Forty-five.

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ACORDEI COM UM BARULHO VINDO DO BANHEIRO. Ainda era noite e Bailey não estava ao meu lado na cama. Escutei o barulho de novo, dessa vez junto com um gemido abafado, então levantei e caminhei sorrateiramente até o banheiro. Encostei minha orelha à porta e escutei a voz do Bailey.

Gemendo.

Mas não era de prazer — bem que eu queria que fosse, seria uma maravilha escutar os gemidos roucos desse homem agora —, tudo indicava que era dor, assim como os grunhidos que ele dava.

Já aflita, coloquei a mão na maçaneta e girei-a abrindo a porta. Quando entrei no banheiro, vi Bailey sentado no chão. Seu torso estava cheio de marcas vermelhas e arroxeadas.

Eram hematomas.

O mesmo me olhou assustado e logo pegou a camisa ao lado e cobriu o peito.

— Eu não queria te acordar... — ele falou apressado, desviando o olhar do meu.

Eu agachei ao seu lado e segurei a sua mão, movendo a camisa para olhar com clareza seus hematomas. Ele gemeu de novo quando eu fiz.

— O que aconteceu? — perguntei, com uma carga demasiada de preocupação.

— Eu estou bem... — ele disse, ainda sem me olhar, e fez cara de dor.

— Não tem como mentir se eu estou olhando para o problema. O que aconteceu, Bailey?

Ele levantou a cabeça e me olhou. Parecia perdido, e novamente eu pude ver medo em seu semblante.

— Pegaram-me desprevenido e sozinho... Eu não dei conta... — disse ele, depois de um tempo apenas olhando em meus olhos.

— Foi aqui?

— Não. — respondeu rápido.

— Foi onde você estava?

— Sim.

— Sabe quem fez isso? — era a pergunta mais idiota que eu poderia fazer, mas o meu estado de pensamento coerente não estava funcionando perfeitamente olhando para ele naquela situação.

— Sim... Provavelmente alguém à mando do Oliver, já que briguei com ele recentemente. — ele gemeu longamente e colocou a mão na costela.

— Aí meu Deus... Você precisa de ajuda.

— Eu vou ficar bem.

— Se não se medicar não vai. Vem! — segurei-o pelo braço para ajudá-lo a levantar, mas ele negou. — Pelo amor de Odin, Bailey, levante!

Ele deu risada, e eu não entendi o motivo.

— O que foi? — perguntei confusa.

— Você falou Odin.

— Falei?

— Sim. — ele sorriu.

— Eu não notei... Mas vamos, levante!

— Eu estou bem, só preciso de um tempinho... Já tomei surras piores que essas... Você precisava ver como os outros ficaram. — ele bufou e sorriu.

— Isso não importa para mim e eu não vou deixar você no chão no meu banheiro gemendo de dor. — disse firme. — Vamos logo! — levantei e pedi a mão dele.

May ficou me olhando por um tempo e eu continuei com meu olhar firme, então ele cedeu e segurou a minha mão. Com um pouco de dificuldade conseguiu levantar.

Coloquei o braço dele em volta do meu pescoço e o ajudei a chegar à cama, onde ficou sentado na ponta.

Acendi as luzes do quarto e fui até o closet buscar o kit primeiro socorros, eu sempre tinha um por causa do meu irmão — e boa parte por mim também, meu corpo parecia que amava o chão, eu vivia caindo por aí —, em seguida voltei para o quarto e me agachei na frente do Bailey.

𝐓𝐡𝐢𝐞𝐟   ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora