28. Finale

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Adrian e Elora cumprimentaram alguns convidados ainda na catedral, mas tiveram que se apressar por conta da coroação. Acompanhados de vários guardas reais, eles foram de carruagem em direção ao castelo. Durante o caminho, muitos moradores de Dávia acenavam animados para o casal e Elora acabou comentando orgulhosa para o marido.

— Esse é o teu povo, Adrian...

Ele olhou para a esposa, segurou delicadamente suas mãos e respondeu.

— É o nosso povo, minha amada.

Eles sorriram um para o outro e chegaram ao castelo. Tudo estava meticulosamente organizado para a ocasião, que aconteceria no salão principal. As duas cadeiras reais cinzas-chumbo estavam no local, assim como as coroas que eram da mesma cor só que tinha pedrarias verdes. Os organizadores orientaram Adrian e Elora sobre o procedimento e tudo foi esclarecido.

Pouco tempo depois, Milana, os Ministros e as realezas vizinhas à Dávia estavam no espaçoso salão para acompanharem a coroação. Adrian foi posto em frente à cadeira real, mas fez um sinal para que Elora ficasse ao seu lado, o que acabou quebrando o protocolo onde apenas o governante ficava no local durante a coroação.

O mesmo cardeal que oficializou o casamento de Adrian e Elora anunciou que seria cantado o hino de Dávia. A orquestra ali presente tocou lindamente e os convidados cantaram em coro. Em seguida, o cardeal subiu em um palanque de madeira e disse com uma voz serena.

— Estamos aqui hoje, nesta ocasião, para oficializar Vossa Alteza Adrian como o novo rei de Dávia. Antes que o manto e a coroa real sejam colocados, será realizado o juramento real.

Adrian assentiu, colocou a mão no peito e o cardeal perguntou.

— Juras governar Dávia com prudência e sabedoria?

— Juro.

— Juras proteger Dávia em momentos de conflitos?

— Juro.

— Juras honrar e proteger o teu povo?

— Juro.

— Juras honrar as leis de Dávia?

Adrian entreolhou Elora, lembrou-se do protocolo real que permitia casamentos entre realeza e plebe, e respondeu.

— Juro.

Cassius e Agnes se aproximaram dele segurando a coroa e o manto reais, respectivamente.

— Por meio do juramento real, declaro assim o novo rei de Dávia: Vossa Majestade Adrian de Dávia.

O preceptor do rei colocou cuidadosamente a coroa na cabeça dele, assim como Agnes o vestiu com o manto das cores oficiais de Dávia. Assim que Adrian estava de acordo com as vestimentas, o cardeal finalizou com um "Deus salve o Rei" que foi repetido pelos convidados. Adrian olhou para Elora e sorriu de forma radiante para ela. Naquele momento, era a hora do discurso do rei, mas ele acabou se aproximando do cardeal e sussurrou algo para o senhor.

Milana, Elora e os outros convidados ficaram um tanto quanto confusos e queriam saber o que iria acontecer. O cardeal perguntou discretamente para Adrian.

— Está certo disso?

Adrian assentiu e o senhor respondeu.

— Como Vossa Majestade desejar... -ele pigarreou, chamando a atenção de todos. – O juramento real também terá que ser feito pela rainha-consorte.

Elora estreitou o olhar e se virou para Adrian, que apenas deu de ombros de forma inocente. Apesar de um pouco nervosa, ela colocou a mão no peito e esperou as perguntas do cardeal.

— Juras governar Dávia com prudência e sabedoria?

— Juro.

— Juras proteger Dávia em momentos de conflitos?

— Juro.

— Juras honrar e proteger o teu povo?

— Juro.

— Juras honrar as leis de Dávia?

— Juro.

Agnes se aproximou de Elora segurando a coroa real e o cardeal prosseguiu.

— Por meio do juramento real, declaro assim a nova rainha-consorte de Dávia: Vossa Majestade Elora de Dávia.

Agnes colocou a coroa na cabeça de Elora e sussurrou um "Deus salve a Rainha", o que a fez sorrir. O cardeal disse a frase em voz alta e os convidados a repetiram. Em seguida, Elora e os outros se sentaram porque Adrian faria o discurso real. Longos segundos de silêncio se passaram, ele olhou para todos ali presentes e começou a falar.

— Antes de tudo, eu gostaria de agradecer a todos que estão aqui presentes. Acredito que o apoio dos senhores nessa ocasião será importante durante o meu reinado. Acredito que muitos de vocês devem estar se perguntando o porquê de eu estar sendo coroado rei, mesmo me casando com uma plebeia.

Cassius entregou um pergaminho à Adrian, que o abriu delicadamente e mostrou para todos.

— Esse protocolo, senhores, foi assinado pelo Ministro Gustav antes de meu nascimento. Meu pai, o falecido rei Otto, formulou o protocolo, que foi aprovado, mas acabou se perdendo por um incidente envolvendo o meu tio Oliver. Por meio desse protocolo, é oficializado a lei que autoriza o casamento entre realeza e plebe.

Os convidados, em especial os Ministros, ficaram chocados com a revelação do rei. Milana acabou sorrindo com a surpresa deles e Adrian prosseguiu.

— Esse protocolo foi criado não só porque meu pai era benevolente, mas sim porque eu, assim como minha irmã gêmea Milana... Temos sangue plebeu em nossas veias. Minha mãe, a falecida rainha Estelle, era uma plebeia.

Todos no salão sussurraram surpresos sobre isso, um convidado que estava ao lado de Milana perguntou a ela se era verdade e a princesa assentiu orgulhosa. Mesmo com a reação das pessoas, Adrian continuou falando.

— Não vou dizer que minha vida foi uma mentira porque, do pouco que eu sei de minha mãe, já é bastante para saber que ela foi uma ótima rainha para Dávia. Por isso, senhores, quero que o respeito seja praticado durante o meu reinado, já que, perante a lei de Dávia e aos meus princípios, todos são iguais, independente da classe social. Ademais, representarei e honrarei o povo de Dávia em quaisquer situações, sejam estas boas ou ruins. É isto, senhores, espero que eu seja um rei tanto quanto o meu pai... -ele olhou para Elora e sorriu. – Mas com o apoio de minha esposa, sei que Dávia irá prosperar.

Todos no salão aplaudiram o discurso de Adrian. Agnes enxugou rapidamente as lágrimas, mas Milana a flagrou fazendo isso e apenas sorriu para a preceptora. Adrian e Elora foram em direção á princesa, que os abraçou fortemente.

— Estou tão orgulhosa de vocês! Elora, você foi incrível durante a cerimônia... E Adrian, nossos pais ficariam tão felizes por você, finalmente você é o rei de Dávia.

— Mas nada disso seria possível graças á você, Milana. -Adrian respondeu.

— Exato, se você não tivesse ido até Olympa, nunca saberíamos da verdade sobre a rainha Estelle e o protocolo. -Elora continuou. – Você foi muito corajosa.

— Fico agradecida com os vossos elogios. -eles riram um para o outro e ela prosseguiu. – Bom, agora vocês têm mais um procedimento a fazer: cumprimentar os plebeus no vilarejo.

Milana fez uma reverência para eles, que conversaram rapidamente com alguns convidados, agradecendo a presença dos mesmos. Em seguida, Adrian e Elora saíram do castelo rumo ao vilarejo e a princesa observou a carruagem partindo em direção ao local. Enquanto acenava para o casal, ela pensava nas coisas que passou com eles. Apesar de tudo, a união e o otimismo sempre estiveram presentes e, por conta disso, tudo se estabeleceu não só na vida de deles, mas em todo o reino de Dávia.

***

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