Capítulo 29

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Prédio da Petróleo Leibowitz

Quinta-feira, 4 de março de 2010

16:47

O celular de Sophia vibrou. Ela olhou para seu colo e viu o número de Alistair novamente e suspirou. Era sua terceira chamada do dia e seu WhatsApp tinha nove mensagens não respondidas. A reunião anterior tinha se emendado nessa, ela pulara o almoço e ainda assim não tivera tempo de retornar suas ligações já que esta reunião estava durando mais do que o esperado.

Rapidamente, ela escaneou as mensagens.

12:00 p.m. – Acabei de chegar. Sentindo sua falta. Me liga.

12:37 p.m. – Sarah diz que você está ocupada. Me liga assim que possível.

01:39 p.m. – Ainda ocupada? Preciso falar com você. Um almoço rápido?

02:00 p.m. – Estou ficando com fome aqui. Qual o problema?

Meu Deus! O homem está histérico.

02:02 p.m. – Você não vai almoçar? Você não precisa fazer dieta.

Sophia levantou a cabeça rapidamente enquanto Edward dava uma explicação sobre a capacidade da empresa, seu investimento no campo de Tupi no Brasil e as expectativas para o campo, e abaixou olhos novamente.

02:37 p.m. – Já pedi. Preciso de comida.

02:41 p.m. – Você tem que comer algo. Gosto das minhas mãos cheias.

Os lábios de Sophia se contorceram, divertindo-se.

03:28 p.m. – Já estou preocupado.

04:09 p.m. – Vou aí em trinta minutos se você não responder ou me ligar. Última chance.

Ah Deus! Como não vi isso? Sophia começou a digitar uma mensagem quando o interfone tocou. — Sim?

— Você poderia, por favor, sair dessa sala agora que eu estou aqui? — Exigiu a voz profunda e baixa de Alistair.

Aqui? Sério? Ele é louco? Ela cutucou Edward na canela com a ponta da bota. Fez um sinal de que precisava de um pequeno intervalo e sussurrou ao interfone: — Estarei aí em um segundo. Por favor, peça a Sarah para te levar ao meu escritório.

— Muito obrigado — zombou Alistair.

— Senhores, peço licença por um minuto. — Sophia levantou-se da cadeira na cabeceira da mesa. — Sr. Davidoff vai prosseguir com a reunião.

Ela quase correu da sala de reuniões para o seu escritório, gesticulando para que Sarah não se importasse com desculpas.

Alistair estava junto do janelão, olhando para a vista, as mãos cruzadas atrás das costas, a coluna rígida.

— Você é louco?

Ele girou nos calcanhares ao som da voz dela. Seus olhos verdes a queimaram através de fendas estreitadas. — O que diabos está acontecendo aqui, Sophia?

Trabalho. Ela se derreteu ao vê-lo. Como posso ficar brava com esse deus? Ele usava um terno preto de três peças com uma camisa branca de algodão egípcio e uma gravata turquesa de seda com um nó perfeito. — O que você está fazendo aqui?

Alistair enfiou as mãos nos bolsos e, deliberadamente, deu passos lentos em sua direção. Ela havia trançado o cabelo em uma elegante trança francesa, com adornos na cor coral, caindo sobre o ombro direito. Quando ele olhou para baixo, os olhos dele se arregalaram e ele parou. — Sua blusa.

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