𝐓𝐡𝐢𝐞𝐟 ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷

Eighteen.

ALGUNS MINUTOS DEPOIS, PARAMOS NO ESTACIONAMENTO do shopping. Fiquei o caminho todo quieta, não proferi nem uma palavra com ele. Confesso que cogitei a ideia de tentar  pegar a arma que estava na cintura dele e dar um belo tiro nele também. Mas o problema é que tinha o segurança dirigindo, e o menos importante, eu nunca atirei com uma arma.

Ok. Eu estava com uma arma há alguns dias atrás, mas em momento algum eu disse que já tinha atirado em alguém ou em algo.

Embora eu não seja o tipo de pessoa que consiga conviver com o fato de que matei alguém, acho que se eu colocar em consideração o que ele fez, daria um jeito de viver com a minha culpa.

— Desce do carro! — Bailey falou.

Abri a porta e desci. A alguns passos de mim estava a Sabina, e o Bailey abraçou-a.

— Tem dias que eu não te vejo! Onde estava? — ela pergunta para ele.

— Vegas. — ele responde sorrindo.

— E como está?

— Bem... Ótimo. — o sorriso ele aumenta.

— Que bom. — ela o abraça de novo e então olha para mim. — Olá, Joalin!

— Oi. — respondi tão seco, que até eu me surpreendi com o meu tom de voz.

— Tudo bem? Você está com uma cara péssima...

— Não sei se bem é uma palavra que vai estar no meu vocabulário daqui pra frente. — falei, já sentindo meus olhos marejarem.

— O que aconteceu? — ela perguntou preocupada. Ou ela realmente estava, ou sabia fingir muito bem.

— Nada que eu não consiga administrar. — falei, olhando para o Bailey, que estava revirando os olhos.

— Ela está bem, vamos logo! — ele falou puxando ela pelo braço.

— O que você fez com ela? — Sabina se desfez das mãos dele.

— Eu não fiz nada e também nem vim aqui pra isso.

— Bailey, o que você fez? — ela o puxou para um canto em particular e começaram a conversar coisas que eu não conseguia entender. E também, nem fazia questão. Pelo visto, ela tem um pouco de moral sobre ele.

— Tudo bem? — dei um sobressalto com a voz de Sokovia. Ele apareceu ao meu lado. — Desculpa.

— Tudo bem. — limpei uma lágrima solitária que escorreu pelo meu rosto.

Me apoiei no carro e tirei a droga do sapato salto alto. Eu sinceramente não gostava daquilo. Sokovia me olhou com as sobrancelhas erguidas.

— Isso aqui está me matando. — falei para ele.

— Você não passou nem duas horas com ele...

— Mas foi o suficiente para foder com o meu pé.

Ele bufou. — Fraca.

— Ah! — olhei incrédula para ele. — Duvido você ficar dois minutos sobre um salto, meu querido.

— Eu não sou mulher. — ele deu de ombros.

— Claro que não é... Olhe o seu tamanho. Seria uma mulher esquisitona... — falei, e por incrível que pareça ele deu risada.

Uma risada mesmo.

Tipo, ele achou graça!

— Posso deixar no carro? — perguntei para ele, apontando para os saltos.