Um lugar seguro

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— Isso fica com a gente.– o comandante aponta para a arma que eu estava segurando, e eu a entrego.

O clima na nave não parecia bom, Quatro senta a minha frente com Matthew e o comandante.

— O David nunca quis que você visse o que viu lá na margem.– Matthew diz ao Quatro — Ele mantém um controle rígido, nada acontece sem a aprovação dele. E o veículo dele é o único que pode atravessar a camuflagem.– ele falava sobre a barreira, então como sairíamos? Quatro me lança um olhar entendendo a situação, nossas vidas estavam em risco.

— Porque está contando isso?– Quatro pergunta, nem precisava de resposta.

— Não vamos levar vocês a Chicago.– estavam nos levando para nos matar sem que ninguém visse.

— Quatro...– chamo baixo quase chorando e ele se martiriza

— Se abaixa.– ele pede e começa a lutar, Matthew o ajuda, pego a arma de um dos mortos e atiro em dois soldados que tentavam me pegar, Quatro atira nos dois pilotos e eu me desequilíbro e seguro nas laterais da nave, Matthew faz o mesmo, jogo a arma pra ele e ele continua ajudando o Quatro.

Os homens não paravam de atacar e tinha até um com faca, mas o Quatro com toda a raiva que estava sentindo conseguiu acabar com todos eles.

— Segura.– Matthew grita, e Quatro vem pra perto de mim e me abraça, em poucos segundos sentimos o solavanco da nave caindo no chão, Quatro faz de tudo pra me proteger e eu me encolho pra proteger minha barriga.

Conseguimos sair dos destroços, Quatro me carrega até a parte de fora e me coloca no chão com cuidado.

— Tá tudo bem? O bebê está bem?– ele pergunta preocupado e segura meu rosto me analisando

— Ele ainda não reclamou.– respondo e tiro as mãos dele do meu rosto, sinto meu braço doer e solto um murmúrio.

— Temos que ir , e contar pra Evelyn que ela tem mais problemas do que ela pensa.– Ele diz — Eu acho melhor você voltar com Matthew e ver se está tudo bem com o bebê.

— Não!– quase grito de desespero — Eu não posso ficar nesse lugar é tedioso demais, e eles são do mal.

— Menos eu.– Matthew diz levantando a mão e eu concordo

— É menos você.– encaro Quatro com súplica no olhar — Você me implorou pra vir Quatro eu vou te seguir até a morte.

— Droga.– ele abaixa a cabeça pensativo — Eu vou te levar mas vou deixar você segura em um lugar lá dentro. – assinto e comemoro mentalmente, adeus tédio.

— Vocês vão precisar disso.– Matthew diz e retira um cartão do bolso, e o entrega para o Quatro — Precisamos da sua ajuda Tobias, você não sabe do que David é capaz.– sinto dificuldade ao me levantar mas consigo com a ajuda do Quatro.

— E a Triz, e os outros?– pergunto

— Desde que ela fique está segura, ela é valiosa demais para ele.– Matt explica e nós assentindo.

— Quando David perguntar diga a ele que deixei você pra trás.– Quatro diz e ele o encara confuso — A Triz vai saber que está mentindo e vai entender a situação.

— Vamos Mary.– acompanho Quatro e o ajudo pois ele estava mancando. — Você parece pensativa.

— Fiquei pensando em como você e Triz brigaram.– digo e abaixo a cabeça — Eu e Eric tivemos poucas discussões, por coisas bobas. Mas em qualquer situação eu apoiaria ele...– vejo seu olhar decair — Desculpa dizer assim...

— Somos bem diferentes de você e Eric, mas você está certa.– ele sorri fraco.

Andamos por pelo menos uns trinta minutos até chegarmos na barreira, um drone pediu reconhecimento e Quatro mostrou o cartão que Matthew nos entregou, a barreira se abriu e nós passamos por ela rapidamente, e ela se fechou atrás de nós.

— Onde é esse lugar que você vai me levar?– pergunto curiosa

— É um segredo, mas vai estar segura lá.– ele explica e continuamos a caminhar, até chegarmos no muro de Chicago.

Nós tivemos que pegar o equipamento que por incrível que pareça ainda estava jogado no chão do lado de fora, subimos o muro e lá no alto tivemos que nos abaixar para os soldados de Evelyn não nos ver mas tinha um porém.

— Está vazio.– digo ao olhar ao redor do muro

— Eles estão se preparando para a guerra, isso é bom no momento. Vem.– sigo ele e damos a volta no muro até achar as escadas.

Conseguimos descer e Quatro nos leva até os trilhos do trem.

— Esse lugar parece muito misterioso, eu já estive lá?– pergunto querendo arrumar assunto

— Eu acho que não.– Quatro responde e nós ouvimos o trem. Ele passa por nós e Quatro pula e me ajuda a subir também.

Nós não descemos até o trem parar na última linha, ninguém vinha até aqui geralmente foi uma coisa que Eric me disse, era uma área deserta e cheia de árvores. Nós descemos do trem e entramos na floresta assustadora que me deu medo, dava pra ouvir o barulho de alguns animais e os galhos quebrando por onde nós andávamos, andamos por quase uma hora até eu me entediar.

— Quatro você vai me deixar abandonada aqui?– pergunto com medo

— Não, estamos quase chegando.– ele responde e vai na frente.

— Chegando onde?– pergunto e caminho mais um pouco até avistar uma pequena cabana, bem discreta no meio da floresta. Quatro para de andar e eu sigo na frente vendo a casa iluminada e olha confusa, de quem seria ela? Mas meu coração para assim que vejo a silhueta de um homem sair na porta, não qualquer homem. Sinto minhas pernas bambas e meus olhos lacrimejando, tento controlar a minha respiração e não consigo.

Eu não conseguia me mover, eu deveria me mover? Ir até ele e dizer o quanto o amo, o quanto não acredito que estejamos frente a frente um do outro depois de tanto tempo, não dá tempo de pensar em nada eu só sinto os braços de Quatro me segurar, vejo ele correr até mim e desmaio olhando dentro de seus olhos.

Flames - Eric ( A Saga Divergente)Onde histórias criam vida. Descubra agora