Forty-seven.

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AO CHEGAR AO OUTRO CÔMODO, VI MEU IRMÃO SENTADO na cadeira do balcão, ainda de pijamas, e comendo. Passei por ele e dei um beijo em sua testa.

Bailey sorriu para mim e me entregou um prato com torradas e um copo com suco, tinha preparado o café da manhã.

— Obrigada. — eu me sentei e ele em seguida. — Como sabia que ele comia isso pela manhã? — perguntei ao moreno, na tigela do Luckian tinha exatamente o que eu colocava para ele.

— Eu perguntei, ele disse que comia coisinhas duras e fruta com leite.

Dei risada.

— E como você acertou o que era as coisinhas duras?

— Olhei nos armários as possíveis coisas que poderia servir para o café da manhã e que se encaixasse nesse quesito, então achei a granola e perguntei se era isso, ele disse que sim. — Bailey sorri de novo e volta a comer, eu faço o mesmo.

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Depois que terminamos na cozinha, levei meu irmão até o banheiro para dar banho nele. Tirei o seu pijama e liguei o chuveiro, guiando-o para debaixo da água.

O pequeno coçou os olhos, sonolento, mas eu não podia o deixar voltar a dormir, prometi para mim mesma que iríamos sair hoje. E também, ele tinha que comparecer a quimioterapia mais tarde.

— Mamãe, Lin? — ele perguntou, enquanto eu o ensaboava, então eu travei.

Não sabia como explicar que a mãe dele estava morta e que o responsável por isso estava deitado no sofá da minha casa, que o mesmo me deu, e que eu mantenho relações sexuais e trabalho para ele.

Inferno!

— Lin? — meu irmão me chamou de novo. — Mamãe?

— Ela... ela foi... — comecei a pensar no que dizer. Eu não queria mentir para ele, todavia falar a verdade não era possível. Talvez ele me odeie quando estiver mais velho, mas aí eu irei apelar e dizer que foi graças a mim que ele está vivo e contar que a Natasha era um péssimo ser humano e uma péssima mãe. Ou talvez eu conte a versão que a polícia sabe; que um dos seus amantes a matou. — Ela teve que fazer uma viagem inesperada... — falei, visto que foi a única coisa que eu consegui pensar.

— Viagem?

— Sim... E quando você ficar melhor, sem ter que ir curar o dodói a gente vai visitá-la... — no cemitério é claro.

Cristo! É minha mãe, eu estou sendo insensível.

Mas é a realidade!

— Tá bom! — disse o Luckian, sorrindo.

Desculpa por isso, pequeno. Mas é o melhor pra você não saber a verdade, não iria entender se eu tentasse explicar como me tornei essa merda aqui.

Terminei de ensaboar seu corpo e então liguei o chuveiro novamente para enxaguar, em seguida peguei a toalha e o enxuguei. Saímos do box e fomos para o quarto. Peguei roupas limpas no guarda roupa e o vesti.

— Sabe onde vamos? — perguntei a ele, que balançou a cabeça negando. — Ao parquinho!

O mesmo sorriu e ergueu as mãos, comemorando.

— Ok. Vou terminar de arrumar as suas coisas e já vamos, pode ficar na sala com o Bailey?

— Bailey. — ele assentiu.

— Isso. — e então saiu do quarto correndo. Só espero que ele não tenha caído no meio do caminho.

Peguei a mochila que estava na cômoda e então comecei a arrumar as coisas dele, colocando os remédios e roupas limpas. Nesse momento, meu celular tocou e eu tirei do bolso para atender.

𝐓𝐡𝐢𝐞𝐟   ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora