P.O.V Malia Hale
Cora. Cora viva. Cora bem. Cora com uma filha.
Encosto meu braço numa árvore e respiro com dificuldade.
Então eu começo a andar torto, porém rápido até perto do lago.
Cora jogava comida para uns patos e sua filha andava de um lado para o outro dando gritinhos e sorrindo, seu vestidinho azul constrastava com o lago. E é aí que Cora me vê e deixa o saco de migalhas cair.
- Malia? - Ela praticamente sussurra antes de vir correndo até mim e me abraçar.
Eu recomeço a chorar alto. Não consigo nem retribuir o abraço. Meu peito parecia ter sido invadido por uma espada que me cortava mais fundo a cada segundo.
Vejo vagamente Derek chegar e levar a bebê para longe enquanto Cora também chorava ao me abraçar.
- Eu senti tanto a sua falta... - Ela sussurrou no meu ouvido. - Tanto, Mall... todo dia acontecia algo que eu queria contar pra você. Eu sinto muito que...
- Não sente. - Eu a interrompo em meio a meu rosto encharcado.
Sinto minhas forças voltarem aos poucos e eu me levanto do chão.
- Malia, eu sinto muito de verdade... e você tem que entender... eu não podia ficar em Beacon Hills sabendo que Isaac poderia machucar você ou a mamãe e o papai... - Cora segura minhas duas mãos como forma de súplica.
- É você. É você que não entende... Há praticamente dois anos eu vivo em luto. Você não sabe quantas vezes eu quis que isso estivesse acontecendo...
- E está! Eu estou bem aqui! - Ela sorriu e secou uma lágrima com a manga da blusa.
- Há dois anos eu me culpo pelo que aconteceu, você sabia? Há dois anos eu desejei todos os dias que eu, que EU, tivesse pulado aquela ponte. - Cora para de sorrir e vejo mais lágrimas brotarem em seus olhos.
- Malia, esse foi o único jeito que eu encontrei de protejer você... foi por amor!
Levanto a mão para que ela cale a boca.
- Amor!? Você sabia que nossos pais também me culpam pelo que aconteceu?
- O quê!? Mas quem te desafiou a pular fui eu!
- E você queria o quê? Que eu contasse que a culpa era da morta? "Foi ela que me desafiou antes". Você acha que eu conseguiria te culpar?
Cora começa a chorar desesperadamente.
- Eu vejo papai e mamãe uma vez por mês, Cora. Eles me odeiam. Você não tem ideia de como eles me tratam. Eu estudo num colégio interno com a desculpa de não me sentir sozinha porque ELES não querem ficar perto de mim! E eu sinto que a cada olhada que mamãe me dá ela te vê e mim e sofre tanto quanto eu.
- Eu nunca quis... eu só queria protejer vocês! - Ela grita.
- E quando você deu a nós a oportunidade de TE protejer? - Eu grito de volta. - Nós éramos melhores amigas! Irmãs! Nós éramos uma família! Você... você acha que quando você "morreu" eu perdi só você? Eu perdi todo mundo! Eu morri com você! Eu mal conseguia sair da cama! - Eu cuspo as palavras entaladas em minha garganta.
- Eu também me senti assim! Malia, eu senti sua falta todos os dias... - Ela chorava.
- Para! Para! - Eu a empurro. - Você não pode querer comparar a sua dor a minha! Cora, eu... eu tive pesadelos com você por meses, eu tinha até ontem! Você me culpava em todos eles...
- Eu jamais culparia você...
- Não culparia porque não aconteceu! Você está viva! Me responde uma coisa, você teria aparecido se eu Isaac nunca tivéssemos namorado?
Cora não responde e continua a chorar.
- Então você ia me deixar viver com toda dor até eu morrer? Que proteção de merda!
- Eu não voltei só por causa do Isaac! - Ela começa a dizer ainda em desespero. - O seu poema... a sua feira de aptidão, está nas redes sociais de Yale. Eu ouvi, Malia. Eu senti sim a sua dor... e eu não queria que você continuasse triste...
- Pode ficar tranquila que eu não estou mais triste. Eu estou com ódio!
Me viro pra sair, mas Cora puxa meu braço.
- Me deixa por favor, te contar tudo que aconteceu. E se você não quiser mais saber de mim no final de tudo, tudo bem. Você tem esse direito.
- Eu tenho direito de chamar a polícia pra você! Eu vou contar pra mamãe e pro papai que você está viva e que eles são avós!
- Tudo bem! Você faz o que você quiser, só pelo amor de Deus, deixa eu te explicar tudo...
Finjo olhar as horas no meu celular, mas com a visão embaçada por lágrimas é impossível.
- Você tem 10 minutos. - Eu digo por fim.
- Ok... - Ela puxa minha mão e nós nos sentamos num tronco caído.
Cora começa a me contar como ela e Isaac se conheceram e como Derek entra na história. Eu evito olhar pra ela e encaro o lago. Na maioria dos momentos, tudo faz sentido e eu me lembro de muita coisa.
Quando me recobra do cara da faculdade de Isaac que ela disse na época o "Stikis" eu me lembro de Stiles... só podia ser ele... se ela soubesse...
Então Cora conta sobre o atropelamento, meu Deus. Isaac me atropelou... ele queria me matar! A garota da foto... Braeden? Eu a vi. E ele talvez a tenha matado?
Não... não pode ser. Meu Isaac não poderia ter feito isso... meu Isaac adotou um cão de rua. Meu Isaac comeu cachorro quente dizendo que fazia mal à saúde. Meu Isaac abria a porta do carro pra mim. Meu Isaac me chamava e me tratava como princesa. Meu Isaac me protegia dos meus demônios... e mal sabia eu que ele era o maior deles.
- Malia... na época eu não enxerguei um modo de como provar tudo que Isaac fez a mim e provavelmente a outra garota, a Braeden. Eu errei e eu fui covarde, mas eu também tive medo da reação de mamãe e papai ao descobrirem minha gravidez. Eu agi por impulso e eu não tinha o direito de escolher o que era melhor pra vocês...
Continuo sem olhar pra ela.
- Você tem o direito de nunca me perdoar, mas eu estou te pedindo perdão agora e pedindo o favor maior ainda de me ajudar a por Isaac na cadeia. Você pode fazer isso?
Eu não respondo Cora imediatamente. Meus olhos continuam a vagar pela lagoa e pela tranquilidade em que aqueles patinhos pareciam viver. Como eu queria que a minha vida fosse assim...
- Eu... eu não sei. - É o que consigo dizer antes de algo bater na cabeça de Cora e ela cair desmaiada no chão.
Olho instantemente pra cima e vejo Isaac com uma arma na mão.
- Eu sempre soube que você não iria me trair, princesa.
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Holy Shittttt!!!!!!
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Meu professor de biologia
RomanceStiles Stilinski tenta ser a pessoa mais certinha de todas, mas ainda sim consegue cometer muitos erros; é professor em um dos melhores colégios internos do Estado e cria sua irmã sozinho. Sarcasmo é seu segundo nome e provocação o primeiro. Malia...