Capítulo 9

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"A mitologia greco-romana não morreu, ela se transformou com os prédios e a urbanização. Seus protagonistas são nossos vizinhos, moram em apartamento, e vivem como nós: amando,lutando, sofrendo, sorrindo..."
Jorge Barboza.

Margot estava deitada em sua cama, olhando para o teto e raciocinando sobre a última mensagem que havia recebido de Nicolas, que por sinal, havia a pego desprevenida. O professor estava perguntando sobre uma pessoa cujo ela conhecia há muito tempo, porém, não poderia deixar transparecer. Revelar algo sobre ele era a mesma coisa que colocar a própria cabeça na forca.

Alexander Compton.

Fazia um certo tempo que ela não escutava esse nome, e ao lembrar do rapaz, calafrios tomaram conta de seu corpo. — Afinal, o que Alexander estaria fazendo em Boulder? — Margot questionou em pensamentos. De certa forma, a jovem sabia que, qualquer um que fosse colega de Alexander, e conhecesse minimamente sua personalidade, poderia determina-lo como alguém sociável, cativante, bonito e carismático. Porém, para Margot, que conhecia Alexander além do que ele somente aparentava, sabia que o rapaz não era apenas isso, e que quando queria, conseguia ser explosivo e manipulador. Ela estava ciente que se Alexander fez o extenso trajeto da Califórnia até o Colorado, não havia sido com boas intenções, e somente de imaginar que ele estava tão próximo, arrepios tomavam conta de seu corpo. O último diálogo deles, há um ano atrás, não havia sido dos melhores, e Margot ainda recordava-se de cada palavra dita.

— Amelie Kemp. Última vítima. — A garota especulou, encarando Alexander, que estava à sua frente com os braços cruzados. — Você estava saindo com ela, não?!

— Estava. Eu saio com muitas mulheres. — Ele pronunciou, tentando manter a calma, mas ao mesmo tempo, cerrando os punhos. O rapaz sentia-se insultado com o tom acusador que a jovem falava. — Isso não quer dizer nada.

Alexander, apesar ter domínio da persuasão, era um mentiroso nato. Ela tentava manter todos os sentidos aguçados ao ter uma conversa com ele, e ao mesmo tempo manter distância, pois a sua fama de ser uma pessoa descontrolada percorria pela boca de todos. 

O jovem moreno e atlético, era amigo de seu irmão, e frequentemente ficava perambulando pelos corredores da sua casa, como se fosse de seu domínio. Há um tempo ela queria confrontá-lo a respeito dos assassinatos, ver qual era sua resposta, mas seu irmão sempre estava por perto, e isso teria que ser feito no sigilo. Então esperou até o momento que os dois se distanciassem um do outro, e Alexander finalmente ficasse sozinho, para enfim, poder ter algum tipo de comunicação, mesmo que soubesse que seria uma tarefa árdua tentar ter isso com Alexander Compton.

— Sabemos que você tem coragem, Alex. Nunca foi o melhor homem com as mulheres. — Admitiu. — Perde a cabeça em ouvir um não.

— Olha você aí, me disse não várias vezes, e no entanto, está viva. — O rapaz gritou. — Devo cuidar disso?

— O que quer dizer com isso?

— Quero dizer que se você continuar persistindo que eu sou esse assassino, vai se arrepender, princesa. — Alexander levantou-se da cama e caminhou em sua direção, deixando seu rosto colado ao dele, ao mesmo tempo que mantinha um olhar ameaçador . — Eu acabo com a sua vida sem pensar duas vezes.

As últimas palavras trocadas entre eles havia sido uma ameaça. Ela estava ciente que uma pessoa como Alexander seria capaz de cometer esses crimes. Em determinado momento, já havia sido vítima do rapaz, e sabia muito bem o que era estar nas garras do inimigo. Os boatos sobre ele eram repulsivos, e diversas amigas de Margot, que moravam em Los Angeles, já haviam sofrido em suas mãos. Algumas falam que no começo ele era  encantador, mas com o tempo, transformava-se em uma pessoa impulsiva, que deixava o calor do momento dominar a situação, principalmente quando bebia. Acusado várias vezes de abuso sexual, todas mulheres que faziam qualquer denúncia contra ele eram obrigadas a ouvir a mesma coisa:

A Morte Te SegueOnde histórias criam vida. Descubra agora