𝟏𝟓.

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Gilbert:

Minha amizade com Anne estava indo maravilhosamente bem. Não achei que ela fosse tão legal assim, então acabei me surpreendendo positivamente.

Ela era uma caixinha de surpresas.

Ainda não tínhamos nos encontrado pessoalmente depois do dia do sorvete. Mas conversamos por mensagens quase todos os dias, e passávamos madrugadas conversando.

Era final de semana e eu estava procurando ideias do que fazer para me divertir, ou simplesmente passar o tempo.

Já tinha terminado o livro que Anne me emprestara, realmente havia gostado e achado a história linda. Eu não gostava muito de ler, mas aquele livro tinha me conquistado.
Grace estava viajando com seus pais, foi até Paris, aproveitando que seu pai tinha uma reunião de trabalho na cidade.

Então acabo por decidir convidar Anne para sair, para simbolizar o início verdadeiro de nossa amizade.
Sugiro irmos ao cinema, mas ela pergunta se não poderíamos ir até a nova lanchonete da cidade, onde sua amiga trabalhava.

Uma lanchonete? ─ penso.

Fazia muito tempo que não ia até uma. Acho que talvez a última vez tenha sido quando tinha 14 anos.
Estava tão acostumado com o mundo "chique", acho que seria bom dar uma mudada de ares.
Então aceito sua proposta, mas ainda mantendo a minha. Iríamos ao cinema e depois a lanchonete.

Tínhamos combinado que eu passaria para busca-lá as 17:30, já que o filme começava as 18:00.
Tinha ido apenas duas vezes até seu prédio, mas já sabia o endereço de cor e salteado.

Visto uma camiseta branca e uma calça jeans preta, com meus inseparáveis vans nos pés.
Depois que me arrumo fico olhando para o espelho milhares vezes, checando se estava bonito o suficiente; e penteava o cabelo a cada 5 minutos.

Mas por que eu sentia essa necessidade de aparentar estar o mais bonito possível? Não sentia isso nem quando comecei a namorar com Grace... E Anne era uma amiga, afinal de contas.

Alguns minutos antes do combinado saio de casa e chego cedo para espera-lá. Desço do carro e fico apoiado na porta do carona.

A primeira coisa que percebo quando ela desce do elevador são seus estonteantes cabelos ruivos. Oh, aqueles cabelos eram a coisa mais bela que eu já havia visto.

Fico pensando como ela não gostava de tê-los. Era impossível não se achar linda tendo tamanha beleza.

─ Anne! ─ digo, quando ela chega a meu lado.

─ Oi Gil! Como está? ─ ela diz, me dando um abraço.

Sinto seu perfume doce invadir meu nariz, e me sinto absorvido pelo momento.
Me sentia nervoso, mas sem entender o porquê... Assim como me sentia com a maioria das coisas em relação a ruiva.

Para mim, aquilo tudo era um verdadeiro mistério.

Saio de meu devaneio quando o abraço termina, fico parado por alguns segundos meio sem reação, mas logo em seguida respondo a ela.

𝐔𝐍𝐅𝐎𝐑𝐆𝐄𝐓𝐓𝐀𝐁𝐋𝐄 𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑𝐒 ─ SHIRBERTOnde histórias criam vida. Descubra agora