"Não há filhos ilegítimos, só há pais ilegítimos."
Leon Rene YankwichMarion estava aguardando em uma sala separada a visita de seu pai ao invés de uma cela. O local em que ela estava havia uma estante de livros e algumas mesas redondas com diversas cadeiras em volta. Em uma dessas cadeiras ela estava acomodada. O detetive Adrian, antes de colocá-la lá, ressaltou o desdém que sentia por ela ter equeles privilégios, e que se fosse por ele, a garota já estaria em uma cela há muito tempo. Marion ainda não era considerada uma detenta. Pelo menos, não até o julgamento ser encerrado.
Detenta.
A palavra parecia surreal do seu ponto de vista, mas poderia ser, infelizmente, uma possível realidade. Seu corpo inteiro estremecia e ela havia até mesmo esquecido quanto tempo fazia que havia colocado alguma coisa no estômago.
Suas mãos deslizavam por seus braços e rosto em desespero e agonia, enquanto ela olhava para o teto daquela sala extensa, tentando encontrar uma solução para tudo o que estava acontecendo em sua vida.
Marion nunca havia conseguido encontrar um motivo sólido para ter deixado alguém tão obcecado a ponto de realizar ligações ameaçadoras, e por mais tempo que passasse raciocinando quem seria capaz de tal ato, mais confusa ficava.
— As ligações começaram com a Madison. Segunda vítima. — Ela pronunciou para si mesma, em voz baixa. — Por que não Inez? Por que o corpo de Inez não tinha marca, e antes da morte dela, não houve ligação?
A garota soltou uma respiração profunda. Haviam muitas coisas que não encaixavam-se na mente dela. Marion não entendia o fato da primeira vítima ter sido tão diferente, e muito menos o motivo de um homem ter sido desmembrado pelo mesmo o assassino. A única coisa que conseguia ter consentimento diante das pistas apresentadas até aquele momento era que a verdade por trás de tudo aquilo deveria ser mais sórdida do que um dia poderia imaginar.
O som da porta sendo aberta bruscamente chamou a atenção de Marion, e até mesmo seu corpo que estava tremendo intensamente, paralisou. Ao olhar quem era, avistou seu pai, com uma fisionomia que estampava sua fúria; um olhar severo, como se a repreendesse por sua existência. Ela olhou esperançosa para a porta, desejando que seu irmão entrasse logo em seguida, mas não foi isso o que aconteceu. Robert logo fechou a porta e caminhou rapidamente em sua direção. Com medo, Marion levantou-se da cadeira e deu dois passos para trás.
— Te dou cinco minutos para me falar que porcaria estava tentando fazer quando deu aquela entrevista, Marion! — Robert gritou. — Eu criei uma identidade para você, bancava toda sua estadia e regalias. O único trabalho que você tinha era não arranjar encrenca e ficar longe de nós, mas nem isso conseguiu.
— Não queria mais me esconder. — A garota abaixou a cabeça. — Não queria mais ficar longe.
— Merda, Marion! E aparece dessa forma? — O homem pronunciou, enfurecido. — Estávamos melhor com você longe. Em menos de vinte e quatro horas que resolveu aparecer, seu irmão perdeu a namorada e eu perdi o meu sossego. — Cerrou os punhos. — Não sei como alguém como você consegue ter meu sangue.
A garota sentiu lágrimas involuntárias descendo de seus olhos. Por mais forte que desejasse ser, ela não conseguia manter a mesma postura que tinha com outras pessoas, com o seu pai. Ele a intimidava.
— Você vai dar uma outra entrevista falando que você fez tudo isso por conta própria, que eu não te ajudei com a identidade falsa, e vai se desculpar com todos publicamente. — O senhor pronunciou. — Vou marcar essa entrevista para amanhã. Quanto mais rápido, melhor.
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A Morte Te Segue
Misterio / SuspensoNa Universidade do Colorado em Boulder, após o caos ser orquestrado, há paz. Após uma semana intensa de provas, há férias. Após um semestre de recuperação, há festas de fim de ano. Porém, ninguém esperava que os tão esperados jogos universitários se...