"Em cada um de nós há um segredo, uma paisagem interior com planícies invioláveis, vales de silêncio e paraísos secretos."
Antoine de Saint-ExupéryMargot Franco nunca achou que iria considerar Nicolas Owen uma refúgio, mas considerava. De certa forma, inconsequentemente, ele trazia uma felicidade que há muito tempo não contemplava. E para ela, associar Nicolas com felicidade, representava bem seu desespero diante daquela situação. Porém, ter alguém para poder contar em meio a todo caos acontecendo, era raridade.
O professor acolhia ela em um abraço, enquanto estavam sentados na cama do quarto dele. Ele deslizava às mãos pelas suas costas, enquanto a jovem fungava, com a cabeça descansando em seu ombro largo. Nicolas não sabia o que fazer, não havia se preparado para o dia em que precisaria consolar Margot Franco, como Margot Franco nunca havia se preparado para o dia em que precisaria buscar o consolo em Nicolas Owen.
— Então, você está me dizendo que O Masculino na verdade é O Marte? — Ele questionou, ainda no abraço.
Após encontrar Margot na calçada, beirando uma crise de ansiedade, levou ela para sua residência, e já que seu pai não estava no recinto, aproveitou para ter a conversa sobre os assassinatos que estavam acontecendo. Para o professor, que ouviu tudo o que a garota falava aos prantos desde que a encontrara, sobre a teoria do deus da guerra sangrenta e justa, conhecido como Marte, fazia muito mais sentido do que o um símbolo representando o gênero masculino, mas ao mesmo tempo que essa informação parecia estar levando eles a algum lugar, na verdade, a sensação era como se estivessem parados no mesmo local, ou até mesmo pior; andando em círculos.
— Nicolas, pare de inventar apelidos, apenas chame ele de assassino. — Margot corrigiu o rapaz, desfazendo o abraço abruptamente. Ela sentia desconforto em chamar a pessoa que cometia essas atrocidades por um nome fantasioso, de forma sensacionalista. Outra coisa que também gerava descômodo nela, no momento, era estar sentada na cama de seu professor. Cama, a qual, era mais desorganizada que a de Leonora. Margot tinha a total certeza que se olhasse embaixo da cama encontraria pizza amanhecida.
— A questão é que, se ele se acha o deus da guerra sangrenta e justa, por qual motivo estaria querendo uma guerra contra garotas inofensivas? — Nicolas coçou a cabeça, ainda não conseguindo associar ambos. — Por qual motivo ele acha isso justo?
— Um alvo... — Margot murmurou.
— Mas que alvo?
— Não sei, Nicolas! — A jovem protestou.
— E se for uma assassina? — Ele sugeriu.
— Acho que não. — Meneou a cabeça negativamente. — Mulheres não matariam outras mulheres assim.
— Nem todo mundo pensa como você, linda. — Nicolas sorriu. — Dizem que asfixia é um método feminino de cometer assassinatos.
— Por que? — Ela questionou, surpresa. — Só mulher pode asfixiar alguém agora?
— Não. — Nicolas suspirou. — Acho que dizem isso por ser um ato que não necessita tanta violência, como espancamento, ou outros tipos de mortes.
— Entendo. — A garota concordou. — De todo modo, é uma morte silenciosa, sem chamar atenção. Mas para asfixiar alguém, você precisa exercer o domínio da vítima. Uma mulher não conseguiria dominar a outra dessa forma, sem antes haver uma briga.
— Ou conseguiria. — Nicolas especulou — Drogas. — Argumentou. — E se a vítima não estivesse totalmente lúcida? Seria muito fácil assumir o controle dela.
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A Morte Te Segue
Misteri / ThrillerNa Universidade do Colorado em Boulder, após o caos ser orquestrado, há paz. Após uma semana intensa de provas, há férias. Após um semestre de recuperação, há festas de fim de ano. Porém, ninguém esperava que os tão esperados jogos universitários se...