Como se não tivesse dezenove — quase vinte — anos, Adora teve que ouvir toooodas as recomendações dos seus pais, antes de sair de casa. Se fosse de carro, nem pensar em bebidas. Se fosse beber, nada de dirigir.
Sem paciência, escolheu ir de uber. Mais rápido, mais prático e com certeza a motorista sabia onde o bar ficava.
Assim que pagou a corrida, saiu do carro e encarou a fachada do bar. Era um imóvel elegante, trabalhado em vidro e neon vermelho.
Com certeza Scarlett tinha de onde puxar o bom gosto. Mordeu os lábios e enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta de couro preta.
Estava um pouco frio do lado de fora.
Ao entrar no estabelecimento, se dirigiu direto pra uma mesa no canto. Afastada das conversas banais, e podendo observar o ambiente, ela a viu.
Catra atendia um grupo de amigos, equilibrando os drinks em uma bandeja com maestria.
Seu sorriso para aquelas pessoas era meramente cordial, sem vontade alguma, mas o leve levantar de lábios se tornou radiante quando seus olhos distintos se encontraram com os azuis de Adora.
E por um momento, só existiu as duas.
A mais alta sorriu, observando a outra andar na sua direção. Catra usava uma calça justa de cor preta, com um risco dourado nas laterais, uma camisa bordô, cujos três primeiros botões estavam abertos, e a gravata borboleta jazia desfeita sobre os ombros. Mordeu os lábios ao constatar o quão sexy Catra conseguia ficar em seu uniforme.
— Hey, Catra — disse, assim que ela parou na sua frente.
— Hey, Adora — a morena apoiou a bandeja na cintura. — Não acredito que você veio mesmo...
— Você achou que eu não viria? — a loira tombou a cabeça pro lado, um sorriso provocante dançando nos lábios rosados.
— Achei que estava blefando — a mais baixa admitiu, desviando os olhos.
— Eu nunca vou blefar quando o assunto for você, Cat — a voz de Adora saiu firme e levemente rouca.
Catra ruborizou.
— Idiota — resmungou ela. — Vai querer beber alguma coisa? Eu... preciso voltar ao trabalho. Não posso te dar atenção como gostaria.
— Tudo bem, eu vou pra sua casa, quando sairmos daqui — a maior se recostou na cadeira.
— Mas olha a folga da filha da mãe — Catra revirou os olhos, mas sorriu. — Certo, combinado. E a bebida? Ou você veio aqui só ficar me olhando mesmo?
— Me traz um Lagoa Azul — pediu, rindo. — E batatas fritas. Depois eu compenso no treino.
Catra riu, anotando o pedido, e voltou pra perto do balcão, sob o olhar atento da “melhor amiga”.
Adora gostou da sensação de poder observá-la de longe, sem sofrer seus efeitos de “pane no sistema” ou de “detonadora de calcinhas”. Ela nunca sabia ao certo como agir com a outra.
Às vezes tímida e lerda, outras simplesmente atirada, capaz de trancar as duas num banheiro interditado. Não acreditava que realmente tinha convencido Penelope a lhe arranjar as chaves de lá.
Passou os olhos pelas pessoas no ambiente. Nenhum rosto conhecido. Nenhum além de Catherine.
Olhos de várias cores, tamanhos e formatos... e ainda assim somente os dela eram belos o suficiente para domar sua atenção.
Adora a amava.
Fim.
E para seu deleite de poder vê-la de perto, sentir seu cheiro e poder tocá-la, mesmo que fosse apenas uma carícia na mão, a dona dos seus desejos e do seu coração parou na sua frente. Tinha um sorriso ladino. Provocante.
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↬ʟᴜᴄᴋʏ sᴛʀɪᴋᴇ • ᶜᵃᵗʳᵃᵈᵒʳᵃ
FanficAdora e Catra sempre foram melhores amigas, faziam absolutamente tudo juntas. Com o passar do tempo, novos interesses e amizades as fizeram se separar. Mesmo fazendo faculdade na mesma instituição, mal se viam ou se falavam. Então, Catra tem a bril...