Buscando a mim mesma

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No dia seguinte levantamos muito cedo, minha mãe convocou uma reunião onde eu teria que estar, ela estava com a mão enfaixada pela facada que recebeu de Triz. Me posicionei ao lado de Eric e fiquei escutando seu discurso idiota.

— Com o novo recurso de triagem preciso que vocês vão até às facções e testem todos, quem for divergente tragam até mim, a maior ironia da caixa é que ela só abre com a ajuda de um divergente. – ela diz olhando todos na sala

— Caixa?– pergunto ao Eric em voz baixa enquanto minha mãe fala

— Ontem encontramos uma caixa que sua mãe acredita que tenha uma mensagem dos fundadores, estava na casa dos Prior.– assinto preocupada, ela não iria parar de jeito nenhum.

A reunião acaba e eu me preparo pra ir atrás do Eric mas minha mãe me chama quando eu viro as costas.

— Mary, um minuto?– ela pede e eu não consigo virar e encarar ela, Eric me olha e me conforta com seu olhar.

— Te espero no carro.– ele diz e sai, todos saem e só fica eu e ela, me viro e caminho na sua direção.

— Olha só pra você, tão forte.– ela comenta me analisando — Eu gostei do jeito que ele te protege.

— Não precisamos da sua benção.– digo sendo ríspida e ele abaixa a cabeça

— Eu vou pedir só mais uma vez Mary. Me deixe te tirar disso, te proteger como eu posso te tirando dessa batalha lá fora.– ela praticamente implora

— Eu sou uma lutadora mãe, o quanto eu puder lutar eu vou, porque sou da Audácia. E jurei lealdade a quem eu amo.– digo tentando manter a calma — Pelo que eu me lembre você também, e agora está caçando os divergentes, ficou com raiva pelo meu pai não ter te contado?

— Sai daqui.– ela pede quase chorando

— Não me peça mais pra ficar.– caminho até a saída do escritório e saio do prédio rapidamente, encontro com Eric no carro e entro sem dizer nada — A gente já pode ir. – ele da partida e começa a dirigir em direção a Amizade.

Eric quebra algumas cercas deles e ri com o ato, o encaro com tédio e ele tira o sorriso do rosto. Ele para o carro e nós descemos sendo recebidos pela Johanna líder da facção.

— A amizade saúda vocês.– ela diz sorrindo — A que devemos este prazer?

— Não é uma visita social Johanna.– digo já de cara, confesso que não gostava muito da amistosidade dela

— Procuramos divergentes.– Eric diz sendo mais específico

— Entendo. Eu estou aqui para ajudar. – ela diz ainda sorrindo

— A sua facção tem que ser testada voluntariamente. – Eric avisa e coloca o aparelho de triagem na frente dela — Uma nova tecnologia de triagem da Erudição, agora que a Jeanine lidera o conselho o processo de aprovação ficou mais fácil.

O aparelho indica que Johanna não é uma divergente e Eric analisa ele enquanto eu sinto que ela se opõe a operação.

— Tá excedendo sua jurisdição.– ela reclama e eu sorrio com ironia

— Ué o que houve com toda a educação da Amizade?– interrogo e ela me olha mortalmente, vejo um sorriso orgulhoso no rosto do Eric — O jeito fácil ou o jeito difícil? Você escolhe.

— Tá legal, mas sob protesto.– ela cede e eu sorrio, faço sinal para os soldados irem fazer o trabalho.

— Muito bem, todos em posição!– grito e vejo eles indo —Vou com eles.– digo ao Eric e recebo uma piscada dele como resposta. Os nossos carros emitem um alerta para o povoado que se reúne na estufa para serem testados.

Eles fazem filas assim que os soldados mandam e os colocam em posições, e começam a passar o parelho pra teste, achamos dois divergentes até que escuto a voz de Eric no rádio.

Temos três tentando fugir da estufa!– ele avisa e eu olho pelos vidros Triz, Quatro e Caleb correndo. Os soldados iriam atirar mas Marcus Eaton entra na frente delas.

— Declaro anistia, sou líder da Abnegação é meu direito!– vou até ele rápido e lhe dou um golpe o fazendo ficar desacordado.

Atiro nos vidros e os soldados fazem o mesmo mas perdemos eles de vista, corro atrás deles assim como os outros e encontro Eric quando ele sobre em um dos carros pra ir mais rápido, faço o mesmo e descemos perto da floresta, continuamos o caminho correndo até que escuto o trem, dou sinal pra pararem e só atirarem, eu realmente não queria que nenhum tiro acertasse nenhum deles só estava atuando, por isso fico atirando aleatoriamente e eles atiram de volta acertando alguns dos nossos. Eric se protege em uma árvore e percebe que eu não estou atirando neles, ele me olha irritado, eles conseguem passar pro outro lado dos trilhos e Eric corre atrás do trem atirando, reviro os olhos exausta dessa situação e espero até que o trem vá pro Eric se dar por vencido. Ele joga a pistola no chão com raiva e todos os outros voltam pra Amizade e eu espero o ataque de fúria dele passar, ele se vira pra mim.

— PORQUE NÃO ATIROU NELES?– ele grita

— EU ESTAVA ATIRANDO!– respondo na mesma intensidade

— VOCÊ ESTAVA ENROLANDO.– deixo meu olho lacrimejar, eu odiava quando ele gritava.

— NÃO GRITA COMIGO!–  peço quase chorando e ele recua, ele pega a pistola no chão e passa nervoso por mim.

— Vamos continuar o trabalho.– ele diz baixo e eu o sigo limpando alguns resquícios de lágrimas.

Flames - Eric ( A Saga Divergente)Onde histórias criam vida. Descubra agora