Depois de eu me acalmar, os meninos começaram a me ajudar a pegar minhas coisas e colocar em algumas malas que o Chan foi rapidamente buscar em sua casa.
- Você tem algum lugar pra ir? - Han pergunta colocando uma mochila nas costas. Changbin também está carregando uma das bolsas e Chan, três. Eu estou guardando com cuidado os restos do meu bem mais precioso.
- Você não pode ir para a casa da sua mãe? - Chan pergunta começando a andar. Pra onde ele está indo? Eu não faço ideia, mas algo me diz que estamos indo para o DanBam mesmo depois dessa confusão. Termino de guardar as coisas e começo a acompanhar ele.
- Eu não quero incomodar ela. Minha mãe já tem muitos problemas. - Eles balançam a cabeça compreendendo, menos o Changbin, ele apenas ficou quieto, como se pensasse em algo.
Chegamos ao pequeno bar depois de uma longa e silenciosa caminhada. Fomos para uma mesa no canto atraindo olhares do povo que estava lá dentro. Mas também, a gente estava parecendo um bando de andarilhos.
- Cara, acho que se você achar um emprego bom, eles te dão um lugar para morar. - Chan diz assim que termina de fazer o pedido. - Ou ao menos você pode ganhar dinheiro o suficiente para conseguir alugar uma casa ou um apartamento por aí.
- Eu não sei se eles pagam bem, mas eu conheço uma pessoa, que é amiga de um amigo de um amigo meu, que trabalha em um restaurante, ou é uma pizzaria... Enfim, eles estão precisando de gente, viu tentar falar com eles. - Ele pega o celular e se levanta ficando um número e indo lá pra fora.
Eu suspiro, colo meus antebraços na mesa e apoio minha testa neles. Eu quero culpar minha mãe por isso, lá no fundo eu já estou culpando, mas eu sei que ele não queria isso, sei que ela só quer o melhor pra mim.
- Aqui meninos, aproveitem. - Escuto a voz da garçonete e levanto a cabeça, apoiando a mesma em uma mão enquanto uso a outra para pegar um pouco das batatas fritas. Chan já paga a moça e ela se retira.
- Cara, não fica assim desanimado, a gente vai dar um jeito. - Eu concordo com a cabeça mas continuo quieto. Eu sou realmente grato por ter eles comigo e me apoiando, mas sei que nem o anjo que está lá fora fazendo uma ligação é capaz de fazer milagres.
- Vai morar lá em casa. - Changbin fala de respeite me fazendo engasgar. Chan rapidamente vem me dar tapinhas nas costas enquanto tento não morrer. Quando estou recomposto olho para ele e vejo que ele está bem, bem, beeeem sério, com os braços cruzados, me encarando de forma tão séria que parecia que ele estava encarando minha alma.
- Você não pode estar falando sério. - Digo e o nanico revira os olhos.
- Se não quiser é só...
- EU QUERO - Falo mais alto do que pretendia e vejo que metade do bar agora está prestando atenção em nós. Minhas bochechas queimam e eu volto a olhar para Changbin. - Eu quero sim, mas me sinto mal ficando assim na sua casa sem mais nem menos.
- Eu nunca disse que seria de graça. - Chan começa a gargalhar quando vê minhas bochechas queimarem de novo. Changbin dá um meio sorriso antes de continuar falando. - Supondo que Han consiga o emprego pra você, a gente vê quanto você vai ganhar e depois negocia o quanto que você vai me pagar de aluguel.
Parece que foi coisa divina, na verdade foi mesmo, pois Han entra na mesma hora com um sorriso de orelha a orelha, tapando o microfone do celular.
- Lix, você sabe andar de moto? - Faço rapidamente que sim com a cabeça e ele sai correndo do bar para finalizar a ligação. Esperamos ele voltar em silêncio, e quando volta parece que aquele sorriso está ainda maior. - Lee Félix, você tem um novo emprego.
Sinto o sorriso surgir em meu rosto apesar de na minha cabeça eu ficar "como diabos ele sabe meu nome?". Sem saber o que fazer eu me levanto e o abraço sussurrando um obrigado. Ele fica um tempo sem saber como reagir, mas depois me abraça de volta. Nós separamos e eu volto a me sentar.
- Final feliz para todos. - Chan pega seu copo de refrigerante e ergue para um brinde. - À nossa amizade que soluciona problemas. - Sorrio e também ergo meu copo, e nós quatro fazemos um breve brinde.
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Depois de comermos, fomos embora. Primeiro deixamos Han na casa dele, depois Chan e o caminho até a casa de Changbin não teria como ser mais quieto e tenso. Quando chegamos, colocamos minhas malas em um canto e ele suspira.
- Bom, tem um meio que quarto no sótão, nós podemos arrumar ele para você. - Com toda minha força de vontade eu tento disfarçar o quanto aquele "nós" mexeu comigo. - Agora que você tem mesmo o emprego, podemos falar do aluguel. - Faço que sim com a cabeça, mas depois congelo. Changbin que estava já indo para o sótão, para e se vira confuso. - O que foi?
- Eu não sei andar de moto.
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Demi • Changlix
ParanormalSou Lee Yongbok, mais conhecido como Felix, um simples humano. Tenho 19 anos e meus pais são divorciados. Nasci e cresci em Sidney, Australia, junto com minha mãe. Mas agora, ela está me mandando para morar em Seul, na Coreia do Sul junto com meu...