Two.

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CERTO, CERTO. ACHO QUE DEIXEI VOCÊS bastante impressionados e com uma dúvida tremenda.

Como eu, uma simples camareira irei assaltar uma mansão?

E por que eu vou assaltar logo uma mansão?

Por que não começar por uma loja? Um restaurante?

Pois bem, meus caros, eu respondo. Isso será de grande valia no meu julgamento.

1. Tudo nessa vida vicia. E eu não quero ser uma viciada em assalto. Preciso fazer um único ato criminoso.

2. Você acha mesmo que esses restaurantes aqui terão 2,5 milhões de libras no caixa?

2-1. Essa é a quantia exata que eu preciso para pagar todo o tratamento do meu irmão. E o Bailey May tem muito, muito mesmo, mais que isso no cofre 06 atrás do Vieux guitariste aveugle, Pintura de Pablo Picasso.

Como sei disso? 

Por favor, sem muitas perguntas. Há coisas na vida que é melhor não saber a verdade.

Faltava apenas três dias para colocar meu grande plano em ação.

Eu já podia sentir a adrenalina tomar o meu corpo.

Isso seria mais emocionante do que transar na roda gigante em movimento — meu ex-namorado conhecia o segurança do Parque, pagamos 500 libras por 30 minutos lá. Só durou três minutos. E bom, pelos 3 minutos dá pra saber porquê eu terminei com ele.
Rápido demais.

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Eu estava terminando de arrumar minhas coisas na mochila, quando escutei um grito da minha mãe, seguido do choro do meu irmão. Saí rápido do quarto, indo para sala.

— Tira ele daqui! — ela gritou.

— Ele estava dormindo. Não tinha necessidade de gritar.

— Irei receber uma visita, preciso da casa vazia.

— Não vou ficar saindo de casa toda vez que você quiser dar!

— Olha como fala comigo, garota.

— Com a boca! Essa casa é minha, meu pai fez questão de deixá-la no meu nome, caso você tenha esquecido. 

— Com você me lembrando a cada dez minutos, impossível!

— Ótimo.

— Irei receber a visita com você aqui ou não. Não me incomodo com plateia.

— Argh! Como eu te odeio! — peguei meu irmão no berço. — Volto às dez horas, se a porra da sua ilustre visita ainda estiver aqui, amanhã mesmo eu vendo essa casa e você vai morar na rua.

— Assim como seu irmão. Acha mesmo que vou deixar ele com você? Eu sou a mãe.

— Ah, claro! Exemplo de mãe, que cheira a nicotina e álcool todo dia. Duvido que algum juiz seja mais desnaturado que você.

— Seu pai deveria ter te levado. Seria a única coisa de bom que aquele merda faria. 

— Não fala assim do meu pai!

— Senão o que, Joalin? Se eu não sou o exemplo de mãe ele é o de pai? Só liga pra você uma vez no mês.

— Pelo menos ele faz alguma coisa! — disse antes de pegar meu celular e minha bolsa no sofá e saí de casa com meu irmão no colo, batendo a porta com força.

Todo dia era sempre o mesmo inferno. E eu não podia fazer nada. Não deixaria essa cópia mal feita de Britney Spears misturada com Madona levar o meu irmão caso saísse de casa.

— Não fica assim, Luck, meu plano vai funcionar. Vou denunciar nossa mãe por maus tratos e você vai poder iniciar seu tratamento.

— Mamãe! — aumentou o choro apontando para casa.

— Ah, não. Ela não presta! — coloquei ele no chão e me abaixei. — Eu vou cuidar de você, não se preocupe. Você não ama a Jojo aqui?

Ele assentiu, coçando os olhos, mas cessando o choro.

— Ótimo. Agora vamos andar por aí... Quem sabe comer uma pizza.

— Pode?

— Hoje é seu dia de sorte, claro que pode. Mas só depois do seu remédio. — levantei, segurando a mão dele.

Ele assentiu ainda mais, agora estava sorrindo.

Obrigada Senhor por dar a capacidade ao ser humano que criou a pizza.

[...]

𝐓𝐡𝐢𝐞𝐟   ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora