Todos ficaram chocados com a decisão de Adrian. O futuro rei de Dávia abdicou ao cargo? Aquilo era um absurdo. O que seria do povo sem um governante com o preparo que Adrian tinha recebido?
Longos minutos se passaram e as pessoas ainda estavam estáticas, em especial Otto e Milana. O rei sentiu tua respiração ficar ofegante e tua pressão abaixar, mas ignorou o segundo fato para não preocupar os outros. O foco teria que estar em Adrian.
- O que você disse? -Otto perguntou em um sussurro, ainda não acreditando no que estava acontecendo.
- Eu disse que estou abdicando o cargo. Eu não serei mais o rei de Dávia e nem um príncipe. -o jovem disse com um tom firme.
- Por que você está fazendo isso, Adrian? -Milana se levantou e perguntou irritada.
- Porque eu não quero governar Dávia com esse bando de patéticos que chamamos de Ministros.
Os ministros ficaram abismados com a atitude do príncipe e o ministro Edgar falou com um tom nervoso.
- Escute aqui, meu jovem...
- Escute aqui você. -Adrian o interrompeu. - Desde que completei 15 anos eu tenho aturado a ignorância de vocês. Os senhores não sabem como é difícil governar um reino e ainda assim ficam cobrando coisas de meu pai como se ele fosse o pior rei que Dávia já teve. Além dos mais, vocês pregam pela desigualdade social e eu jamais permitiria isso durante o reinado.
Apesar de estarem irritados com Adrian, todos ali presentes estavam prestando atenção nele. Milana olhou para o vazio e ficou pensando no que seria dela naquele momento. Se nem Adrian, que era uma pessoa paciente e racional a certo modo, não suportava a Assembleia, imagina ela que se irritava com uma simples ordem de Agnes?
- Bom, eu poderia ficar a manhã inteira falando sobre os defeitos dos senhores, mas terei que ir. -Adrian tirou a capa que estava usando e finalizou dizendo. - Eu serei dono do meu próprio destino.
Com isso, Adrian se retirou da sala de reuniões e Otto gritou o nome dele várias vezes, ordenando que o filho voltasse e desculpasse pela vergonha que fez todos passarem. Como o príncipe não retornou, Milana foi atrás dele chamando pelo irmão.
Ela passou correndo pelos corredores do castelo e, quando saiu do local, encontrou Adrian arrumando a sela de teu cavalo. Milana rapidamente foi em direção ao irmão, que a abraçou fortemente.
- Por que está fazendo isso? -ela perguntou com a voz embargada. - Não pode me deixar aqui, eu não estou pronta para ser uma rainha.
- Me desculpe, minha irmã. Os ministros são verdadeiros demônios e eu não podia mais deixar que eles interferissem nas nossas vidas.
- Por que você não desistiu disso depois que se tornasse rei?
- Ia demorar muito tempo, Milana, e eu não podia mais esperar. Não estou fazendo isso por Elora, mas por você também. -ele acaricia o rosto da irmã, enxugando tuas lágrimas, e disse. - Eu quero que você seja dona de tua própria vida, sem ninguém interferir nisso.
Milana concordou a cabeça e falou com uma voz fraca.
- Você vai ficar bem?
- Vou, não se preocupe.
A princesa deu um fraco sorriso e disse.
- Seja feliz, Adrian.
- Desejo o mesmo a você, Milana.
O príncipe subiu no cavalo e foi em direção ao vilarejo. Milana viu o irmão se afastar e, assim que ele não estava mais no teu campo de visão, ela se jogou no chão e começou a chorar, desesperada com o que o destino reservava para ela.
***
Um tempo depois, Adrian chegou ao vilarejo e desceu do cavalo. Ao verem o príncipe chegando com o majestoso animal, todos fizeram uma reverência, mas ele contestou educadamente.
- Atenção, todos! Eu não sou mais o príncipe de Dávia e não serei mais o governante deste reino. Eu abdiquei pela minha independência... e por amor.
Os plebeus ficaram perplexos com as palavras de Adrian e quando o jovem viu Elora, foi rapidamente em direção a ela e segurou delicadamente o teu rosto.
- Isso é verdade, Adrian? Quando eu li tua última carta, eu não pude acreditar...
- Eu fiz o que tinha que ser feito. Não adianta eu ter todos os privilégios do mundo, mas me sentir incapaz por causa de uma Assembleia.
- Como teu pai reagiu? E tua irmã?
- Os dois ficaram perplexos, principalmente minha irmã. -ele suspirou e disse com um tom triste. - Ela não estava pronta para ser rainha, mas... Acho que no fundo, nem eu estava.
Elora lhe deu um fraco sorriso e o levou até tua casa para fugirem dos olhares dos curiosos. Assim que entraram no local, os dois se sentaram em cadeiras simples de madeiras, bem diferentes das acolchoadas do castelo.
- O que será de você agora? -ela perguntou preocupada.
- Me tornarei um plebeu, trabalharei e ganharei meu próprio dinheiro.
A plebeia sorriu orgulhosa de Adrian, mas em seguida questionou temerosa.
- Tem certeza de que fez a decisão certa?
- Claro que tenho, Elora. -ele respondeu docemente. - O meu destino que estava em jogo e tinha muitas pessoas interferindo nele, eu estava farto daquela situação.
Elora concordou com a cabeça e Adrian segurou novamente o teu rosto reluzente como ouro, encarou teus olhos verdes brilhantes e indagou.
- Você estará comigo nisso?
- Estou com você desde o dia que você me defendeu do Demétrio.
Os dois riram um para o outro e aproximaram ainda mais os teus rostos. Por fim, eles se beijaram. Começou de maneira tímida, mas depois foi se intensificando como se os dois precisarem daquilo para sobreviver. Foi um beijo com tanto amor e carinho que Adrian sabia que tinha tomado a decisão certa.
***
Oii pessoal, tudo bem? Publiquei o capítulo para comemorar o Dia Nacional do Escritor! Gostaram do capítulo de hoje? O que acharam da atitude de Adrian? Como Otto e Milana ficaram com a ausência dele? Será que o rei tomará alguma atitude em relação a isso? Deem suas opiniões e muito obrigada por lerem o capítulo ❤️
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Honra & Coragem
Ficção HistóricaEm um reino chamado Dávia, o jovem Adrian é o herdeiro ao trono, mas acaba se apaixonando pela plebeia Elora. Milana, sua irmã gêmea, é a última esperança do rei, mas a ideia de se tornar rainha sempre a assustou, já que a mesma quer se tornar uma g...