Thirty seven

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NÃO É DA SUA CONTA. — ELE DISSE, CALMO E SORRINDO.

Filho da puta!

Deu vontade de dizer que não ia ajudá-lo em porra nenhuma, ele que resolvesse essa merda sozinho.

Mas claro, enfatizando o óbvio, eu não podia. Devia isso a ele. O mesmo me ajudou com o meu irmão — mesmo que o meu pedido não se compare em nada ao dele —, e agora eu precisava ajudá-lo.

—Você poderia ser menos grosso... — disse, desviando o olhar do mesmo e voltando a comer.

—Não gosta que eu seja bem dotado? — me engasguei com comida e tossi involuntariamente. Olhei para ele, que sorria descaradamente. — Tudo bem?

—Eu não disse nesse sentido, seu pervertido! — falei, me recuperando.

—Eu sei.

Fiz cara feia para ele.

—Não vai mesmo me contar? — perguntei.

—Você não precisa saber... É melhor assim. — disse ele sério.

—Não confia em mim?

—Claro que confio, Joalin! Tanto que te contei o essencial... Mas não posso te envolver em tudo, quanto mais você sabe, mais fica perigoso para você. — dessa vez ele foi brando.

—Tudo bem. — disse.

De todo modo, ele tinha razão. Seria melhor que eu não soubesse muito. Quando eu fazia o trabalho de hacker para algumas pessoas — vulgo bandidos, eu nunca caia na conversa de que a pessoa saiu e esqueceu a chave dentro de casa e o alarme estava ligado —, eu nunca pedia muita informação, apenas o dinheiro na minha conta e o endereço da casa. Pronto. Era só disso que eu precisava para executar a minha tarefa.

—Você tem todo o equipamento que precisa? — perguntou o Bailey.

—Como assim?

—Para ajustar o sistema de segurança da mansão.

—Por que precisa ajustar?

—Ah, não sei! Provavelmente porque uma garota invadiu! — disse irônico e eu tive que rir.

—Você já resetou o sistema de segurança, não precisa ajustar. Quando faz isso meu programa automaticamente se desvincula.

—Certo.

—Mas eu vou precisar do meu tablet.

—Sem chances. — disse ele simplesmente.

—Eu preciso! Todos os meus programas estão lá.

—Faça-os de novo.

—Tem noção de quanto trabalho deu para fazer?

—Não e não me importo.

Passei a mão no rosto para conter a frustração. Não deu muito certo, mas pelo menos eu não quebrei a garrafa na cabeça dele.

—Por que não quer me devolver? — perguntei, e talvez tenha rosnado por falar entre dentes.

—Porque tem a prova do que você fez.

—Acha que eu vou apagar o vídeo e sumir do mapa? — perguntei incrédula. A verdade era que, antes eu até faria disso uma possibilidade, mas agora... Não sei.

—Disse que não ameaçaria mais o seu irmão, então preciso dele para te incentivar.

Chantagear! — o corrigir.

𝐓𝐡𝐢𝐞𝐟   ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora