Capítulo 24

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Sede do Banco da Cidade de Londres

Terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

20:30


O prédio estava praticamente vazio. Passos pesados no piso de mármore ecoavam nas paredes.

Impaciente, Alistair abriu a porta e convidou o homem para o escritório. — Boa noite, Batista. Você trabalhou rápido, como sempre.

Sua certeza sobre o profissionalismo do detetive estava implícita.

— Sr. MacCraig, o senhor sabe que meus relatórios são os melhores da Grã-Bretanha — ele se gabou. — Eu lhe informei anteriormente que Sophia Santo não existia. E que a mulher que o senhor estava procurando era outra pessoa, tinha outra identidade. — Ele entregou a pasta que estava carregando. — Mas, se posso dizer, esse foi um dos trabalhos mais difíceis que eu já tive. Desafiador. A mulher é uma enguia.

Alistair fez sinal para o homem se sentar, abriu a pasta enquanto examinava rapidamente a informação: — Algo sobre sua família, Gabriel Leibowitz e a Petróleo Leibowitz. Mais sobre a Fundação Sophia Leibowitz para Mulheres e Crianças. E assim por diante. Hmm. — Ele acariciou a mandíbula e leu as páginas. — E a vida privada dela?

— Nada que seja relevante. Ela é uma pessoa muito reservada. Assim como seu falecido marido. No entanto, Sr. MacCraig — disse o homem educadamente — eu poderia dizer o mesmo sobre o senhor. Há muita informação disponível sobre o senhor, mas nada vital. — Ele levantou uma sobrancelha. — Embora muito possa ser descoberto através da sua falecida esposa.

Porra. O temperamento de Alistair se agitou. — Talvez. Mas não estou te pagando para me investigar. Sei tudo o que há para saber sobre mim e minha falecida esposa. — Ele baixou os olhos e folheou as fotos, algumas novas, outras antigas, e parou na do casamento de Sophia. Ela foi uma noiva linda. Tão jovem, tão feliz. — Não é possível que ela não tenha deixado nenhuma pista, qualquer dica que você possa seguir — murmurou ele, virando as poucas páginas na pasta.

— Se eu fosse dar minha opinião pessoal com base em minha pesquisa, eu diria que ela teve uma vida tranquila e feliz até o sequestro do marido. Ela é bem viajada, como o senhor pode ver. Sua família é importante e rica, embora não tanto quanto a de Leibowitz. Eles eram originalmente do estado de Minas Gerais e têm fazendas, casas de campo e muitas propriedades. Eu não encontrei nenhum namorado antes do casamento dela. Ela se casou muito, muito jovem e rapidamente. Sua família emancipou-a para tanto.

Isso não é bom. — Ela estava grávida?

— Não posso confirmar, mas diria que não.

— Fatos, Batista, fatos — ele solicitou.

— Bem, com base na falta de provas — o homem reformulou —, ela não estava.

— E quanto a Gabriel Leibowitz?

— Basicamente informações de negócios. A diferença de idade entre eles era grande. Muitas namoradas anteriores, mas nada sério antes de seu casamento. Nada de sexo pago, então meu contato no Brasil não conseguiu recuperar informações sobre suas preferências sexuais. Ele viajava pelo mundo com frequência, ou levava suas parceiras, ou ficava sozinho. Um homem fácil, excelente empregador, homem de negócios altamente elogiado.

— Sei. — Com inveja e raiva, Alistair bufou. — O perfeito cavalheiro. Um homem de honra.

— Parece que sim — concordou Batista. — O casal perfeito. A família perfeita.

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