Capítulo 36

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O sol começando a se pôr começou a colorir o céu de rosa e laranja, transformando uma paisagem já adorável em uma vista superlativa, perfeita para o passeio de Sophia e Alistair, que, de mãos dadas, iam em direção ao labirinto verde.

— Seu irmão é uma contradição — disse ela, hesitante. — Ele é intratável um momento, e bom no outro. Ameaçador um momento, depois, protetor. Ele é tão difícil de entender. Mesmo com você, ele tem humor volátil.

— Ele desconfia de você e a culpa é minha. — Ele fez uma careta para si mesmo. — Dê-lhe algum tempo para que ele te conheça. Ele vai se aproximar.

— E apesar de sua grosseria, há algo... — A mão dela roçou as folhas aparadas das cercas de ciprestes que formavam o alto labirinto enquanto sua mente buscava por palavras. — Algo que me faz gostar dele. Ele é inteligente, criativo e atencioso. É muito protetor da sua família. Mas ele também é muito severo.

— Você teria gostado do Tavish Uilleam de antes da guerra. Ele era alegre, sempre alto astral. Costumava fazer todos ao seu redor rir. — Ele suspirou. — Agora, ele é triste e soturno.

— O que aconteceu?

— Ele não fala sobre isso conosco. — Ele balançou a cabeça, triste. — Tudo o que sabemos é que ele e a namorada foram capturados numa emboscada e mantidos prisioneiros de guerra por meses. Ela foi decapitada e ele foi baleado na coxa enquanto escapava e depois resgatado por uma equipe de operações especiais.

— Ah, meu deus! — Sophia ofegou. — E ele não fala sobre isso? Nada?

Nae — Alistair respondeu ao se sentar ao lado dela em um banco no meio do labirinto. — Ele vai ao psiquiatra em Londres duas vezes por semana, mas isso é tudo.

— Lamento.

— Sim, eu também. — Ele suspirou.

Ela se virou, descansando a parte superior da perna e o joelho no banco e ele colocou um braço em volta dos ombros dela, entrelaçando o cabelo que caía sobre ele em seus dedos.

— Devia ser proibido ser tão bonito. — Ela levantou os dedos, acariciando os cílios e as sobrancelhas dele.

Como um toque tão simples e gentil pode ser tão excitante? Alistair sentiu o corpo todo se acender com aquela simples carícia e sorriu para ela. — Devia?

Com certeza! — Esses seus olhos verdes deixam as folhas da floresta amazônica envergonhadas. E seus cílios escuros os tornam ainda mais surpreendentes. — Ela segurou o rosto dele nas mãos, deslizando um dedo sobre o nariz e mandíbula quadrada lentamente. — Seu nariz majestoso — e deslizando mais o dedo —, sua boca. Tudo em você é viril e autêntico. Você é... de tirar o fôlego.

— Você está roubando minhas falas. O que devo dizer agora? — Ele emoldurou o rosto dela com as mãos e a cabeça inclinada, estudando-a. — Vamos para o meu quarto. Ou o seu.

Ela piscou, sentindo-se queimada pelo seu olhar ardente. — Alistair, não insista.

— Eu quero você, Sophia. Muito. — Seus lábios roçaram os dela, acariciando suavemente, antes de pressionar levemente a língua na costura de seus lábios. — Você me transformou em uma fera gananciosa e faminta. — A Bela e a Fera. Faz sentido.

— Posso te dar uma amostra. — Ela abriu os lábios para ele como uma flor em busca de água e fechou os olhos para desfrutar de toda a paixão que ele colocou em um beijo simples.

Os lábios de Alistair eram quentes e macios. E inflexíveis, exigindo rendição total.

— Não quero uma amostra. Quero tudo. — Suas mãos soltaram seu rosto para vagar por seus ombros e lentamente para baixo de seu corpo para encontrar seus seios e espalmá-los sobre seu suéter de cashmere.

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