Four.

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VOCÊS JÁ TIVERAM UM ORGASMO?

Tudo bem, a pergunta é pouco constrangedora para quem não teve.
Mas tente entender minha metáfora.

Quando estamos lá, absorvendo toda aquela sensação maravilhosa e avassaladora, como se sua alma tivesse prestes a sair do seu corpo e você não tivesse dando a mínima para isso pois está tendo, de fato, a melhor sensação carnal que a vida pode lhe oferecer. E de repente, BUM!

Você chegou lá.

Então. É assim que eu estou me sentindo em relação a esse assalto.
Ainda na primeira parte, é claro. O bum virá quando abrir o cofre e der de cara com os milhões.

Enquanto isso, estou absorvendo toda essa adrenalina maravilhosa.

Nunca pensei que três dias demorariam tanto para passar como esses. Eu estava prestes a enlouquecer de tanta ansiedade.

— Senhor, tenha pena da alma da minha amiga... - cochichou a Yoon ao meu lado.

— Eu já falei para você que não vou morrer... E nem ser presa! - disse antes que ela me contestasse.

— Ainda dá pra desistir, vamos pensar em outra coisa.

— Não. Eu já estou aqui, já gastei dinheiro com os equipamentos... Não vou desistir agora. Mas juro pra você que se eu ver que não vou conseguir, eu vou embora.

— Jura mesmo? - ela estava com cara de choro. Parecia até criança.

— Juro pelo Rio Estige.

— É um juramento muito sério, você não pode quebrar!

— Eu sei. Agora se me der licença, tenho trabalho para fazer... Definitivamente, . Terei que servir esses ricos idiotas.

— Certo. Vou levar o Luckian na lanchonete, quando precisar de mim, me ligue.

— Ok. - olhei para meu irmão que estava distraído brincando com os dinossauros de plástico no chão. — Luck!  - me abaixei para ficar do tamanho dele. — Não dê trabalho a tia Yoon, ok? - ele assentiu, mas ainda estava distraído com os dinossauros. — Se sentir alguma dor você avisa a ela. Qualquer dorzinha... qualquer mesmo...

— Irei ficar de olho nele, Jojo.

— Tudo bem. Obrigado.

Dei um beijo em meu irmão e peguei minhas coisas no porta malas do carro.

Não iria desistir. Estava quase lá.

Eles entraram no carro e eu acenei dando tchau até que se afastassem.

Lentamente, fui caminhando para o Health Hall. Estava tudo tão iluminado, movimentado e barulhento. Previsível, era uma festa. Uma festa numa mansão.

Me dirigi até a entrada dos fundos, o que demorou um pouco. — Vocês já deram a volta em 2,5 hectares? Creio que não. Afirmo que é cansativo. — Era por lá que os funcionários entravam. Um segurança, que parecia mais uma muralha humana, me parou na porta.

Eu nem preciso dizer que nessa hora o meu cu travou. Sei que deveria parecer a pessoa mais tranquila da face da terra para que não denunciasse nada, mas se vocês vissem esse homem também ficariam como eu.

— Onde está? Perguntou ele.

— O-o quê? - quase tremi.

— Sua carta de apresentação, garota.

— Ah sim! Claro. A carta. A que me deram... A carta... - parei de assentir quando notei que estava ficando constrangedor.

Abri minha mochila e tirei o envelope pardo de dentro, entregando a muralha.
O mesmo pegou o celular e posicionou no código QR da carta.

A carta tinha um código QR? Claro que tinha!

Eu deixei bem claro de quem era aquela festa e onde era aquela festa.
Não se impressionem com isso.

— Nome e idade? - perguntou ele.

— Joalin Loukamaa. Dezenove anos.

Ele conferiu as informações no celular e passou um tempo olhando para o aparelho e para mim.

— Tudo ok.

Suspirei aliviada.

Não que tivesse falsificado nada ali. Eu só estava com medo de que algo desse errado, não finalizar meu plano por uma besteira.

Muralha me entregou um saco com roupas, obviamente as que eu iria usar como garçonete, e um cartão.

— Precisa passar o cartão naquele aparelho ali quando sair. - ele apontou para um leitor de cartão que estava logo atrás dele — e devolver as roupas naquela sala. - apontou para uma porta com número três na frente. — Não se esqueça!

— Ok.

— O que tem na mochila?

Cu travando de novo.

— São minhas roupas... Eu não moro aqui, vim de longe...

— É uma mochila grande. - ele semicerrou os olhos. O que o deixou ainda mais assustador.

— S-sabe como é mulher. Muita maquiagem, produto...

— Fique parada. - ele ergueu a mão direita.

E puta que pariu! Se eu levasse um tapa daquela mão com certeza iria quebrar o pescoço.

Com as forças ocultas me ajudando, Muralha fez exatamente o que eu havia previsto. Usou o detector de metal portátil.

Eu tinha uma arma, um tablet com programas para que pudesse invadir o sistema de segurança e hackear o cofre, alguns cabos adaptadores e um bloqueador de sinal.

Claro que o tablet e os outros passam desapercebidos. Mas a arma... Bom, vocês sabem.

[...]

𝐓𝐡𝐢𝐞𝐟   ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora