Mudanças no campo de batalha

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Parecia um filme de terror, ver todos eles marchando como um exército, minha mãe era sádica demais. Eric me pediu pra não sair do lado dele em nenhum momento, nos juntamos ao Max e os outros líderes que não receberam o soro.

— Eles podem nos ver e ouvir só não processam do mesmo jeito.– Max nos explica e nesse mesmo momento vejo Triz marchando — Os comandos vão pelos transmissores. – quando ele fala isso um cara sai desorientado da fila.

— O que tá acontecendo? Gente o que é pra fazer? – ele pergunta aos outros que estavam sendo controlados, Max olha para o Eric e logo eu entendo a situação.

— Divergente.– Max fala e me dá uma pistola na mão, eu tinha que matar ele? Mas porque eu?

Eric me súplica com o olhar pra eu ir logo, seguro firme a pistola e caminho até o cara confuso sem nem dizer nada eu aponto a arma na cabeça dele e disparo, o barulho não foi muito alto por causa do silenciador mas eu ouvia como um zumbido no meu ouvido, fiquei parada por segundos olhando o corpo dele no chão até sentir a mão quente de Eric tirando a arma de mim.

— Obrigado por estar do nosso lado Mary.– Max diz e eu assinto sem dizer nada.

Todos os soldados foram colocados dentro do trem, eu entrei em um carro com Eric do meu lado, ele parecia preocupado e a culpa não saia da minha cabeça, eu acabo de matar alguém inocente pra provar minha lealdade a uma facção que matou meu pai, eu não sabia se poderia chorar no momento, demonstrar minhas fraquezas não era uma boa ideia.

— Está bem?– Eric pergunta e toca meu rosto, mas eu me livro de seu toque e ele suspira nervoso — Foi preciso.

— Eu não fiz isso por eles.– digo sem olha-lo, ele divide agora o peso da culpa comigo. — Eu não sabia que o ataque a abnegação seria tão rápido.

— Não trate isso como um ataque, estamos reformulando o sistema.– ele diz sem culpa alguma — Eu sei que você não gosta do meu lado mal, mas as vezes você tem que escolher o lado vencedor.

Resolvo não dizer nada até que chegamos na Abnegação, o trem chega logo depois com os soldados e todos eles tiram os moradores das casas, isso é ruim de se ver. Continuo seguindo Eric pra onde ele vai até que ele para na frente do Quatro que parecia um robô, e Triz estava com ele.

— O lendário Quatro virou um zumbi. – ele zomba sendo malvado — Era o primeiro da turma e agora você não é nada. – ele diz isso mas sem resposta do Quatro resolve sair mas ele escuta um suspiro nervoso do Quatro e volta a encara-lo.

— O que foi? Acha que ele pode ser...– não consigo terminar e analiso o rosto de Quatro

— Só tem um jeito de descobrir.– Eric diz e aponta uma arma pra cabeça dele — Diga adeus babaca.

— Adeus.– Triz diz e aponta a arma dela para o Eric, por reflexo eu aponto a minha pra ela, e Quatro aponta a arma dele pra mim.

— Larga a arma.– Quatro diz a mim

— Manda ela largar a dela primeiro.– deixo a careta na minha mira, se ela fizesse algo ao Eric eu seria capaz de mata-la.

— Ela não vai atirar em mim.– Eric diz com convicção.

— Acho que tá superestimando minha personalidade.– ela diz e Eric se vira e tenta pegar a arma mas ela atira na perna dele, antes que eu reaja Quatro me empurra na parede e corre com a Triz, ajoelho perto de Eric atiro na direção que eles foram e consigo acertar a Triz. Um grupo de soldados cerca eles e os levam.

— Amor. – aperto a perna do Eric onde estava saindo muito sangue.

— Eu tô bem, foi só um tiro.– ele diz gemendo de dor no chão

— Não é só um tiro idiota, vou te tirar daqui.– digo nervosa

Peço a alguns soldados um carro para levar ele de volta para a Audácia pra retirar a bala demora, pelo menos uma hora até que os remédios pra dor fazem o Eric dormir, saio do quarto onde ele estava e vou até um corredor sendo surpreendida pela Triz, ela retira minha arma e me dá um golpe nas pernas, seguido de um soco que me deixa desnorteada.

— Encosta na parede, agora!– ela diz apontando a arma pra mim e eu obedeço — Como você ainda está acordada?

