Hurricane

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PoV. Yoongi

— O que está acontecendo? - Jung perguntou, me seguindo.

Fiz sinal para ele calar a boca e corri por um caminho estreito entre duas casas.

Nossos pés ecoavam nas poças de água no chão. A tempestade estava cada vez mais forte, os trovões me fazendo tremer os dentes.

Puxei Hoseok para o meu lado, encostados na parte de trás de uma das casas de madeira. Minha respiração pesada quase dificultava que ouvíssemos os sons dos galopes dos cavalos.

Quando a tempestade começou, a confusão estourou e no meio de gritos e da correria, nos perdemos da tia Katy e de Sehun.

— Alteza. - o homem insistiu - O que está acontecendo?

Olhei para ele.

A chuva forte, nos ensopou inteiramente. O cabelo castanho dele caía na testa, escorrendo água. As roupas grudadas no corpo.

Desviei o olhar, não me deixando perder a concentração. Ele tinha um corpo impressionante.

— Por aqui. - falei, correndo para o outro lado da rua.

O povoado esvaziou tão rápido, que quase se podia pensar que era um lugar fantasma. Sem nenhuma alma viva nas ruas, exceto Jung, eu e minha pantera.

Ônix estava molhada também, as orelhas baixas e as patas espirrando água por todo lado.

Empurrei a porta de uma Taberna e encontramos o lugar vazio.

A chuva caía forte do lado de fora, o barulho ensurdecedor no telhado. As janelas batiam com o vendaval e atrás de mim, o guarda trancou a porta.

Tirei meu cabelo de perto dos olhos, sentindo gotas grossas de água escorrerem por meu corpo.

Me virei, ficando de frente para ele.

— São os Cavaleiros da Tempestade. - contei, baixando a voz.

Sua expressão não mudou. Claramente não sabia nada sobre eles e continuou na mesma.

Respirei fundo, olhando rapidamente pelas janelas, tendo a certeza de que não havia ninguém por perto. Eu sabia que eles não nos achariam. Era até bom que Hoseok não soubesse o que eles eram.

— Dizem que eles só aparecem quando grandes desgraças estão por vir. - contei, minha voz não mais alta do que um sussurro.

Jung se aproximou da janela, parando ao meu lado. Seu peito subia e descia com força, os olhos castanhos confusos para mim.

— São ladrões?

— São espíritos amaldiçoados, Jung. - retruquei.

De repente um grito cortou o ar. A Tempestade respondeu com um relâmpago e a luz nos permitiu ver, no fim da rua, uma cena aterrorizante.

Um cavalo branco se ergueu. O cavaleiro em cima dele, usava chapéu e roupas negras, de forma que era um contraste com o pelo branquinho como neve do cavalo.

Os olhos vermelhos do cavalo, focavam numa figura encolhida no chão. Com a chuva e o vento fortes, não consegui distinguir se era homem ou mulher, criança ou adulto.

Só sabia que era um ser vivo, que estava prestes a morrer.

O Cavaleiro desceu do cavalo, jogando sua capa negra para trás e retirando uma lâmina curva do cinto.

Quando vi ele erguer a lâmina, uma lembrança pipocou no fundo de minha mente. Uma lembrança que há anos, eu evitava.

Eu vi uma criança correndo. Ouvi o choro. Vi um Cavaleiro correr atrás e então o silêncio. Silêncio cortado apenas pelo som dos pingos do sangue.

Game On | pjm + jjk | Jikook versionOnde histórias criam vida. Descubra agora