Nine.

515 62 64
                                    

ME VIREI E PUDE VÊ-LO NO MEIO DAS ESCADAS. Estava de roupão e de calça moletom, vermelha. Ele foi descendo lentamente cada degrau.

E por Deus!

Se eu não tivesse a certeza de que viera ali para assaltar a casa dele, teria me ajoelhado e cantado louvado seja Bailey May.

Ele tinha um jeito tão majestoso de se mover, e eu não entendi porque não notei isso durante a festa.

Talvez estivesse focada demais em evitá-lo que não vislumbrei isso. 

— Uma garota invadiu a minha casa... — disse ele, agora estava mais próximo de mim, mas eu estava mais próxima da porta.

Certo. Plano C então.

Tirei a arma da cintura e apontei para ele, que parou automaticamente.

— Nossa, uma arma... — o homem apenas ergueu as sobrancelhas.

— Nem mais um passo. — tentei fazer com que minha voz soasse mais firme possível. Falhei miseravelmente.

— Senão o que? — ele perguntou. Todavia não estava nem um pingo assustado, impressionado, ou qualquer outro sinônimo para essas palavras.

— Acho que você sabe o que uma arma faz.

— Sim, sei. — ele caminhou até o sofá e sentou.

Ele sentou na porra do sofá com a arma apontada para ele.

Ou esse homem é realmente um deus imortal ou eu não sou uma pessoa intimidadora nem segurando uma arma letal.

— Estou curioso para saber como você entrou aqui... O alarme não soou. O que você fez? — ele cruzou as pernas em cima do sofá e uma parte do seu roupão caiu, deixando seu corpo a mostra. 

Inferno. Ele estava tão sexy!

— Quando uma pessoa faz uma pergunta, a outra responde. — ele disse, olhando diretamente nos meus olhos. — Puta que pariu! Você é uma das garçonetes. — ele levantou do sofá.

— Eu vou sair por aquela porta e você vai ficar aí.

— Não, querida, você não vai sair dessa casa enquanto não me disser como entrou aqui e o que pegou de mim. — sua voz soou extremamente ríspida.

Ok. Ele sabe colocar medo em um ser humano.

Senti algo na minha cabeça, mas devido a sombra que se formou em minha volta, soube que não era coisa boa.

— Larga a arma, criança. — Muralha falou. — Quando você pensar em destravá-la para atirar, seus miolos vão estar no chão... E talvez na cara do chefe.

— Eu sinceramente não quero que isso aconteça. — falou Bailey, se sentando de novo. — Ele está com uma submetralhadora HK MP5... Acho melhor fazer o que ele pediu.

Abaixei minha mão e logo minha arma foi retirada de mim.

Bom, não tinha mais como fugir. Reconheço uma derrota quando vejo uma.

— Eu estou sinceramente muito curioso para saber como você ficou aqui. — ele mexeu no bolso do roupão e pegou algo. — Se pegou alguma coisa importante o alarme deveria soar. — ele fez um movimento com as mãos e o segurança puxou minha mochila.

— Não! — gritei, e quando me virei dei de cara com a submetralhadora.

Apavorante.

— Larga!

Permiti que ele pegasse minha mochila, e o mesmo jogou-a para o Bailey, que abriu e começou a tirar as coisas de dentro.

— Ok, não temos nada que me pertence aqui. O que você pegou?

Fiquei calada. Sinceramente, eu já tinha conseguido o dinheiro. Ele nunca saberia para onde eu tinha mandado.

Só se me torturasse até eu contar.

— Vamos começar com o básico — continuou Bailey. — Qual seu nome?

Continuei calada.

— Eu estou sendo terrivelmente paciente com você, garota. E estou tentando não acreditar que se eu não tivesse descido para tomar uma água, porque a droga do meu frigobar quebrou, você sairia por aquela porta com algo que me pertence e eu nunca saberia... E só de pensar nisso me dá raiva. Então colabore comigo, o que você pegou?

Não falei nada. Mas dessa vez não foi porque não queria, e sim porque ele estava segurando o meu pescoço.

Seus olhos estavam mais escuros, e sua expressão séria, demonstrando irritação. Sua mão apertava o meu pescoço com força e eu estava claramente sufocando.

— Chefe, ela não vai falar assim. — disse Muralha, mas Bailey continuou apertando. — Chefe...

Ele me soltou e eu comecei a tossir involuntariamente.

— Ou você pegou algo, ou colocou algo aqui... Quem te mandou? — May perguntou, e dessa vez estava gritando.

— Ninguém... — falei com um fiasco de voz. — Vim por vontade própria.

— Ok. E o que você ia levar? Dinheiro? — ele voltou a sentar no sofá. — Responde!

— Eu não peguei nada. Pensei que a casa tinha algum cofre que eu poderia pegar dinheiro, mas não achei. — menti.

Bailey ficou me olhando por um minuto inteiro.

— Está mentindo! Tem esses cabos, um tablet e esse negócio aqui... Você pode parecer uma garota normal, mas algo você fez. E ainda não me explicou como burlou a segurança da casa!

— Por favor, só me deixa ir! Eu não levei nada, não tem nada comigo...

— Então fala! Qual seu nome?

Não respondi. Eu não podia.

— Já vi que gosta de testar a paciência que não tenho... Ela é uma das garçonetes, Dakota, lembra o nome?

— Não, senhor. O rosto eu reconheço, mas não lembro o nome.

— Ok. Leve-a para a sala e a amarre... Bem forte. Se ela não fala por bem, vai falar por mal. — disse Bailey, levantando do sofá e caminhando para as escadas.

Dakota — que eu prefiro chamar de Muralha — me pegou pelo braço sem delicadeza e me arrastou pela casa.

Ok. Eu vou morrer.

[...]

𝐓𝐡𝐢𝐞𝐟   ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora