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(Changbin On)

   Depois que decidimos ir ao parque eu desliguei meu celular e me joguei na cama. Acho que não tem problema eu tirar uma soneca antes de ir, aliás, falta 2 horas ainda. Quando começo a fechar os olhos, meu celular toca. Com um longo suspiro eu o pego e vejo que é o Chan. Esse cara nem me deixa dormir.

   - Hmmm... - Escuto ele rir do outro lado da linha.

   - Estou interrompendo seu sono, princesa? - Eu fecho meus olhos e seguro para não dormir.

   - Uhum... - Ele ri novamente fazendo com que eu queira revirar os olhos.

   - Bom, eu, o Han e o Minho vamos passar buscar o Felix, você vem? - O rosto do australiano me vem em mente. Aquele rostinho sério cheio de sardas... balanço a cabeça afastando a imagem.

   - Você já não me arrasta sempre? Por que tá perguntando dessa vez?

   - Mas eu te arrastava pra ver se com mais  contato você conseguiria aceitar ele melhor. Mas parece que vocês estão se dando bem. Não tem mais pra que te arrastar. - Eu solto um suspiro e me sento na cama olhando para o relógio no criado mudo. Tchau soneca.

   - Tudo bem, eu vou. - Eu quase consigo sentir ele sorrindo.

   - Beleza, estou na frente em 30 minutos. - Dito isso ele desliga. Eu me levanto e me arrasto até o banheiro para me arrumar.

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   Quando deram os 30 minutos, eu desço e como força do hábito me viro para a cozinha para me despedir da minha mãe. A cozinha está vazia, claro que está... Respiro fundo e saio bem a tempo de ver o Chan se preparar para tacar uma pedra na minha janela.

   - Se você quebrar essa também, você quem vai pagar. - Ele cambaleia por interromper o impulso e olha para mim, solta a pedra e sorri.

   - Eae, cara. - Eu me aproximo e trocamos um cumprimento de socos, logo em seguida já começamos a caminhar em direção a casa do Han.

   - Cara, eu tô com tanto sono... - Ele se vira para mim e sorri maliciosamente.

   - E por que quis vir mais cedo com a gente? É só pra passar mais tempo com o Felix? - Eu o encaro irritado e me viro para frente novamente.

   - Você tá brincando comigo né? - Ele continua com aquele sorriso na cara. - Eu só não tava afim de ir sozinho depois.

   - Sei... Então por que você está corando?

   - E-eu não estou corando! - Acho que meu tom me entregou. Eu começo a andar olhando para o chão, tentando esconder meu rosto. - Você sabe que gosto de mulheres, não tem pra que corar por um garoto. - Ele ri e balança a cabeça.

    - Me engana que eu gosto. Você paga de macho trevoso das trevas, mas por dentro você é um amorzinho de coração mole. - Eu reviro os olhos.

   Chegamos na rua do Han e já avistamos o mesmo sentado na calçada conversando com o Minho. Assim que eles nos veem, se levantam e esperam a gente se aproximar mais.

   - Eaeeee - Han, como sempre, todo animado cumprimenta a gente.

   - Eae - Minho nos  cumprimenta com o punho. - Vamos direto para a casa do Felix?

   - Isso - Chan responde e olha para mim. Automaticamente os outros dois fazem o mesmo.

   - Changbin, você tá bem? - Minho me olha um tantinho preocupado. Han segura a risada.

   - Eu tô. Por que?

   - Você tá todo vermelho. Parece uma pimentinha, vermelha e pequenininha. - Os dois bocós caem na gargalhada e eu dou um leve soco no Minho.

   - Isso tudo para zoar comigo? Vamos logo, eles vão acabar tendo que esperar no parque. - Eles continuam rindo enquanto voltamos a andar.

   Depois de uma loooooooonga caminhada conversando, finalmente chegamos a rua do Felix. Assim que viramos a esquina, Minho para bruscamente.

   - O que foi? - Han pergunta rapidamente, com uma preocupação verdadeira.

   - Eu... tô com um mal pressentimento... - Eu e Chan trocamos um olhar confuso.

   - Pressentimento? - Chan pergunta sem esconder a confusão em sua voz.

   - Tem alguma coisa ruim acontecendo.

   - Devemos nos preocupar? - Pergunto e me pego preocupado com o Felix. Não pode ser coincidência isso vir logo que chegamos na rua dele.

   - Provavelmente. Pressentimento de bruxo é coisa séria. - Han diz ainda olhando preocupado pro Minho que está se recompondo.

   Sem que eu me de conta, começo a andar na direção da casa do australiano com uma certa pressa, logo depois sinto Chan me seguindo. Chego na frente da casa e paro encarando a porta.

   - Felix!! - Eu chamo e espero o mesmo sair. Nada. - FELIX!!! - Depois de um tempo um homem de meia idade abre a porta. Antes que ele esconda, consigo ver a garrafa de soju em sua mão.

   - O que vocês querem? - Pela voz dele, ele com certeza está bêbado.

   - Com licença, senhor. - Chan se pronuncia depois que fiquei em silêncio. - Meu nome é Bang Chan, e esse é o Changbin. - Nós dois nos curvamos de leve por educação. - Somos amigos do seu filho, viemos encontrar com ele para sairmos. - O homem nos olha desconfiado antes de falar.

   - O Yongbok não tem amigos. - Novamente, eu e o Chan nos entreolhamos. Nesse momento, os outros dois chegam.

   - Nós vamos cursar a mesma faculdade senhor. - A afirmação de Chan faz uma expressão de surpresa passar pelo rosto do homem antes de ele dar um meio sorriso.

   - Você deve ser o namorado monstro dele. - Nós quatro paralisamos enquanto encaramos ele. Minho dá um passo atrás. 

   - O pressentimento...

   - Cadê ele? - Eu pergunto sem conseguir esconder a irritação em minha voz. Eu me aproximo devagar. Percebo que ele está com medo, mas se manteve firme. - Eu perguntei, onde ele está. - Eu o encaro e ele sustenta meu olhar.

   - C-chang... Changbin...

Demi • Changlix Onde histórias criam vida. Descubra agora