Capítulo 11

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"Há ocasiões em que o coração fica tão duro e os ouvidos tão surdos que Deus nos deixa sofrer as consequências de nossas escolhas."
Max Lucado.

As semanas passaram rápido, mais nenhum assassinato havia acontecido, e Margot não havia tentado nenhum tipo de contato com Nicolas, pois acreditava que a melhor solução era manter uma distância segura dele. O detetive Adrian Ross estava sempre à espreita, vigiando cada passo que ela dava. A jovem preferia fingir que isso não acontecia, e que era uma simples coincidência encontra-lo no mercado, restaurante, ou até mesmo, no parque. Mas sabia que não era, e sabia que aquele homem não desistiria até ter provas sobre ela. A jovem tinha receio que uma hora ele descobrisse todos seus segredos. Se isso ocorresse, seria o seu fim, pois o que ela guardava dentro de si, era injustificável.

A noite já havia caído, e Margot caminhava tranquilamente com Mikaylla ao seu lado, seguindo para o estádio, pois aconteceria o último jogo de todos, e um dos times seria o grande campeão. Na verdade, ela apenas estava indo porque havia sido forçada pela amiga a prestigiar o evento. Depois dos acontecimentos do último jogo, em sua opinião, tudo deveria ser cancelado. Mas o representante das duas instituições de ensino que iriam competir hoje decretaram que o evento teria que continuar, pois se não continuasse, todos os esforço que haviam feito até agora seriam desperdiçados.

— Já quero ir embora. — Margot suspirou, entrando no estádio lotado. — Isso tudo me causa náuseas.

— Você não vai embora, temos ingressos para primeira fileira. — Mikaylla sorriu abertamente, tirando os ingressos do bolso. — Foi presente de um gatinho para você.

— Não acredito que Nicolas fez isso. — A garota protestou, caminhando para a primeira fileira, conseguindo assim, ter uma visão ampla do campo.

O estádio estava lotado, e até elas conseguirem chegar nos seus respectivos lugares, tiveram que pedir licença para várias pessoas, que liberavam a passagem sem protestar.

— Nicolas? Eu estou falando do Mark. — A amiga gargalhou. — O que aconteceu entre vocês, ein?!

— Nada.

— Me conta, vai...

— Talvez eu tenha beijado ele. — Margot respondeu, timidamente. — Mas foi sem querer.

— Sem querer você tropeçou e enfiou a língua na boca dele? — Mikaylla riu. — E depois? O que aconteceu?

— Eu, basicamente, sai correndo. — A jovem respondeu, abaixando a cabeça.

— Você é estranha. — Ela disse, perplexa. — Por que fez isso?

— Nicolas é um babaca. — Revirou os olhos.

Margot sabia que além desse motivo, havia outro. Quanto mais o professor se aproximava, mais perto de seus segredos ele chegava, e consequentemente, mais em risco ele se colocava. Era melhor daquela forma. Pelo bem de todos.

— É um babaca gostoso. — Afirmou a amiga. — Por falar em babaca gostoso, olha ele lá!

Margot conseguia ver Nicolas em campo, com um boné marrom em sua cabeça, junto com a blusa do time, que era justa, em contraste da cor igualmente marrom, porém, com detalhes brancos. Ele sinalizava para os jogadores que começaram a chegar em campo.

De repente, a visão de Margot foi tomada por uma garota de cabelos compridos abraçando Nicolas por trás. Olga Dyer. Ela sempre havia sido inconveniente, e frequentemente fazia diversas coisas para provocá-la, mas nunca conseguiu isso de forma tão fácil quanto abraçar Nicolas em sua frente. Olga não havia feito nem na intenção de atingi-la, mas acabou atingindo mais do que muitas vezes que havia feito com a intenção. Um sentimento de desgosto a invadiu seu peito, mas logo esse sentimento foi embora quando viu o rapaz se desvencilhando do abraço, e desferindo palavras em sua direção, que ao julgar pelo seu gesto corporal, não foram nada gentis.

A Morte Te SegueOnde histórias criam vida. Descubra agora