Game On

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PoV. Jungkook

O vento fazia meus cachos bagunçarem.

O céu estava escuro de nuvens, mas silencioso.

A paisagem era de casas pegando fogo, destruídas, escombros pelas ruas, sangue respingado e armaduras quebradas.

Todo o Reino do Sul se encontrava em silêncio, milhares de olhos voltados para uma pessoa e apenas uma: Park Jimin.

Jimin encarava as próprias mãos, que faiscavam, como metal polido ou a grama recebendo chuva, seu corpo exalava liberdade.

Seus olhos azuis se ergueram, focando em cada bruxo fazendo reverência à ele.

Eu, sendo príncipe, estava acostumado com esse comportamento, mas Jimin travou, sem saber o que fazer.

Me aproximei, tocando seu ombro direito e sua mãe tocou seu ombro esquerdo.

— Levantem-se. - Jimin pediu, a voz baixa.

Mas seu tom baixo foi o suficiente para todos os bruxos obedecerem e ficarem em pé imediatamente. Todos carregando sorrisos brilhantes no rosto. Pareciam ter esquecido da guerra de poucos segundos atrás.

— Vossa Majestade, - um bruxo deu um passo à frente - quais são as ordens? Devemos continuar a guerra?

Imediatamente os guerreiros do Sul empunharam suas espadas, assustados.

— Não! - me adiantei, erguendo as mãos - Guardem as armas!

Hyuna acenou para seus homens obedecerem e eu respirei mais aliviado.

Não podíamos começar aquilo de novo. Ficaríamos nessa guerra eternamente, com bruxos jogando feitiços e príncipes protegidos contra magia. A pedra mágica pesava em meu bolso. Sem ela, eu teria morrido umas trinta vezes, só naquela tarde.

— Eu acho que falo por todos os meus irmãos... - olhei para onde os rapazes se encontravam. Yoongi ombro a ombro com Hoseok, Jongin mantendo Jennie atrás de si, Sehun desmaiado, Jin ladeado por Namjoon e BM, Jeonghan ferido, apoiado em escombros e Taemin como uma rocha no meio da batalha, estável.

— ...quando digo que sentimos muito. - continuei, após receber a confirmação de Taemin - Eu sei que apenas palavras não apagam todas as coisas ruins que meu pai fez. Eu poderia vir até aqui, na frente de vocês, e dizer que o renego como pai, que ele não significa nada para mim... Mas seriam palavras vazias, porque o mesmo sangue que corria nas veias dele, corre na minha. Soobin era sim, meu pai, mas isso não significa que eu concorde com as atitudes dele em vida. O Reino do Sul está profundamente envergonhado. E eu peço paz.

Eu olhava para o rosto de cada bruxo, que me ouviam em silêncio, desconfiados. Eu podia sentir a força da magia de tantos bruxos juntos.

Mas também podia ver o povo do Sul, apavorado. Pessoas que nunca haviam lutado antes, protegendo suas crianças.

Eu precisava acabar com aquela guerra.

Rubi surgiu do meio da multidão, vindo sentar entre Jimin e eu, logo ao lado de Wild, que havia pousado ali, em seu tamanho gigante.

— Em nome do povo, da realeza... - continuei, colocando sinceridade em minhas palavras - Não queremos guerra com vocês bruxos. Estamos todos sob o mesmo céu, compartilhamos do mesmo mundo e devemos viver em paz.

O silêncio que se seguiu, fez meu coração bater forte.

Eu não sabia se era possível acabar com uma guerra, apenas com um discurso. Soobin sempre dizia que tudo era possível com boas palavras, mas ele também prendia bruxos para usar seus poderes quando bem entendia, então eu não sabia em quê acreditar.

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