— Sou namorada do Eric e filha da líder que tá causando tudo isso.– sorrio falsamente

— Como pode se envolver com ele? Olha tudo o que eles estão fazendo.– ela me diz e de novo a culpa cai em mim.

— Eu amo o Eric, e vou segui-lo onde ele for.– digo sendo sincera — Eu não queria te machucar Triz, eu não sabia que era uma divergente. Meu pai também era. – suspiro e ela abaixa a arma.

— Me diz de onde estão controlando as pessoas.– ela pede e eu suspiro, precisava fazer algo pra impedir minha mãe e Eric não iria saber que eu a ajudaria pois estava desacordado.

— Eu te ajudo mas minha mãe e o Eric não podem saber, e no final disso tudo eu não vou te seguir Triz.– aviso e ela assente

— Eu te dou minha palavra.– ela diz eu sigo na frente a guiando, levo eles até às instalações que Eric me pedia pra não ir procurá-lo e era o lugar onde minha mãe sempre entrava quando visitava a Audácia.

— É aquela sala.– aponto e ela olha, tinham no mínimo três guardas na frente da porta — Ela não pode me ver então, não posso seguir daqui.

O pai da Triz pega a arma da mão dela e sai atirando no corredor, ele acaba sendo alvejado mas ela entra na sala, ela era a única que poderia acabar com aquilo. Se passam alguns minutos até que escuto barulhos de luta e tiros, pego um dos corredores até outra entrada daquela sala, e fico escondida vendo tudo, Triz e Quatro lutando pra minha mãe poder desligar o sistema, então Triz injeta o soro nela e a comanda fazendo assim ela apagar todo o programa.

— Simulação encerrada, sistema encerrado.– a voz do computador diz e minha mãe acorda do transe frustrada e com um ataque de raiva por ver os monitores desligados, olho ao meu redor e vejo umas injeções, uma delas iria servir pra algo, pego uma delas e entro na sala sendo vista apenas pelo Quatro e mando um olhar de conforto a ele, é o momento em que minha mãe vai pra cima de Triz querendo a matar. Triz a segura e eu vou por trás dela e injeto algo no pescoço dela que a faz dormir instantâneamente, o corpo dela cai no chão e Triz me olha desacreditada.

— Ela não tá morta, só vai dormir por algumas horas.– respondo o ponto de interrogação no rosto deles — Vocês precisam sair daqui, tem uma saída por aquela porta ali. – aponto da onde eu entrei e eles assentem.

— Obrigada.– Triz agradece e eu sorrio forçadamente

— Antes de ir preciso de um soco.– peço e ela estranha meu pedido — Eles tem que achar que eu lutei com você aqui. – ela entende e mesmo sem querer acerta um soco certeiro no meu nariz que o faz sangrar e eu caio no chão de dor, eles fogem e minutos depois os seguranças da Erudição entram e me vêem no chão com o rosto sangrando — Eles fugiram seus incompetentes!– grito fazendo um teatro e eles pegam o corpo da minha mãe e me ajudam a levantar.


Seguro a mão de Eric enquanto vejo ele acordar, ele aperta a minha mão e se lembra do que aconteceu.

— O que foi isso no seu nariz?– ele pergunta reparando meu curativo e meu nariz inchado. Suspiro e abaixo a cabeça.

— Os planos da minha mãe deram errado. Triz e Quatro lutaram pra vir até aqui e desligar o programa. Minha mãe está abalada.– ele passa as mãos no rosto exasperado

— Como ela deixou isso acontecer?– ele quase grita com frustração, me sento ao lado de seu corpo na cama.

— Eu lutei com a Triz pra proteger minha mãe.– faço minha melhor cara de menina fofa e parece que ele acredita então ele segura meu rosto e me beija.

— Sei que deu o seu melhor meu amor.– ele sussurra perto da minha boca — Mas esse não é o fim, sua mãe ainda tem muitos planos pra eles. – pisco incrédula e solto o ar nervosa — Mas eu te amo e vou te proteger dela e de todos.

Ele me abraça e eu sinto vontade de chorar, mas eu lutaria quantas vezes fosse preciso pra colocar minha mãe no lugar dela, meu único medo era nesse processo perder o Eric.






Flames - Eric ( A Saga Divergente)Onde histórias criam vida. Descubra agora