ROMANCES MENSAIS
LIVRO VIII – LOUCURAS DE AGOSTO
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CAPÍTULO VII - CONFIANÇA
As luzes do quarto sendo ligadas atingem meu rosto e me incomodam. Puxo o cobertor para me proteger da claridade e me remexo, preguiçosamente. Ouço gritos e o som estridente de buzinas e acabo me lembrando que eu não estou em minha casa e sim em um maldito manicômio há muitos quilômetros de distância da minha cidade natal.
Bufo e empurro o cobertor que me cobria. Encaro o teto branco do quarto e repasso tudo o que tem acontecido em minha vida nesses últimos dias. Essa foi a primeira noite que eu consegui dormir desde que cheguei a Paris. De certa forma, eu me sentia mais calma tanto por finalmente ter conseguido dormir quanto por saber que eu não estava mais sozinha.
Eu jamais admitiria isso em voz alta, é claro, mas eu confiava em Freddie e me sentia muito mais aliviada por saber que ele estava tão determinado quanto eu para me tirar desse hospital psiquiátrico. Carly também sido de grande ajuda para me mostrar que mesmo em meio a tantas pessoas estranha, ainda havia aquelas em quem eu podia acreditar naquele lugar.
Levanto-me de minha cama e me sento assim que escuto batidas na porta. Eu estava faminta e me sentia animada só em pensar nos sanduíches de presunto que o nerd me traria. E assim como nos dias anteriores, ele abre a porta e entra com seu carrinho com o café da manhã e os medicamentos. No entanto, surpreendo-me ao ver um segundo homem entrar no quarto.
Ele era alto, careca e musculoso ao ponto de ser intimidador. Ao seu lado, Freddie mais se parecia com uma criança. Os olhos pretos eram grandes assim como seu nariz. O homem usava terno preto e esboçava uma expressão séria e fechada.
- Quem é ele? – Pergunto em alerta. Freddie me lança um olhar sério e significativo. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas sentia que não gostaria nenhum pouco de descobrir.
Freddie fala em francês com o homem, que o responde e assente, dando um pequeno sorriso. O enfermeiro faz sinal para que o segurança esperasse onde estava e se aproxima com seu carrinho, mantendo seus olhos fixos nos meus. A cada instante que passava, mais apavorada eu ficava. Freddie para a alguns metros de mim e encara o homem antes de se virar para mim.
- O que está acontecendo? – Questiono, nervosa. Seus lábios exibem um "confie em mim" e nesse momento percebo que algo realmente muito ruim está para acontecer.
- Samantha, esse é o Claude. Ele será seu mais novo segurança. O sr. Leblanc pediu para ele ficar ao seu lado para te ajudar sempre que for preciso. Ele fala um pouco de inglês, então não precisa se preocupar. – Responde Freddie, forçando um sorriso, enquanto me entrega o prato com três sanduíches e o suco de laranja. Sinto aquele arrepio ao ouvir ele falar o meu nome novamente. Repreendo-me mentalmente por continuar me sentindo tão afetada por algo tão simples quanto ouvir o rapaz proferir o nome "Samantha". Ele volta a falar em francês com o homem, que se aproxima cauteloso.
- Olá, Samantha. Eu me chamo Claude. – Apresenta-se o segurança com o forte sotaque francês. Sua expressão continuava indecifrável e eu não conseguia confiar nenhum pouco nele.
- Por que ele está aqui? – Questiono, bebendo o copo de suco de uma vez. Volto minha atenção para os sanduíches. Quando nervosa, eu descontava na comida. E quanto mais eu encarava esse enfermeiro, mais ansiosa eu me sentia. Ainda mais porque eu sabia que se ele foi mandado pelo diretor do hospital, Freddie não poderia jogar os medicamentos fora, como estamos fazendo nos últimos dias.
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Loucuras de Agosto
FanfictionCom a cabeça completamente focada em seu trabalho e com seu histórico de relacionamentos fracassados, Sam Puckett não tem tempo para o amor. E é por isso que ela acaba aceitando a ideia maluca de sua irmã mais velha de transar com um desconhecido no...