pegá-lo. Só um minuto, Jen!

Em pouco tempo estavamos dando algumas voltas no quarteirão, andamos até uma cafeteria que tinha ali perto, Ari logo me pediu rosquinhas, e eu achei uma boa ideia. Nos sentamos no lado de fora quando fiz o pedido e animadas conversamos sobre qualquer coisa, até havia me esquecido da raiva idiota que estava tendo por Lalisa, acho que ela era a última coisa que eu deveria pensar naquele momento.

- Está animada para o natal?

- Hum, meus natais são parecidos, fico com a Lili assistindo desenhos e comendo pizza. Agora você pode fazer isso com a gente, não pode?

- Vemos isso depois. Acho melhor irmos, está ficando frio.

Ajudar Ariana no banho já estava sendo algo rotineiro para mim, e colocá-la para dormir se tornaria algo bem comum também. Nos sentamos ali no meio da sala, e enquanto ela assistia algo na TV eu escovava os seus cachos loiros. Estava para nascer uma criança mais linda que Ariana. Queria eu um dia ter um filho tão lindo assim, claro, se eu tivesse um algum.

A porta se abriu e eu já sabia quem era apenas pelo o perfume que o vento trouxe. Não a encarei, agi naturalmente, ainda concentrada em arrumar o cabelo da pequena.

- Oi, Lili!

- Oi, Ari. Como foi o seu dia hoje?

- Muito legal, levamos Louis para passear e depois comemos rosquinhas com chocolate quente!

- Uau, vejo que se divertiram hoje.

- Prontinho, Ari.

Me levantei indo em direção ao corredor para guardar algumas roupas e outras coisas nos seus devido lugares. Mais uma vez, sentindo a sua presença atrás de mim.

- Não pode me ignorar para sempre, Jennie.

- Não estou te ignorando, senhora Manoban. Apenas fazendo o meu trabalho.

- Não entendo o porque está tão brava comigo, Jennie.

- Não tem motivos, senhora Manoban, sentimentos além do profissional não faz sentido. Não aqui. Com licença.

Saí com um ar de dona da situação, sentindo o mundo sair de cima das minhas costas. Com culpa de algo que não sabia. Querendo matá-la por viver a sua vida pessoal. Querendo o seu toque novamente. Querendo me esquecer de tudo maravilhoso que aconteceu naquela viagem. Viver a minha vida era o que eu deveria fazer. Ela não devia nada a mim, nenhuma explicação e nem eu a ela.

- Chae, está disponível hoje?

- Só falar onde e que horas.

- Lembra daquela boate que fomos ano passado?

- Como me lembro, você deu o seu primeiro pt lá!

- O que acha se dermos uma passada lá? Faz tempo que não saímos juntas.

- Claro, estou no tédio mesmo.

- Quando eu estiver pronta te mando uma mensagem, ok?

- Fechado, Kim. Até.

Fiz a janta de um modo animada, sabia que tinha muita gente atraente naquela boate, porque não aproveitar? Ari me ajudou a colocar a mesa, tudo aos olhos de Lalisa, que fingia digitar em seu laptop mas me encarava. Sentia isso.

Enquanto elas comiam, corri para me arrumar, nada tão elaborado, uma saia e uma blusa que deixava a minha barriga à mostra. Nada de especial no cabelo, cachos feitos com a chapinha e uma maquiagem leve.

- Sem saltos dessa vez, cadê o meu vans branco, Louis? Não me diga qud você fez ele de brinquedo? Ah, achei.

Logo coloquei Ariana para dormir, recebendo vários elogios da mesma. Mandei uma mensagem para Chaeyoung e decidi deixar meu celular em casa carregando. Lalisa estava na sala quando passei, nós nos encaramos por poucos segundos.

- Aonde vai?

- Minha vida pessoal não lhe diz respeito, senhora Manoban.

- Para com isso, Jennie. Não acredito que está agindo feito uma criança.

- Tenha uma boa noite.

Ao descer, sorri largamente ao ver Chae já me esperando. Em pouco tempo o caminho já estava sendo traçado por ela.

Pov Lalisa

Me odiava aquilo era fato, fazer aquilo ontem a noite me trouxe uma das coisas que eu menos queria. A indiferença de Jennie. Não sabia se era certo, eu também havia sido muito rude com ela no começo, mas agora, logo agora eu começava a entender que Jennie era uma garota tão única que a vontade de tê-la só pra mim aumentava em meu coração a cada minuto.

Ao vê-la saindo, me senti fazia. Sabia que havia sido uma idiota em relação a Lucy, acho que tomei vinhos demais, ir pra cama com ela não era o que eu queria, de longe eu queria aquilo.

- Ai, Louis, o que eu faço agora? Jennie me odeia tanto. Eu me odeio tanto. Me ajuda, amiguinho.

Ele se deitou ao meu lado, pedindo carinhos na barriga, folgado o suficiente para colocar a língua de fora.

Quando me senti cansada, segui pelo o corredor escuro, parando na porta do quarto de Jennie. Entrei sem motivo algum, o vendo bem mais vivo do que era antes dela se mudar. Animado, com algumas fotos na parede, vi que o seu celular estava ali, ela não queria que eu a ligasse, acho que ela sabia que provavelmente faria aquilo.

Acabei pegando no sono, ali na sua cama mesmo.