14. Chegando em Olympa

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Dois dias se passaram e Milana arquitetou muito bem o seu plano para trazer Adrian de volta à realeza. Isso poderia desapontar Otto, já que ela era a última esperança do reino, mas provavelmente o rei tinha noção de que o primogênito estava muito mais preparado para assumir a governança de Dávia.

Já no reino de Olympa, Adrian e Elora chegaram sem maiores dificuldades. Assim que colocaram os pés no vilarejo que a plebeia viveu com os pais, ela sentiu as lágrimas brotarem em seus olhos.

— O que foi, minha amada? -Adrian perguntou preocupado.

— Lembrei da época que vivi aqui com minha família... Sinto tanto falta deles.

O antigo príncipe deu um sorriso benevolente e abraçou Elora, que se desmanchou em lágrimas. Foi tão difícil quando seus pais e sua irmã mais velha morreram, ela se sentiu totalmente perdida e desamparada. Ir para Dávia foi a melhor decisão de sua vida, assim conseguiu superar o luto e ainda conheceu e se apaixonou pelo príncipe do reino.

— Desculpe-me, não queria que você me visse tão frágil.

— Está tudo bem, Elora, não se preocupe. Não importa o que aconteça, sempre estarei com você para te consolar.

Elora sorriu de forma orgulhosa e enxugou as lágrimas. Ela decidiu apresentar o vilarejo para Adrian, que estava animado em conhecer a terra natal de sua amada. O lugar era não tão grande quanto o de Dávia, mas tinha um certo movimento de plebeus negociando com comerciantes. Indo para uma área mais calma, Elora avistou uma mulher de estatura baixa e de cabelos crespos e negros varrendo o chão em frente a uma loja de sapatos.

— Leyla?

Adrian olhou em direção a tal mulher e Elora foi rapidamente até lá. Leyla notou a presença da jovem e a abraçou fortemente.

— Elora! Você voltou! -ela disse emocionada. — O que te trouxe aqui?

Adrian se aproximou das duas e Elora apontou rapidamente para ele.

— Esse rosto não me é estranho... -Leyla comentou.

— Leyla, esse é Adrian, o antigo príncipe de Dávia.

— Príncipe? Oh céus... Desculpe-me, Alteza. -ela fez uma atrapalhada reverência e Adrian sorriu.

— Não se preocupe, não sou mais o príncipe de Dávia, abdiquei ao trono recentemente e viemos nos exilar por aqui.

A mulher ficou boquiaberta com a revelação e entrou rapidamente na loja, fazendo um sinal para que o casal a seguissem. Eles a obedeceram e os três andaram em passos apressados pela loja indo até os fundos do comércio. Assim que saíram, Adrian viu uma casa pequena e simples com algumas flores ao redor.

Eles entraram na casa e o primeiro cômodo que viram assim que a porta abriu foi uma sala simples, mas com alguns móveis de madeira. Leyla fechou a porta e trouxe água para as visitas por conta da viagem que fizeram. O casal se sentou nas cadeiras e, assim que a anfitriã apareceu com dois copos, ela disse.

— Quero detalhes do que acabaram de me contar.

Adrian deu um longo suspiro e contou tudo sobre a sua vida em Dávia, em como conheceu Elora e em como decidiu abdicar ao trono. Elora fazia algumas observações sobre isso e Leyla prestava atenção em tudo. Assim que a história foi finalizada, a mulher se encostou na cadeira e disse.

— E eu que achava a realeza um mar de rosas. Esses Ministros são muito inconvenientes!

— Exato, eu não estava mais suportando a maneira que eles agiam diante da governança de meu pai.

— Mas sendo sincera, Adrian, o teu pai foi muito imprudente de exilar você só por conta de uma mudança de protocolo.

— No começo eu pensava assim também, mas no fundo eu sei que foi por alguma outra razão que ele esconde de mim e dos demais.

— E nós vamos descobrir o que é. -Elora comentou segurando a mão do amado, e em seguida olhou para Leyla. – Foi bom termos encontrado você, eu queria pedir um favor.

— Pode falar.

— Eu e Adrian acabamos de chegar e não sabemos onde vamos ficar. Você saberia me informar se a casa que eu vivi está ocupada?

— Sinto lhe informar que sim. Assim que você foi embora, um comerciante adquiriu o espaço e abriu um comércio de especiarias.

Elora ficou extremamente entristecida com a notícia, mas Leyla a tranquilizou.

— Não se preocupe, minha jovem. Você sabe que minha família tem casas espalhadas por aqui e meu primo desocupou uma dessas casas para ir embora de Olympa. Tenho certeza de que vocês poderão morar por lá, mas já adianto que tem a mesma estrutura que a minha casa.

— Isso já nos auxilia muito, Leyla. -Adrian comentou alegre. – Ficamos eternamente gratos. No entanto, como sua família possui casas pela região?

— Aquela loja de sapatos que passamos correndo pertence à minha família, somos conhecidos no vilarejo.

— Formidável! Desejo muito sucesso a você e tua família.

— Fico grata com seu elogio, Alte... Adrian. Desculpe-me, ainda não me acostumei com o fato de a filha de dois amigos meus estar com um antigo príncipe.

— Não é só você, Leyla. -Elora comentou e olhou rapidamente para Adrian, que sorriu.

— Lembrei que meu tio está na loja, então posso conversar com ele para saber se vocês podem ocupar uma das casas que temos.

O casal sorriu de forma confiante e Leyla se levantou para ir atrás do tio. Adrian e Elora fizeram o mesmo e os três voltaram até a loja de sapatos. A mulher foi conversar com o senhor da mesma altura que ela e o casal ficou observando os dois conversarem.

Minutos depois, Leyla foi em direção a eles com uma expressão, deixando-os aflitos com a situação.

— Ele concordou! -ela disse animada e os três fizeram um abraço coletivo. – A casa não fica muito longe daqui. É só irem pela esquerda, andarem alguns metros em linha reta e, passando uma barraca de ensopados, verão uma casa idêntica a minha com uma árvore frondosa do lado.

— Muito obrigada, Leyla! Você é um anjo em nossas vidas. -Elora comentou.

— Não há de quê, meus jovens. -ela entrou uma chave à Elora e disse. — Aproveitem a casa e se precisarem de qualquer coisa, podem me avisar

Adrian e Elora assentiram com a cabeça, pegaram suas coisas, e saíram da loja e foram até o cavalo de Adrian que estava amarrado próximo ao comércio. O antigo príncipe verificou se nada foi roubado da bolsa de couro que estava junto com o animal, e se surpreendeu por notar que a bolsa estava intacta.

— Felizmente não fomos roubados.

— Aqui no vilarejo todos são de confiança. Claro que temos que ter um certo cuidado, mas a população também faz a sua parte.

— Fico feliz em estarmos em um lugar tão seguro.

Com isso, o casal seguiu as instruções de Leyla e, quando chegaram na tal casa, deram um longo suspiro e olharam um para o outro. Era ali que eles iriam reconstruir a vida deles, de maneira simples, mas sempre juntos e apaixonados.

***

Oi gente linda, tudo bem? Me desculpem pela demora! Gostaram do capítulo de hoje? Será que o plano da Milana vai dar certo? Será que Adrian vai conseguir se adaptar à vida de plebeu? Deem suas opiniões e obrigada por lerem esse capítulo ❤

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