Capítulo 21

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Domingo, 14 de fevereiro de 2010

12:35

Sophia acordou com o som de seus próprios gritos.

Toda vez que ela tinha o mesmo pesadelo – pelo menos uma vez por semana, desde que sequestraram Gabriel – acordava gritando. E não ser capaz de lembrar o que aconteceu antes de acordar no hospital a deixava ansiosa e angustiada pelo resto da noite. Os medicamentos pesados tinham trazido algum alívio antes, mas Sophia jurara nunca mais tomá-los.

Será que vou me lembrar algum dia? Ah, Deus. Queria tanto que isso acabasse. Ela se sentou na cama com a cabeça entre as mãos, uma pulsação dolorosa nas têmporas, quando uma batida soou na porta. Droga.

Ela colocou um robe e abriu a porta um pouco.

Alistair, Alice e Leonard estavam lá.

Droga. Droga. Droga.

— Você está bem, Sophia? — Alice perguntou. — Alistair ouviu você gritando e me chamou.

 — Alistair ouviu você gritando e me chamou

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Alistair observou as feições de Sophia. Os pontos marcavam a testa logo acima da sobrancelha e uma grande mancha roxa ia do corte até embaixo do olho. Seu rosto estava pálido e seus lábios não tinham cor. Os olhos castanhos escuros dela estavam arregalados e assombrados.

— Desculpa ter incomodado vocês. Estou bem. Foi apenas um pesadelo. — Ela tentou sorrir, mas acabou fazendo uma careta.

— Uma bebida te fará bem — disse Alistair, com voz firme e autoritária, reprimindo uma emoção profunda que se agitara dentro dele; algo que ele não queria reconhecer. No entanto, queria acalmar e confortar essa mulher vibrante, que parecia perdida em longas sombras, e levá-la de volta ao calor de sua própria luz. — Vou acompanhá-la.

Sophia não se deu a chance de recusar. — Ok. Só um minutinho.

Ela saiu vestida alguns minutos depois com uma camiseta de mangas compridas, um cardigã de caxemira cinza, jeans e botas pretas.

Recostado no batente da porta, Alistair estava à espera dela, parecendo ter saído da capa de uma revista, mesmo a esta hora da noite. Um suéter verde-escuro de gola V cobria seu peito perfeito e realçava seus olhos. — Vamos?

— Mais uma vez, me desculpe por ter incomodado vocês — disse ela em uma voz pouco mais alta do que um sussurro.

— Eu estava acordado e meu quarto fica ao lado do seu. Por isso ouvi você. — Eles desceram as escadas em silêncio e se encaminharam para a biblioteca. — O que vai querer?

— Uísque. Puro.

Ele serviu os dois e colocou alguns cubos de gelo em seu copo. — Toma. Uísque escocês como bebemos na Escócia. Puro. — Ele se sentou ao lado dela no sofá, esticando as longas pernas e cruzando os pés nos tornozelos.

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