Capítulo 6

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Algumas horas depois, um grito assustador acordou Ethan.

Ele acendeu o abajur na mesa de cabeceira. Sophia, do outro lado da cama, estava segurando o braço cheio de cicatrizes e gemendo, como se estivesse com dor. A cabeça dela se debatia no travesseiro e ela falava em uma língua que ele não conseguia identificar.

A dor em sua voz gelou Ethan e o fez sacudi-la pelos ombros. — Sophia! Sophia, acorda! Você está tendo um pesadelo.

Ela abriu os olhos olhando em sua volta, confusa por um momento.

— Ah, droga! Sinto muito. — Sophia se sentou e apoiou-se na cabeceira da cama, e fechou os olhos por um momento. — Essa é a razão pela qual não durmo fora de casa, Ethan. Tenho pesadelos horríveis. — Sua voz estava trêmula e sua respiração ofegante. — Volto já.

Ela saiu da cama, atravessou a sala e entrou no banheiro. Eles nunca me deixarão em paz?

Ela enrolou o cabelo num coque solto e molhou os pulsos, o rosto e a nuca.

O espelho refletia para ela grandes, assustados olhos castanho-escuros e lábios brancos num rosto pálido. Eles não eram nem seus olhos, nem suas feições. Pertenciam a um fantasma, não a ela.

Sophia ouviu uma batida e virou-se. Ethan estava apoiado no batente da porta, braços cruzados sobre o peito largo, observando-a com olhos preocupados. — Tudo bem?

— Não. — Ela fez uma careta. — Mas vai ficar.

— Quer um vinho do Porto? Ou um uísque? — Ele entrou no banheiro e colocou uma camiseta branca de algodão na pia. — Vou esperar por você na sala.

— Espera. — Sem pensar, ela agarrou o punho dele, para logo depois largar. Cuidado, Sophia. Você vai assustar o homem na primeira noite. — Err... Já vou...

Ele passou um braço ao redor de sua cintura, puxou-a para o peito e com a outra mão, aninhou a cabeça dela no peito. — Estou aqui.

Tão atencioso, Ethan. Ela deu-lhe um pequeno sorriso. — Vamos tomar um Porto.

Ele a vestiu com a camiseta, que ficou no meio de suas coxas.

— Gosto de você na minha camiseta. — Ele sorriu para ela, levando-a para o sofá. Servindo-os de Porto, Ethan entregou-lhe o copo de cristal e sentou-se ao lado dela, um braço em seu ombro, puxando-a para ele. — Conte-me sobre o sonho.

— Não foi um sonho. — Ela balançou a cabeça e tomou um gole de vinho. — E eu não falo sobre isso.

— Como você foi baleada? — Ele tentou novamente.

— Ethan, por favor, deixa para lá. É um assunto muito doloroso. — Pela primeira vez, ela olhou em volta; contemplando a elegante sala de estar com seus livros e suas pinturas enfeitando as paredes.

Ela colocou o copo na mesinha e levantou-se do sofá para examinar as prateleiras. Por cima do ombro, ela sorriu para ele. — Nós realmente temos gostos parecidos.

Ele terminou seu vinho e aproximou-se dela por trás falando no seu ouvido: — Eu sabia que você era perfeita para mim no minuto em que te vi. — Ele mordeu o lóbulo da orelha dela, levantando a bainha da camiseta para encontrar seu quadril, acariciando-a. — Venha para a cama. Vou fazer você esquecer o seu sonho.

 Vou fazer você esquecer o seu sonho

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