Precisando de um recomeço

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— Olha eu não queria te atacar.– Edgar diz, ele não sabia o sentido da palavra desculpa. Termino de montar minha fuzil e atravesso ela pelas minhas costas.

— A melhor maneira de se desculpar comigo é manter distância.– digo e ele ri

— Você é bem arisca.– ele diz e passa a língua pelos lábios de uma forma sensual

— E você é patético.– saio de perto dele e caminho até perto da Chris.

— Pronta?– ela me pergunta e assinto — Não vai fazer mal para o beb...

— Não diga isso em voz alta!– a repreendo e ela assente — Não fará mal se eu não me esforçar muito.

— Todos prontos?– Evelyn pergunta e todos assentem — Não temos tempo a perder, vamos.

Nós marchamos como um exército e finalmente eu sentia a sensação de estar no lugar certo, na equipe certa. Mas eu não ficaria muito tempo, por isso resolvi ajudar pelo menos pra retirar o resto de sentimento de culpa que eu ainda tinha. Eu não era Erudição, eu não era Audácia nem sem facção. Eu era só uma pessoa sofrendo por dentro e com vontade de lutar.

Chegamos á Erudição e tivemos que atirar em alguns soldados, Chris me protegeu e não saiu do meu lado o tempo todo. Guiei eles até a sala de simulação onde minha mãe certamente estava, e entramos assim que Max iria dar um tiro na Triz mirei minha arma e acertei um de seus soldados, eles se entregaram quando viram que éramos muitos. Caminhei até Evelyn que estava dizendo a minha mãe quem realmente ganhou.

— Filha, você veio pra me resgatar?– ela pergunta esperançosa. Eu sorrio e vou até ela a virando de costas e colocando uma algema nela.

— Eu vim pra te colocar no seu lugar.– digo e a guio até uma das celas do prédio, que já estava sendo dominado pelos sem facção. Minha mãe me encara com raiva.

— Separamos vocês do resto de nós, e criamos as facções para garantir a paz. Chegou a hora de saírem de seu isolamento e juntarem se a nós... Permitimos que acreditassem serem os últimos mas não são, se estão me assistindo agora, um de vocês é a prova de que o experimento deu certo. A raça humana os aguarda com esperança além dos muros. – a mensagem da caixa era certa, nada do que minha mãe havia pensado.

Divergentes

Eram essenciais esse tempo todo, e foram caçados e mortos, assim como meu pai.

— Eu o matei.– ela diz e vejo lágrimas saírem de seus olhos arrependidos — Eu o amava mas ele era um perigo pra mim e para você. E eu não poderia permitir isso...

— Como você pôde? – eu pergunto já com o choro instalado — Você não é responsável só pela morte do meu pai, você é responsável pela morte me muitas pessoas, PELA MORTE DO ERIC! FOI TUDO CULPA SUA...– sinto os braços de Chris me tirarem da cela antes de tentar atacar minha mãe.

Chris fecha a cela e me abraça.

— Está tudo bem, já acabou.– ela me acalma e me faz parar de chorar,olho pra uma das celas e vejo Caleb preso seus olhos demonstram arrependimento.— Ele disse que precisa falar com você. – a encaro confusa e ela abre a cela dele pra mim entrar.

— É uma conversa particular.– ele diz e ela ri

— Eu decido se é ou não.– ela aponta a arma pra ele, mas Caleb não parecia ser ameaça então eu a acalmo com meu olhar.

— Está tudo bem, ele não vai tentar fazer nada.– digo e ela suspira cansada e sai da cela deixando-a aberta e fica fora me esperando — Você tem dois minutos.– digo a ele e vejo ele abaixar a cabeça com vergonha.

— Eu achei que não sairia da Erudição, por isso a escolhi.– o que ele estava dizendo? — Eu sou inteligente mas eu queria ficar onde você estaria e quando você escolheu a Audácia eu tentei dar tudo de mim na Erudição pra impressionar sua mãe e ...

— Para aí!– peço soltando um riso irônico — Você tá se declarando para mim?– estreito o olhar

— Eu gosto de você. Desde que éramos crianças. Você sempre afastou qualquer pessoa que queria ser seu amigo, e eu ficava te admirando de longe...– seguro minha pistola e engatilho mirando nele.

— Cala a porra da sua boca!– exclamo nervosa — Você não sabe o que tá dizendo.

— Porque você está brava? Disse que eu devia escolher a pessoa que eu amo, e sempre que fiz isso te vi mais distante ainda.– ele também exclama

— Você não me ama Caleb, você está confuso.– tento colocar na cabeça dele

— Eu escolhi a Erudição por você, e escolhi voltar porque achei que estaria aqui. Eu não trai minha irmã, eu só escolhi você! – ele diz exasperado e vejo sinceridade e tristeza em seu olhar, decido não ouvir mais nada daquela baboseira e viro as costas pra ele — Mary!

— Seu tempo acabou.– digo antes de sair da cela e deixar que a Chris a feche.

— O que ele queria?– ela me pergunta, curiosa como sempre.

— Implorar pra ficar vivo.– minto e ela assente não acreditando naquilo. Vejo todos animados e saindo do prédio e nós os seguimos, paro ao perceber que todos estavam fazendo o que a mensagem da caixa dizia.

Eu sempre falava em ir embora, mas eu não queria, deixo Chris ir com a multidão e fico ali parada vendo todos irem em direção aos muros.

Flames - Eric ( A Saga Divergente)Onde histórias criam vida. Descubra agora