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Provavelmente aquilo seria apenas mais uma das suas pancada da noite, em que ela imaginava coisas ou via vozes, ou ouvia corpos. Segundo ela era assim que se sentia quando estava a ter um ataque.

Eu não sabia bem o que ela sentia, mas decerto era algo insano e questiono-me várias vezes sobre o porque de ela nunca se ter matado, sei que já tentou, mas é como se de certo modo ela se conseguisse controlar.Atenção isto são tudo palavras dela.

Eu não saberia viver com o peso na alma de Diana morta, não antes de ligar este tipo de conexão estranha com ela.

Neste momento o meu corpo estava sentado numa cadeira rija azul do hospital , e à mais de três horas que estava ali e nenhum médico me dizia nada a respeito dela..

Esquizofrenia não é ? - pensei e coloquei os fones em ambos os ouvidos - vamos lá descobrir o que é que ela ouve , ou vê. Não deve ser tão mau assim como o descrevem .

Ela provavelmente estaria a ter um ataque agora pois eu ouvia gemidos de aflição vindos da sala onde ela estava , e queria correr, mas cada vez mais pessoas entravam na sala , saído de lá algumas brancas e com arranhões. O que é que ela estava a fazer!?

Para tentar acalmar-me , ou não coloquei os fones e cliquei numa pequena simulação de 3 minutos para ouvir as vozes, e fiquei deveras terrificado, na descrição indicava que aquilo era apenas uma pequena amostra do que realmente acontecia pois na verdade era bastante pior.

Coloquei de novo o telemóvel no bolso batendo com o pé repetidamente no chão, alguns médicos iam saindo e entrando agora menos em "pânico " mas mesmo assim com caras aterrorizada e sempre que olhavam para mim era com pena e era como se mentalmente me dissesem que um deles tinha morrido.

Foi um choque saber que ela estava grávida, mas eu sabia , sabia que o bebé não iria sobreviver , eu conheço-a ela acabaria por o matar mesmo sem querer com uma das suas manias estranhas de se levantar Às 4 da manhã e ingerir uma quantidade excessiva de comprimidos , acabando , eu por ter te lhe enfiar os dedos na boca para que ela vomitasse.

Eu um dia hei de escrever um livro sobre todas as histórias cómicas que tive com ela, ela apesar de ser assim é boa rapariga.

E por vezes eu sinto que de alguma forma nunca aproveitei bem o quase ano que estive com ela.

Mas magoa-la é uma necessidade que eu tenho, e bem diga-mos que ela também tem uma tendências um pouco massoquistas.

Diana

Eram aos montes , diziam que eu era estúpida , obrigavam me a saltar , e a atravessar a estrada, gritavam que eu era estúpida , inútil.

Estava atrás de mim , a dizer que eu era horrível, diziam estar atrás de mim a ver.

Eles sabiam , todos os meus segredos. A televisão, misturava-se com tudo o resto, era horrivel ,eram como pássaros que bicavam o meu cérebro , respiravam ao meu ouvido e eu podia senti-los a aproximarem-se , a dizer que eu era nojenta.

As pessoas eram más, e riam-se de mim .

O meu corpo caiu no chão e eu podia ver a escuridão formar-se à minha volta.

Eu tinha de me controlar e pensar que não passava de uma alucinação, sabia , sentia-me acordada mas não via onde estava só podia ver o preto, e ouvir os corpos enquanto sentia as vozes como facadas , os pequenos corpos podiam ser confundidos como corvos que me bicavam uma e outra vez, e eles repetiam-se.

Sentia-me com vontade de me levantar mas elas obrigavam-me a manter-me quieta.

" És inutil , és uma estúpida de merda, nem de ti sabes cuidar, o teu bébe vai morrer, o Louis vai-te matar e a culpa é de seres uma atrasada mental , atrasada mental , atrasada mental 

Submissa | L.TOnde histórias criam vida. Descubra agora