Forty-one

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PISQUEI ALGUMAS VEZES PARA ME ACOSTUMAR COM A ESCURIDÃO. E só então eu pude perceber que estava ficando louca.

Não tinha ninguém ao meu lado.

Olhei para o relógio e vi que eram três da manhã. Bom, ele não iria aparecer, e eu não devia estar esperado por isso.

∙ três dias depois ∙

Eu estava extremamente cansada, era exaustivo ter que criar programas do zero em um período de tempo muito curto e o tédio também não ajudava. Passava a maior parte do tempo sozinha, a Yoon só ia me visitar para levar o Luckian à clínica, como eu estava focada em terminar os programas tive que encher o saco dela com mais um favor. Quando chegava, não ficava por muito tempo, pois tinha uma irmã mais nova que não podia ficar em casa sozinha — crianças aprontam demais.

Bailey não me ligou, mandou mensagem ou apareceu nesses dias. Era extremamente decepcionante. Eu queria a companhia dele.

Talvez estivesse demasiadamente sentindo falta do sexo também — não é todo dia que se encontra uma pessoa que sabe te foder direito e com gosto.

Cogitei-me em pensar que ele estivesse evitando contato comigo para não me atrapalhar, afinal, o que eu estava fazendo era importante. Mas daí não mandar nem uma mensagem sequer para perguntar se eu estava bem ou se precisava de alguma coisa, já é demais.

Também não liguei e nem mandei mensagem para ele. Não iria me rebaixar a isso.

Nesse intervalo de tempo, recebi algumas ligações da Beatrice, advogada do May. Ela me informou que conversou com o Senhor D'Ângelo e o mesmo confirmou algumas questões e ficou de fazer o teste de DNA e que se fosse o pai tinha total interesse em ficar cuidando do Luckian. O mesmo também disse que gostava muito de crianças, e sendo o filho dele o deixaria muito feliz.

No dia seguinte ele até me ligou pedindo para ver o menino. De primeira eu neguei, não seria bom para os dois manter uma relação baseada na dúvida, mas depois eu cedi quando ele insistiu muito.

Nesse curto tempo que eu deixei o Senhor D'Ângelo vê-lo, ele foi extremamente cuidadoso e amoroso com o Luckian. O que me deixou feliz, pois meu irmão também gostou do homem, brincava com ele como se já o conhecesse desde seu nascimento.

Se fosse comprovado que ele era o pai, meu irmão ficaria em boas mãos.

Conversamos um pouco e o Rodrigues me contou que estava noivo, iria se casar em sete meses. A noiva dele, Hazel, era estéril, mas tinha muita vontade de ter um filho, assim como ele, e por ela já que passado por muitos procedimentos antes mesmo de conhecê-lo e nada ter funcionado, eles combinaram de adotar uma criança. Estava feliz em ter essa oportunidade com o Luckian — e a noiva dele tinha concordado com ele assumir a paternidade e criar a criança —, e lamentava o que tinha acontecido com a Natasha.

Comecei até a duvidar se estávamos falando realmente da mesma mulher, pois ele a descrevia como uma mulher legal e carinhosa. A mulher que eu conhecia não tinha nenhuma dessas qualidades.

Vai ver ela só detestava as próprias crias.

Rodrigues deixou claro que não tinha a intenção de deixar Londres, e que eu poderia visitar o meu irmão a hora que eu quisesse, e não precisava pedir permissão para isso. Separar dois irmãos era uma coisa que não passava pela cabeça dele.

O homem falava de uma forma como se já estivesse tudo resolvido, e parte de mim gostava disso. Ter um pai assim seria ótimo para o Luckian. Mas se ele não fosse o pai eu não saberia o que fazer, e devido ao meu desespero em cumprir logo esse trabalho para o Bailey e a dúvida de nem saber se ia ficar viva por lidar com mafioso, me faziam cogitar a ideia de dizer sim caso ele pedisse para adotar a criança.

𝐓𝐡𝐢𝐞𝐟   ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora