Capítulo 17

572 99 398
                                    

"A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar."
Martin Luther King

— Marcus, entra no carro, esse homem deve ser apenas um jornalista. Eu cuido disso. — Roberta gritou. — Se o seu pai souber que o assunto é sobre a Marion, ou você demorar mais um único segundo para entrar naquele carro e se atrasar para a Convenção Democrata¹, vai ficar muito bravo.

O loiro ponderou as palavras da namorada, e soltou a gola da camisa de Nicolas, cujo a qual segurava com brutalidade. Após um longo suspiro, Marcus passou suas mãos pelos cabelos e olhou de canto para Roberta.

— O que pretende fazer? — O rapaz questionou.

— Vamos em uma cafeteria por aqui, vou ver o que ele quer e quais informações tem. Negociaremos. — Ela deslizou as mãos pelo próprio rosto, que estava vermelho de raiva. — Eu sou sua namorada, e quando aceitei esse papel me comprometi com toda sua família, e inclusive, zelar pela nossa imagem. É isso que vou fazer. Confia em mim.

— Tudo bem. — O rapaz concordou, selando seus lábios nos dela. — Eu te amo.

Marcus entrou no carro novamente, ainda encarando Nicolas com um olhar ameaçador, enquanto Roberta ficou ao lado de fora, olhando o professor com curiosidade, e com vários questionamentos em mente, mas antes, sem dizer uma única palavra a ele, tirou o celular do bolso e enviou uma mensagem para alguém que poderia ajudar com o homem desconhecido. Um dos assessores da família.

— E então? Vamos para cafeteria? — Apressou os passos, caminhando para um lugar há poucos metros de distância, com uma frente composta por um jardim bem cuidado e uma estrutura de mogno escuro.

Nicolas seguiu seus passos, ainda em estado de choque com as informações recebidas. Ele sabia que Margot tinha vários segredos, mas não sabia que ela estava mentindo até mesmo o seu próprio nome. Ao mesmo tempo que o professor tentava pensar que ela deveria ter um bom motivo para omitir tanta informação dele, também sentia-se enganado com tudo aquilo, e isso afetava diretamente seu ego, que era algo que não importasse a situação, sempre mantinha intacto.

Assim que eles acomodaram-se em uma mesa da cafeteria, a jovem apressou em dizer:

— Desculpa pelo Marcus. Às vezes é difícil para ele praticar a bonança. — Assumiu.

— Às vezes?

— Ele sempre tratou a Marion como se ela fosse feita de vidro, capaz de quebrar com um simples toque. — Roberta suspirou. — E atualmente, mesmo fazendo um ano que ela está desaparecida, as coisas não mudaram.

— Desaparecida? — Emitiu um riso nervoso. — Acho que estou perdido.

— Sim, há um ano. Todos daqui sabem disso, já que a família é conhecida no ramo político. — A jovem alertou. — Quando ela desapareceu os jornais fizeram um escândalo falando que ela era a quinta vítima do assassino em série de Los Angeles, mas o corpo dela nunca foi encontrado. Todos acreditam que ela está morta.

Nicolas  refletiu no que havia acabado de escutar, ao mesmo tempo que sentia seu coração batendo em um ritmo desgovernado. Seus olhos encaravam o teto do local, e ele tentava controlar a própria respiração, concentrando-se em esconder o conflito interno que acontecia dentro dele ao saber dessa informação.

— Você parece nervoso. — Roberta admitiu. — Por favor, garçom! Pode trazer um copo de água para o meu amigo e um café expresso para mim? — Ela especulou em voz alta para o senhor que transitava nas proximidades da mesa com uma gravata borboleta, ele assentiu em resposta.

A Morte Te SegueOnde histórias criam vida. Descubra agora