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Adora acordou com a luz do sol batendo no seu rosto. Relutou um pouco em se mexer. Estava tão quentinho ali na cama... mas seu braço estava dormente, como se tivesse dormido em cima dele — muito comum, principalmente em semana de provas.

Abriu os olhos azuis, e a primeira coisa que constatou era a obviedade de que não estava no seu quarto — aquele era o quarto de Catra.

Logo sua segunda constatação a fez corar levemente, e depois sorrir.

Ela estava nua. E Catra, que dormia sobre o seu braço, também. Podia sentir as peles livres se tocando. Mordeu o lábio inferior e suspirou satisfeita.

Fora a melhor noite da sua vida, sem dúvidas.

Olhou para o lado, onde a morena repousava, e sorriu ainda mais. Como era adorável...

Seu rosto era delicado, salpicado de sardas que a deixavam ainda mais fofa, e o nariz era arrebitado. Alguns cachos do seu cabelo caiam sobre o rosto adormecido, e Adora só conseguia pensar no quanto a amava.

Não tinha nada mais o que fazer. Catra estava ali, enraizada no seu coração.

Pra sempre.

Tomando cuidado para não acordar a “amiga”, Adora se desprendeu dela, saindo devagar da cama. Pegou as peças de roupa espalhadas pelo chão e entrou no banheiro, onde escovou os dentes e se vestiu. Depois de lavar o rosto, se olhou no espelho, constatando uma marca arroxeada no seu pescoço, e sorriu radiante.

Aquilo não deixava a menor dúvida de que tudo fora real.

E tão bom...

Deu tapinhas nas próprias bochechas, parando de pensar besteiras. Precisava se concentrar e fazer um café da manhã bem especial.

Fazer o quê se era boiola por aquela mulher?

Correu pra cozinha, sem se importar em vestir outra roupa — como se Catra já não tivesse visto seu corpo completamente nu.

Depois de lavar a bacia onde comeram as pipocas (que de repente era seu alimento favorito), e outras coisas da pequena bagunça que fizeram, Adora revirou os armários atrás do que pudesse fazer.

Acabou se decidindo em preparar panquecas, que por incrível que pareça fora Catra que a ensinara a fazer. Sabia como a morena gostava, então caprichou nelas.

O recheio de pasta de avelã e a calda foram arrumados na mesa, enquanto a cafeteira terminava o preparo do café forte.

Adora aproveitou pra lavar as louças que usou.

Não estava com fome no momento, então resolveu adiantar o trabalho de desenho técnico, que devia ser entregue na quinta. Voltou ao quarto e pegou o bloco de papel pra desenho na mochila, junto com lápis, borracha, uma régua e o esquadro, depois voltou a se sentar na mesa, buscando na mente o que poderia desenhar, utilizando medidas que ela explicaria detalhadamente depois.

Só percebeu que desenhava a base de uma casa de dois andares, quando escutou um bocejo, seguido de um “Hey, Adora” baixo e manhoso.

Se virou para a morena e sorriu.

— Bom dia, Catra — foi até ela e a beijou rapidamente. — Vem comer, fiz panquecas pra você.

— Não precisava, Adora...

— Precisava sim — a loira riu. — E não me deu trabalho algum, se é o que te preocupa.

Adora a observou andar preguiçosa até a mesa, vestida desleixadamente com seu pijama. As pernas lisas estavam nitidamente marcadas com seus dedos, o cabelo bagunçado fora preso em um coque, e a franja adorável, que já voltava a ficar cacheada, emoldurava seu rosto meio amassado. Catra nunca lhe pareceu tão linda.

↬ʟᴜᴄᴋʏ sᴛʀɪᴋᴇ • ᶜᵃᵗʳᵃᵈᵒʳᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora