PoV. Jungkook
O tempo para processar os acontecimentos, não existia.
O Reino, o palácio, as obrigações como príncipe, não esperavam que eu conseguisse organizar meus pensamentos, para então baterem direto na minha cabeça.
O sol do meio-dia entrava com força pela janela, quase queimando meus pés cobertos pela bota. A mesa longa de madeira refletia uma luz absurda que eu até apreciaria em outro momento.
Mas não agora.
A noite no Templo dos Reinos, foi um soco no meu coração. Eu sentia cada músculo do meu corpo reclamando. Eu não me importava com a recente luta com os Cavaleiros da Tempestade, eu só conseguia pensar na imagem de Rubi com a coroa do Reino do Sul, na imagem de Wild com a coroa do Reino do Norte e com a recente notícia de que Halsey surtou e quase matou Taemin.
Nesse momento, eu já não estava triste, ou confuso, eu estava furioso.
Sentia meus olhos arderem com a vontade de chorar, vontade de gritar todo aquele sufoco para fora do meu corpo. Era injusto, era inacreditavelmente injusto.
De que adianta ser de uma família real, quando o preço é ser rodeado por mentiras e coisas ruins?
Yoongi, sentado em minha frente, do outro lado da mesa, encarava as próprias unhas. Jung tinha sido instruído a ficar do lado de fora da Sala de Reuniões, porque precisávamos de um momento só entre nós sete.
— Eu encontrei isso aqui. - Taemin despejou os sete pergaminhos que carregava nos braços, sobre a mesa.
— Pergaminhos velhos? Brilhante. - resmunguei.
Eu não queria participar daquilo. Mas também não queria encontrar Jimin.
Porque eu descobri se não saberia o que fazer com a informação?
Taemin me ignorou, se mantendo em pé, a cabeceira da mesa.
— Esses pergaminhos contém as anotações de todos os Médicos Reais da família Jeon. - explicou, os olhos azuis sombrios - E esse aqui, - apontou para um menor e muito gasto - fala sobre a geração antes da nossa.
— Papai e nossas tias? - Jongin se aprumou na cadeira - E o que diz?
Sehun foi o primeiro a abrir o pergaminho. Seu cabelo castanho estava preso num rabo de cavalo, mantendo os fios longe do rosto.
Ele arregalou os olhos escuros e soltou o pergaminho na mesa, com um baque surdo.
— Por Nêmesis. - sussurrou, tapando a boca e notei seus dedos tremendo.
Fechei os olhos, porque eu não precisava de mais notícias ruins.
Jongin se apressou em ler o que tanto perturbou o irmão.
— As anotações são claras: - Taemin falou, as mãos apoiadas na mesa, seu tom alto apenas para nós ouvirmos - Halsey nasceu um ano antes de Soobin. Ela é a primogênita. Portanto, ela deveria ser a rainha do Sul.
A Sala de Reuniões ficou tão silenciosa, que eu conseguia ouvir a respiração de cada Elo ali presente.
Rubi, perto das minhas botas, estava com as patas sobre os olhos e tremendo. Ela refletia meu estado interior.
O pergaminho foi passando de mão em mão, me recusei a ler. Se eu me movesse um centímetro, sentia que sairia chutando e quebrando coisas.
— Mas... - Yoongi foi o primeiro a dizer algo - não faz sentido.
— Faz muito sentido para mim. - para a surpresa de todos, foi Jeonghan quem falou. Ele estava com os cotovelos sobre a mesa e os dedos entrelaçados. Os olhos tão frios que eu chequei seu cachorro e percebi que Ametista roía um pedaço de madeira, com a raiva que Jeonghan devia estar sentindo - Todos aqui sabemos que Soobin respeitava as mulheres, mas não acreditava que elas serviam para governar. Não é surpreendente pensar que ele mentiu sobre o nascimento de tia Halsey, para ficar com o trono.
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Game On | pjm + jjk | Jikook version
FantastikO antes de Never Enough O Reino do Sul está passando por tempos sombrios. O Rei está doente e com sua possível morte, toda a atenção se volta para o trono. Ele possui sete filhos. Sete herdeiros. Mas será que algum deles será digno de governar? ...