Capítulo 47

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Alistair estreitou os olhos para a cena de Sophia rindo de algo que um homem loiro estava dizendo.

Raiva ferveu em suas veias quando o homem se aproximou dela para dizer alguma coisa, e ela colocou a mão sobre o seio direito, um gesto inconscientemente sensual, rindo mais ainda.

O homem pôs a mão no ombro dela, rindo com ela.

Antes que Alistair percebesse o que estava fazendo, aproximou-se deles com a leveza de uma pantera e parou ao lado deles.

Às gargalhadas, nenhum dos dois percebeu sua chegada.

Ele limpou a garganta. — Não estou atrapalhando, estou?

— Alistair! — Sophia pulou e sorriu para ele. — Não, claro que não. Este é o juiz Albert Ackerman. Albert, este é um amigo meu, Alistair MacCraig.

— Como vai? — O homem loiro estendeu a mão para apertar a de Alistair.

— Meritíssimo. — Alistair sacudiu-a brevemente e desencorajando mais intimidade, virou-se para Sophia, segurando-lhe a mão e informando-a com voz gelada: — Pedi que nossas bebidas e charutos fossem levados para nosso jardim particular.

— Ah. — Ela pareceu surpresa. — Eu...

— Boa noite, meritíssimo. — Alistair inclinou a cabeça em um movimento brusco para o homem loiro e arrastou Sophia, que acenou apressadamente para o amigo e tropeçou atrás de Alistair.

— Espera. Espera! — Sophia puxou a mão dele e parou quando chegaram à porta do chalé. Ela apertou os olhos para examinar sua expressão na noite sem lua e respirou fundo quando sentiu seu humor sombrio.

— O que você acha que está fazendo? — A voz de Alistair era baixa e carregada de desconfiança.

— Como assim?

Exasperado, ele a imitou: — Este é um amigo meu.

— Bem, eu não tinha certeza de como apresentá-lo — respondeu ela. — Eu não quis dizer...

— Namorado, amante, o que seja. Não um amigo. — Ele soltou a maçaneta da porta, deixando a porta aberta, e andou de volta em direção a ela. — Você fode com seus amigos, Sophia?

— Alistair... — Ela estava completamente chocada com sua raiva repentina.

— Estou em um relacionamento com você, como você me pediu. Mas ainda assim, eu sou um amigo? — Ele colocou seus antebraços na parede externa do chalé e enjaulou-a entre seus braços e corpo. Seus olhos se estreitaram. — Do que vocês dois estavam falando?

— Nós estávamos conversando sobre um caso engraçado que ele julgou ontem...

A mão grande de Alistair disparou contra a garganta dela.

— Não minta — avisou ele e apertou os dedos, quase cortando o ar. — Percebi sua linguagem corporal. Íntima demais.

Quando a mão dela envolveu o punho dele, ele soltou a garganta dela, chocado com sua própria reação violenta. Ele então levou a mão até o rosto dela.

Sophia sentiu os próprios dedos, ainda em volta do punho dele, contra seu queixo. Foi quase um gesto gentil, apesar da raiva em seus olhos. Ela engasgou e tossiu levemente, tocando a garganta com a outra mão.

— Você está louco?

Ele estremeceu. Desde que ele conheceu Sophia, ele vinha se comportando e tinha inconscientemente suprimindo sua raiva contra Heather, enquanto também negava a si mesmo e evitava extravasar suas emoções negativas com mulheres descartáveis. Ver Sophia com outro homem tinha sido demais. Ele não poderia passar por esse tipo de dor e traição novamente.

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