Depois de algum tempo deitado no chão da sala vendo aquele homem virar mais algumas garrafas, tive a impressão de ter escutado alguém chamar meu nome. Só fui ter certeza disso quando escutei pela segunda vez e meu pai se levantou para atender a porta.
Eu junto a força que me resta para me levantar enquanto uma conversa começa do lado de fora, mas ainda não consigo entender bem o que estão dizendo. Mas então a voz de fora começa a se aproximar. Eu conheço essa voz...
- C-chang... Changbin... - Eu tento me levantar, mas minhas pernas fraquejam e eu caio novamente.
- Me deixa passar. - Pelo tom de voz dele, ele com certeza está irritado. Novamente tento me levantar, sem sucesso.
- Olha senhor, a gente só quer ver nosso amigo. - Eu consigo reconhecer a voz do Bang Chan. Por algum motivo, uma vontade de chorar me invade.
- Eu não quero monstros dentro da minha casa. - Numa última tentativa eu me levanto e consigo ficar em pé, mesmo que quase totalmente apoiado na parede.
- Você pode pelo menos chamar ele aqui? - É o Minho. Por mais que doa, eu não consigo segurar as lágrimas. Me apoiando em qualquer coisa, tento me aproximar do hall.
- Eu já disse que não quero vocês com ele. - A voz alterada do meu pai me causa um arrepio. Se eu for até lá, o que ele vai fazer comigo?
- Por que eu sinto que você está escondendo algo? - Han... Afastando as consequências da minha mente eu avanço até a entrada. Vejo as costas de meu pai e na frente dele, está um Changbin muito bravo. Se eu não estivesse morrendo de dor, poderia ter rido da diferença de tamanho.
Ele parece perceber o movimento e olha para mim. A raiva em seus olhos muda rapidamente para uma mistura de horror e preocupação, então passou para puro ódio na mesma velocidade. Antes que eu pudesse perceber, os olhos dele ficaram negros. Ele agarrou meu pai pela gola da camisa e bateu o mesmo na parede com força suficiente para derrubar os quadros. O estrondo fez com que as duas meninas e a Wendy viessem ao local.
- Chan, leva ele - A voz do Changbin me causou outra série de arrepios. Mais rápido do que posso acompanhar, Chan já está me pondo em suas costas. Logo em seguida ele deixa a casa e para na frente dos outros dois que me encaram com horror.
- Minho, você pode preparar algo para ajudar ele? - A irritação em sua própria voz é notável. Minho faz que sim com a cabeça antes de sair correndo acompanhado por Han.
- A... a gente... eu não posso deixar elas lá... - Chan suspira.
- Segura firme, o Changbin vai cuidar de tudo aqui.
- Mas eu... - Ele começa a correr me fazendo o abraçar com força e fechar meus olhos. Alguns segundos depois sinto ele parar.
- Consegue andar? - Eu abro meus olhos e vejo que estamos na frente de uma delegacia. Com minha demora para responder ele me leva para dentro ainda em suas costas.
Ao entrarmos, rapidamente as pessoas começam a prestar atenção em nós. Uma mulher que estava atrás do balcão se levantou e veio correndo até nós dois.
- Meu jovem, o que aconteceu com ele?? Ele está horrível!! - A mulher passa uma luz pelos meus olhos me examinando.
- Boa tarde, senhora. Eu sou Bang Chan. Meu amigo Felix foi espancado pelo pai e acredito que não tenha sido a primeira vez. Além dele, ele tem mais duas meninas bem novas.
- Deixe ele na enfermaria. Depois poderia nos acompanhar até lá? - Chan concorda com a cabeça e leva até o local da enfermaria e me deixa em uma maca.
- Vai ficar tudo bem, cara. - A voz dele por um momento pareceu trêmula, mas ele sorriu e saiu.
Algumas pessoa me examinaram e me limparam. Depois de algum tempo, eu adormeço.

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Demi • Changlix
ParanormalSou Lee Yongbok, mais conhecido como Felix, um simples humano. Tenho 19 anos e meus pais são divorciados. Nasci e cresci em Sidney, Australia, junto com minha mãe. Mas agora, ela está me mandando para morar em Seul, na Coreia do Sul junto com meu...