PoV. Jungkook
— Então não fizeram sexo?Parei de enrolar um cacho no dedo, e encarei Yoongi.
— Acabei de contar minha experiência de quase morte, e essa é a primeira coisa que me pergunta? - falei, incrédulo.
Meu irmão estava sentado na cama, de frente para mim. Suas vestes azul escuro eram um contraste com os edredons brancos.
Olhando-o em minha frente, eu podia ver seu guarda pessoal, parado dentro do quarto, ao lado da porta. Jung se mantinha em silêncio.
Yoongi apenas revirou os olhos.
— Vocês são tão tediosos. - suspirou dramaticamente.
— Como se sua vida sexual fosse muito ativa. - rebati.
— Não tente mudar de assunto. - o moreno apontou um dedo para mim - Vocês ficaram sozinhos por horas e-
Deram três batidas na porta e eu lancei um olhar severo para Yoongi, para ele manter a boca fechada.
O médico do Reino, senhor J.Seph, se apresentou com uma reverência.
— Altezas. - cumprimentou.
Tinha cabelos longos e barba cheia. Se aproximou com uma maleta enorme. Pousou-a na cama e abriu, revelando frascos cheios de todo tipo de poções para cura.
— Preparado, príncipe Jungkook? - perguntou, pegando o frasco de vidro com um líquido verde escuro, quase preto.
Suspirei, torcendo meus dedos sobre o edredom.
— Nem um pouco. - respondi.
J.Seph sorriu compreensivo e derramou um pouco do líquido numa colher de prata. Parado ao lado da cama, entregando a colher cheia para mim, as luzes deixavam seus olhos azuis mais claros do que o normal.
Bebi essa e mais outras vinte colheres com remédios diferentes. Até minha língua começar a se recusar a sentir gostos.
Eu tinha me banhado logo que cheguei com as carruagens do Reino do Oeste e então passei o dia todo recebendo visitas do médico real e sentindo dor na perna. Eu sabia que assim curaria mais rápido e que no dia seguinte, que seria o início do Torneio de Espadas, eu já estaria melhor. Mas eu tinha o direito de reclamar.
Taemin não parava de rondar meus aposentos, mais ainda do que nosso pai.
Quando o sol finalmente se pôs e todos foram dormir, eu tive um pouco de paz.
Me encontrava sentado no banco da janela - porque eu me recusava a ter varanda e facilitar o trabalho de assassinos. Minhas pernas dobradas e Rubi deitadinha ali comigo.
O andar dos meus aposentos davam vista perfeita para todo o povoado. E não era uma visão bonita. Tudo que eu via, era lampiões acesos, iluminando os destroços. Janelas, portas, telhados, quebrados. Uma fraca fumaça subindo para o céu e colorindo o tempo de cinza. As ruas esburacadas alagadas e pessoas tentando concertar, mesmo sendo quase meia noite.
Respirei fundo, apoiando minha cabeça no vidro da janela e passando a mão distraidamente em Rubi. Em momentos assim, em que estava assustado mas não permitia que ninguém soubesse, ela era meu único conforto.
Fiquei sentado ali por horas. O sono não chegava, então resolvi ir buscar algo para comer. Passei o dia todo à base de remédios e sopas, o tipo de comida que todos diziam que iriam me curar, mas, que na minha opinião, apenas me matariam mais rápido.
Saí descalço mesmo e espiei para fora da porta, tendo certeza de que não havia ninguém por perto. Meu tornozelo ainda doía quando eu pisava, mas as poções de J.Seph eram sempre rápidas, até pareciam magia.
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Game On | pjm + jjk | Jikook version
FantasyO antes de Never Enough O Reino do Sul está passando por tempos sombrios. O Rei está doente e com sua possível morte, toda a atenção se volta para o trono. Ele possui sete filhos. Sete herdeiros. Mas será que algum deles será digno de governar? ...