Enquanto eu estiver aqui ninguém vai te machucar.

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Depois de duas batidas na porta vejo o rosto de Eric, ele me dá espaço pra entrar e eu o faço e sento na sua cama, ele se senta ao meu lado e acaricia meu cabelo.

— Você sabia? – pergunto e sinto que ele já sabia sobre o que eu estava perguntando.

— Sim. – ele responde e eu o encaro — Ele foi um dos meus líderes na adolescência.

— E porque nunca me disse?– pergunto sentindo vontade de chorar de novo

— Achei que sua mãe já tinha te contado, e você não gostava de tocar no assunto, então nunca perguntei sobre ele.– ele explica e parece sincero — Foi até sua mãe?

— Ela só me contou agora.– levanto da cama e começo a andar de um lado pro outro incomodada — Ela sabia que eu escolheria a Audácia, e mesmo assim nunca me contou o que aconteceu aqui.

— Ela devia estar tentando te proteger.– suspiro e ele levanta e me abraça.

— Onde esteve o dia todo? Não te vi no almoço. – pergunto e ele suspira

— Tem mais algumas coisas que sua mãe te disse que eu acho que deve saber.– o encaro confusa — A Erudição e a Audácia se juntaram pela caça aos divergentes, existem muitos deles escondidos, a Erudição criou um transmissor cognitivo, vão injetar como soro em todos depois do teste final. Quem não for divergente vai ser controlado pelo soro, e quem for nós saberemos.

— A minha mãe... concordou em injetar em mim?– pergunto e ele abaixa a cabeça — Ela iria me controlar de qualquer jeito.

— Iria mas eu conversei com Max e ele autorizou que não fosse injetado em você, ele só disse que você tem que provar sua lealdade a Audácia.– olho dentro de seus olhos enquanto ele segura meu rosto fazendo nossos rostos ficarem perto — Eu vou te proteger de tudo o vier, eu não estou dizendo que te amo eu só...

— Então é melhor dizer...– perco o ar por alguns segundos ao encarar sua iris — Porque eu te amo. – não dou tempo dele responder e puxo sua nuca pra iniciar um beijo apaixonado.

Eu não poderia negar nem a mim mesma, desde que vi Eric pela primeira vez já sabia que minha ambição não deixaria ele escapar, eu o teria de qualquer jeito, e pode parecer egoísta mas é o que eu sinto, um amor que eu não consigo mais esconder. Terminamos o beijo sem desencostar nossas testa e vejo ele suspirar.

— Eu também te amo.– ele segura meu rosto e beija minha testa me dando um abraço caloroso — Eu vou proteger você.

Era a primeira vez que via Eric falar sobre sentimentos, na maioria das vezes ele usava graça ou uma resposta evasiva mas ouvir aquilo me deu um calor imenso, eu sentia que seria só nós dois por um longo tempo. Nós ficamos o dia inteiro no quarto, transamos e conhecemos melhor um ao outro, ele me contou sobre sua infância na Audácia e o treinamento que teve quando ficou maior. Eu contei sobre minha vida na Erudição, nós rimos muito e quando estava anoitecendo nos arrumamos pra ir jantar, o grupinho da Triz me olhou estranho ao me ver dando risada com Eric no refeitório mas não me importei com eles. Ouve uma discussão entre a careta e o Al, ele parecia estar machucado com o rosto arrebentado. Horas depois do jantar encontraram o corpo dele no fundo do poço, isso não me trouxe boas memórias. Então passei a noite no quarto do Eric mas não consegui dormir, ele levantou cedo no outro dia, se arrumou bem rápido.

— É dia do teste final. Melhor você se arrumar eu preciso ir.– ele diz colocando suas botas e me dá um beijo rápido — Você está bem?

— Estou, só um pouco preocupada com um dos meus medos que minha mãe vai ver. – pelo que Eric me contou a Erudição iria acompanhar o teste, e assim como quando o Quatro viu meus medos eles veriam também, o que inclui minha mãe.

— Ela vai saber que você me ama, não tem nada demais nisso.– ele zomba e ri mas eu continuo preocupada — Depois do teste vem direto pro meu quarto, não sai daqui até que eu venha te buscar, tudo bem? – assinto e ele me dá outro beijo, se levanta e sai do quarto.

Demoro mais um pouco na cama e depois levanto pra me arrumar, coloco minhas roupas preta e vermelha e penteio meu cabelo que estava parecendo um ninho, nem sei como Eric disse que me ama se as vezes eu pareço um espantalho perto dele. Sorrio com esse pensamento e saio do quarto seguindo para os alojamentos.

Atenção todos os iniciados, apresentem se para o teste final – uma voz grossa fala nos transmissores, suspiro fundo e caminho até o salão onde estavam todos, cada um esperou sua vez até que meu nome foi chamado.

Entrei no salão e tinha muita gente, tanto da Audácia quanto da Erudição em um canto vejo minha mãe que parece preocupada e no outro vejo Max conversando com Eric ele me lança um olhar de conforto que é rapidamente captado pela minha mãe que nos encara com confusão no olhar. Me sento na cadeira no centro da sala e uma mulher vem até mim e injeta o soro Neuro-estimulante, me deito na cadeira esperando meus medos me pegarem. Nada mudou em relação a eles, eram os mesmos e o último era eu estourando a cabeça da minha mãe com um fuzil porque ela estava tentando matar o Eric. Acordo minutos depois buscando ar e seguro na mão da pessoa que estava tentando me ajudar, era minha mãe. Ela olha pra mim e alterna o olhar até o Eric, ela me ajuda a levantar e pede pra mim sair.

Depois dos testes fomos mandados pra comemoração, quem passou virou um novo membro da Audácia e eu fui avisada que fui a primeira da turma em todas as categorias.

— Meus parabéns, provou ser a melhor.– Christina fala e me abraça com alegria

— Obrigada.– Triz me encara sorrindo também — Estou feliz por você careta, obrigada por não roubar meu lugar.

— Eu nunca faria isso.– ela diz e sorri sem graça

— Precisamos ir. – a voz de Eric me assusta, sua mão segura minha cintura e as meninas nos encaram confusas, não consigo dizer mais nada só sinto a mão de Eric me puxando no meio da multidão enquanto Max faz um discurso. — Eu mandei você ir pro meu quarto. – ele diz quando já estamos num corredor afastado.

— Não me deixaram ir. – ele coloca uma pistola na minha mão e analisa meu rosto — Sua mãe veio me perguntar sobre a gente.

— E o que você disse?– pergunto curiosa

— Que agora você é minha. Ela aceitou numa boa – ele mente e eu sorrio e dou um selinho em seus lábios

— Ela vai querer te matar agora.– coloco a pistola no meu coldre.

— Temos que esperar um pouco aqui até que todos lá recebam o soro.– sorrio com maldade e o prendo em uma parede

— Você sabe como passamos nosso tempo livre.– ele sorri na mesma intensidade e me beija calorosamente.

Flames - Eric ( A Saga Divergente)Onde histórias criam vida. Descubra agora