Meu professor de biologia

20

Dias antes do pedido de Isaac.

P.O.V Lydia Martin

Quando você menos esperar, eu pegarei você.

23. Vinte e três mensagens. 23 ameaças de números diferentes que eu bloqueio toda vez que aparecem. E é óbvio que vem de Jackson.

Eu levei 3 pontos na mão e ainda machuquei meu abdômen por culpa dele.

Esqueça quando eu disse que eu não sentia ódio por ele. Porque eu sinto. E muito. Que direito ele acha que tem de me ameaçar? De querer comandar minha vida? Só porque ele acabou com a dele, não quer dizer que tem de acabar com a minha também.

Todo mundo da escola me olha com pena por eu ter que ser vigiada pela polícia 24h por dia.

Eu não posso nem sair para ir ao shopping desacompanhada. Que ódio, Jackson! Que ódio!

Alguém bate na porta e eu abro revoltada. Mas meus sentimentos se esvaem ao se depararem com aquelas covinhas fofas.

- Sei que eu não posso fazer isso, mas tenho mais 4h de turno e estou morrendo de sono. Podemos sair pra comprar um café? - Parrish pergunta e eu percebo que ele realmente estava com olheiras enormes.

- Claro, geralmente na semana não podemos sair depois das 20h, mas acho que com um policial, ninguém vai me parar...

Pego meu casaco e vamos até o elevador. De meia-noite as 8h da manhã, a guarda Olivia é quem fica na porta. Eu nunca conversei com ela, mas ela parece bem brava e dedicada ao trabalho.

Das 8h da manhã as 16h da tarde, um outro guarda (chamado Collin) fica fazendo papel de poste na porta das salas, já que é meu horário de aula. E das 16h até a meia-noite é Parrish que me acompanha.

- É tão ruim assim ficar numa porta sem fazer nada? - Pergunto a ele.

- Ruim? É péssimo. Eu gosto de ficar na ativa, sabe? Não que protejer assim as pessoas não seja meu papel, porque também é. Mas cansa olhar pra parede do outro lado do corredor o tempo todo.

- Se você prestar mais atenção, vai perceber que várias meninas saem do quarto até o bebedouro várias vezes só pra te ver.

Ele ri.

- Eu percebi sim. Uma até gritou de excitação quando viu que eu segurava a arma.

Rio alto.

- Mentira!

- É serio. - Ele ri de novo. - As amigas dela também pareceram muito satisfeitas.

Rio mais ainda. Com certeza foram as meninas do 1º ano.

Chegamos na cafeteria do outro lado da rua e Parrish pede um café médio e preto.

- O que você quer?

- Não trouxe dinheiro.

- Até parece, você gosta de café?

- Eu prefiro um chocolate quente.

Ele pede um chocolate quente pra mim e se senta num banquinho.